(Infodefensa.com) R. Caiafa, Sao Paulo - A busca de novas parcerias levou uma comitiva do Ministério da Defesa (MD) à 7ª Defexpo Índia, feira internacional de produtos de defesa e de segurança, realizada em Nova Delhi. Na ocasião, os oficiais brasileiros mantiveram contato com fabricantes britânicos, canadenses, franceses, indianos, israelenses, italianos, norte-americanos e sul-africanos.
Chefiada pelo subchefe de Integração Logística, general-de-divisão Araújo Lima, a comitiva alertou as empresas estrangeiras sobre as eventuais vantagens de se estabelecer projetos conjuntos com companhias brasileiras, além de prestar esclarecimentos sobre a Lei n° 12.598, que criou o Regime Tributário Especial para a Indústria de Defesa (Retid), desonerando o setor de impostos e encargos. A lei foi sancionada pela presidenta Dilma Roussef no final de março.
A missão fez parte de um conjunto de ações desencadeadas pelo MD do Brasil, na busca do fortalecimento das relações com os países que compõem os Brics grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A delegação brasileira também apresentou o Siscat-Br, software nacional de catalogação desenvolvido pelo Ministério da Defesa, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O programa, que trabalha sobre o padrão do Sistema da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de Catalogação, atraiu o interesse dos governos da África do Sul, Argentina, Chile e Índia.
Apesar de não ser país membro da Aliança Atlântica, o Brasil integra o grupo de trabalho para a modernização do sistema da Otan, ao lado da Alemanha, do Canadá, da Espanha, dos Estados Unidos, da França, da Polônia, do Reino Unido, da República Checa e da Suécia.
Encontros bilaterais
Além de analisar projetos de interesse do Ministério da Defesa, a comitiva brasileira manteve encontros com as delegações do Reino Unido e da Índia. Durante a reunião com o ministro britânico para Segurança Estratégica Internacional, Gerald Howard, surgiu um convite para que nosso país envie observadores para acompanharem a instalação e o funcionamento dos sistemas antiterrorismo dos Jogos Olímpicos de Londres.
Vijay Kumar Saraswat, diretor da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento da Defesa (DRDO), encabeçou as conversações pela Índia. Entre as propostas colocadas por ele estão o desenvolvimento de um avião de combate furtivo de médio porte, o MMCA, e mísseis antinavios e balísticos com até 200 quilômetros de alcance.
Outros produtos de interesse foram veículos terrestres não-tripulados (VTNTs) para vigilância de fronteiras de fabricação israelense e robôs para atividades de segurança desenvolvidas pelo DRDO. A Índia, hoje, é o maior importador do mundo em produtos de defesa. De acordo com a organização da 7ª Defexpo Índia, cerca de 30 países expuseram seus produtos de defesa para mais de 50 delegações oficiais convidadas a participar das conferências e encontros. O evento ocorreu paralelamente à Reunião de Cúpula dos Brics, que contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff.