A Helibrás, localizada na cidade de Itajubá (MG), única fabricante brasileira de helicópteros, trocou seu presidente, saiu Eduardo Marson, no cargo por seis anos, e assumiu o engenheiro aeronáutico francês Richard Marelli, atual vice-presidente, que responderá também pelo setor de operações até que um novo diretor seja escolhido.
O Conselho de Acionistas referendou a mudança em reunião na tarde da última quinta-feira, 17. Marson foi convidado para assumir outras funções em Toulouse, sede francesa da Airbus Helicopters, controladora da Helibrás, mas não aceitou.
A diretoria da empresa passa a ser composta essencialmente por franceses. A exceção é Ana Renó, brasileira, diretora de recursos humanos.
Marson, sociólogo de 52 anos, deixa a Helibrás depois de ter o seu contrato prorrogado por três vezes. Sua última operação foi a negociação do alongamento do contrato H-XBr, de compra de 50 helicópteros médio pesados H225M franceses Super Cougar, a serem fabricados no Brasil, com transferência de tecnologia - um negócio de US$ 1,9 bilhão.
O programa será estendido até 2022, com o pacote de configurações alterado. Exército, Marinha e Aeronáutica já receberam 17 aeronaves.
Para atender a essa demanda e a outras, a Helibrás investiu R$ 430 milhões na construção de uma nova fábrica em Itajubá.
O atraso na conclusão da entrega dos 50 helicópteros terá como uma das consequências, a demora na conclusão dos estudos de viabilidade e adoção de helicópteros de ataque na Aviação do Exército, que hoje analisa aparelhos de origem italiana, russa e norte-americana.
Imagens: Helibras/Airbus Helicopters