KC-390 testará transporte de blindados sobre rodas Guarani
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KC-390 testará transporte de blindados sobre rodas Guarani

O EDS KC-390 exposto no pátio do MUseu Aeroespacial, RJ. Foto: Roberto Caiafa
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Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro. O local escolhido para a apresentação do Embraer Defesa & Segurança KC-390 é carregado de significados históricos para a aviação militar brasileira.

Estacionado no pátio que atende ao Museu Aeroespacial, o avião foi visitado e fotografado em seus detalhes, mostrando alta tecnologia aliada a resistência e solidez.

Resultado de uma encomenda colocada pela Força Aérea Brasileira, o Embraer Defesa & Segurança KC-390 é um moderno jato bimotor que pode transportar cargas, veículos e tropas, prestar apoio logístico e lançar infantaria paraquedista, combater incêndios florestais, prestar apoio humanitário evacuando feridos e desabrigados, dentre uma variedade de missões.

Os requerimentos colocados pela FAB resultaram em uma aeronave com célula robusta, dotado de asas altas equipadas com motores bem posicionados para evitar a ingestão de detritos (FOD), cauda em "T" com porta-rampa de carga automatizada, trens de pouso principais acondicionados dentro de grandes estruturas aerodinâmicas com portas de design exclusivo, portas laterais de lançamento de paraquedistas equipadas com defletores aerodinâmicos especiais, um nariz amplo com trem de pouso de rodas duplas.

Projetado para transportar até 26 toneladas, o KC-390 atinge essa performance graças a um par de motores International Aero Engines (IAE) V-2500, mesmo tipo utilizado no Airbus A320 e outros jatos comerciais. Um bônus adicional dessa popularidade é a ampla oferta de peças, serviços e facilidades de manutenção passa esse modelo de propulsor.

O moderno e espaçoso cockpit com janelas de grande área permitem uma grande consciência situacional para a tripulação. O painel, dominando por grandes telas coloridas, emprega tecnologia de aviônica digital PRO LINE FUSION da Rockwell Collins.

Os controles de voo FBW (voo por fios) são do tipo sidestick, com ergonomia avançada e grande conforto para a tripulação, que dispõe inclusive de ar-condicionado e assentos reguláveis eletricamente. O posto do Load Master, graduado responsável pelo compartimento de cargas, fica logo atrás.

O compartimento de carga, a razão de ser do avião, é muito bem equipado. Sua plataforma de piso, totalmente multifuncional, faz uso dos conceitos, girar, abrir, clicar, travar, fechar, embutir e ancorar levado ao máximo das possibilidades.

Para converter um piso liso em roll-on/roll-off, basta apenas girar as guias e está feita a conversão. O mesmo para o lançamento de carga paletizada, basta abrir, travar e deixar em posição as guias, e os palets deslizam para fora do avião. Para ancorar cargas e mantê-las estáveis, existem diversos tipos de pontos de ancoragem e presilhas para veículos, palets ou fardos.

Para lançar infantaria paraquedista, existem as provisões de cabo de ancoragem do gancho de paraquedas, luzes de sinalização e demais equipamentos.

As portas laterais permitem um salto seguro, livre de pancadas ao sair no fluxo de ar. Tal efeito é obtido com o uso de defletores aerodinâmicos que ficam embutidos na fuselagem quando não estão sendo usados.

O KC-390 emprega moderna tecnologia digital de ponta para calcular as diferentes modalidades de lançamento, avaliando parâmetros de velocidade, altitude, atitude da aeronave, ventos na zona de lançamento e uma infinidade de outros dados. O avião é capaz de reabastecer tropas a partir do ar com lançamentos de extrema precisão.

O Sistema de Controle de Lançamento de Cargas (CHADCS), um sistema da Rockwell Collins, é usado para manter, monitorar e executar lançamentos aéreos de precisão de carga, veículos e tropas em uma variedade de métodos táticos. Ele inclui uma estação de Load Master e uma rede de unidades de controle de bloqueio e painéis de controle para detectar, medir a força, ativar e liberar bloqueios

Desse modo, o Load Master tem a seu dispor uma série de modernas ferramentas de engenharia, e as medidas da fuselagem (largura x altura x comprimento) facilitam o embarque de um sem número de configurações de carga, palets, containers, viaturas, veículos especializados, blindados, equipamentos de engenharia e muito mais.

