Estaleiro Eisa suspende construção de cinco navios-patrulha da Marinha do Brasil
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Estaleiro Eisa suspende construção de cinco navios-patrulha da Marinha do Brasil

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O anúncio de paralisação das atividades do Estaleiro Ilha S/A (Eisa), com unidades no Rio de Janeiro e Alagoas, suspendeu a construção de cinco navios-patrulha contratados pela Marinha do Brasil. As dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa nos últimos dois anos e o recente pedido de recuperação judicial impetrado pelo grupo provocaram a demissão de milhares de metalúrgicos, eletricistas e outros profissionais do setor, além da suspensão dos trabalhos para reformar e construir os navios patrulha de 500 toneladas da Classe Macaé.

Desde 2009, data do contrato original, a Marinha antecipou à Eisa R$ 91 milhões do orçamento de R$ 260 milhões previstos nos contratos, mas não recebeu qualquer equipamento. A entrega dos cascos mais próximos de serem concluídos (P-72 Maracanã e P-73 Mangaratiba) já havia sido adiada pela Marinha visando evitar pagar a empresa francesa Constructions Mécaniques de Normandie (CMN) o valor denominado Licença de Uso do Projeto.

Pela programação conhecida, o P-72 Maracanã deveria ter sido incorporado no meio do ano de 2015, consequentemente, a Força Naval brasileira teria que realizar o desembolso correspondente à Licença.

Os problemas do estaleiro Eisa começaram há 10 anos, quando a estatal venezuelana PDVSA deixou de honrar o pagamento (deu o calote) referente à encomenda de dez navios (negócio de US$ 1 bilhão). E foram agravados por cancelamentos de encomendas pela Petrobras em razão das investigações sobre corrupção na estatal de óleo e gás, ao longo dos últimos anos (Petrolão).

A unidade do Eisa em Coruripe, sul de Alagoas, também anunciou entrada em processo de recuperação judicial englobando as atividades na subsidiária Eisa Petro 1, criada para construir os navios dos contratos fechados com a Petrobras. O estaleiro é controlado pela holding Synergy Shipyards, representado no Brasil pelo empresário German Efromovich, que também controla o estaleiro Mauá, em Niterói, e a companhia aérea Avianca.

A empresa comunicou aos funcionários que o corte de pessoal é consequência dos impactos da recessão econômica e da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que paralisou as atividades da indústria naval e de offshore após a descoberta de crimes em contratos de vários estaleiros com a Petrobras e Transpetro, dentre eles a Eisa.

Classe Macaé/Vigilante

Os Navios-Patrulha classe Macaé são baseados no Navio-Patrulha francês Classe Vigilante 400 CL54, projeto alterado e aperfeiçoado no Brasil incorporando desenvolvimentos tecnológicos e melhorias no desempenho, resultado de um estudo realizado pela Marinha, em novembro de 2005, para a construção de uma nova classe de NPa que realizasse, prioritariamente, apoio à fiscalização das Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), atividade de patrulha, inspeção naval e salvaguarda da vida humana no mar, contribuindo para a segurança do tráfego marítimo nacional e defesa dos interesses estratégicos do Brasil, atuando, principalmente, na proteção da Amazônia Azul.

Características do Classe Macaé:

Comprimento total: 55,6 m, Boca máxima:8,0 m, Calado máximo:2,5 m, Deslocamento:500 t

Sistema de propulsão: 2 MCP MTU 16V 4000 M90

Geração de energia: 3 Grupos diesel-geradores MTU

Velocidade máxima: 21 nós

Raio de ação a 15 nós: 2.500 MN, Autonomia de mar: 10 dias

Armamento: 01 Canhão 40mm L70 (AOS), 02 Metralhadoras 20mm GAM B01-2

Imagens: Marinha do Brasil/Roberto Caiafa/CMN



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