(Infodefensa.com) R. Caiafa, Sao Paulo - O governo brasileiro se prepara para criar uma empresa de negócios para a área bélica. A informação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Portaria interministerial das pastas de Defesa e Indústria e Comércio criou Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de realizar estudos e identificar ou propor medidas de fomento para a ampliação da capacidade da Base Industrial de Defesa (BID), com a criação de uma trading de defesa.
Além dos dois ministérios citados, o GT contará com participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). A portaria informa que haverá preservação de sigilo de dados sensíveis, ficando o tema, portanto, ao largo da nova lei de acesso à informação.
Informa o DOU: A trading deverá ter por objetivo promover, com apoio institucional, a comercialização (exportação e importação) de produtos de defesa, com a faculdade para operacionalizar contratos de compensação tecnológica, industrial e comercial. Como o texto diz, a nova estatal ainda sem nome será preservada por sigilo. No entanto, fontes do setor acreditam que, por exemplo, ao oficializar a compra aviões para a Força Aérea Brasileira (concorrência FX-2, 36 caças previstos), o governo quer agir de forma profissional e obter compensações para suas empresas do setor, seja com a venda de peças e equipamentos ou com a obtenção de transferência de tecnologia. Especialistas dizem que a trading dará um caráter mais profissional às negociações entre o Brasil e as potências internacionais. Como se sabe, não há lugar para primarismo na área bélica, chamada sofisticadamente de setor de defesa. A nova empresa não tem nome, mas poderia ser Defesabrás ou Bras Trading.
No setor de defesa, já existem a Empresa Gerencial de Projetos Navais (Engepron), vinculada à Marinha, e a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), ligada ao Exército. O programa nuclear da Marinha gerou a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), e a Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A (Nuclep), uma estatal que fornece para o Programa PROSUB de submarinos da Marinha do Brasil. Por último e não menos importante, há uma quase estatal, a Visiona Tecnologia Espacial S.A, empresa ligada a satélites, com 49% de capital da estatal Telebrás e 51% da ex-estatal Embraer, agora uma empresa plenamente privada, mas com estreitos laços com o governo.