Adicionalmente, e para aumentar seu alcance operacional, o KC-390 dispõe de uma sonda IFR (in flight refueling), dessa forma, ele pode ser reabastecido em voo por outro avião com as mesmas capacidades, extendendo enormemente sua autonomia e raio operacional

Novos testes do KC-390

Segundo fontes próximas ao projeto informaram a Infodefensa durante a LAAD Defence And Security 2017, o KC-390 deverá efetuar em breve testes transportando blindados do modelo IVECO 6x6 VBTP-MR Guarani.

Esse é um antigo requerimento colocado pela Brigada de Infantaria Paraquedista e Forças de Reação Rápida, ambas tropas profissionais do Exército Brasileiro.

Serão empregados tanto o blindado na sua configuração standard, sem nenhum tipo de torre ou arma, quanto as versões equipadas com torres REMAX, REMAN e UT-30BR. A versão armada com a torre TORC30 deverá ser submetida aos mesmos testes assim que for integrada ao veículo blindado Guarani e estiver disponível.

Esse testes visam dirimir de forma definitiva quaisquer dúvidas sobre a capacidade do avião em prover as forças expedicionárias brasileiras, como por exemplo, a Brigada de Infantaria Paraquedista, o transporte imediato de blindados prontos para o combate sem a necessidade de nenhum tipo de intervenção como a montagem/desmontagem de torres e estações de armamento.

Na prática, esse testes irão comprovar a correta comunicação e troca de informações entre os gestores de projetos estratégicos vitais de duas forças armadas brasileiras.

O Guarani é fundamental para garantir a mobilidade e o poder de choque das Forças Expedicionárias brasileiras, e o KC-390 é a "bala de prata" dessa estratégia, pois pode entregar blindados, veículos, suprimentos, munições, tropas e demais equipamentos de campanha diretamente em pistas semipreparadas na linha de frente em poucas horas.

Para sobreviver nesse ambiente perigoso, o avião está equipado com uma avançada suíte defensiva denominada Self Protection System (SPS) composta por sensores de alerta para aproximação míssil (missil aprouch warning system ou MAWS), lançadores de decoys (flares e chaffs) e o sistema soft-kill Directional Infra Red Counter Measures System (DIRCM). Essa avançada suíte é fornecida pela AEL Sistemas.

O DIRCM é o mais moderno e eficiente sistema em contramedidas para mísseis infravermelhos atualmente no mercado. O equipamento utiliza um laser de última geração, baseado em fibra ótica, capaz de gerar um feixe de energia para inibir e desviar os mísseis a quilômetros de distância. O alto nível de integração do DIRCM com o SPS gera benefícios otimizados em termos de desempenho, instalação e peso.

O modelo também emprega sensores Ehanced Vision Systems (EVS) no nariz, essa imagem sendo visualizada em enormes Head Up Displays (HUD) instalados no cockpit.

Essa funcionalidade de pouso sob baixa visibilidade permitirá ao KC-390 operar seguramente sob condições climáticas adversas. Uma câmera colorida, instalada na cabine, gravará a visão do piloto sobreposta com as informações geradas pelo HUD, para análise das missões.

Como bem observaram o gerente do projeto, Paulo Gastão, e o presidente da EDS, Jackson Schneider, durante o roll-out da aeronave, o avião KC-390 foi criado para fornecer mobilidade e robustez as forças armadas brasileiras contendo um altíssimo nível de tecnologia agregada ao produto.

O projeto foi pautado pela alta flexibilidade operacional e pela facilidade de manutenção ao longo do ciclo de vida útil do modelo, inclusive com relação ao custo da hora de voo.

O avanço dos testes e as próximas etapas do desenvolvimento servirão para coroar essas expectativas depositadas nesse produto da indústria aeroespacial brasileira e mundial.

Roberto Caiafa, Texto e Fotos para Infodefensa (Arte 3D Gino Marcomini).



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