O interesse brasileiro em dois transportes pesados Airbus A330 MRTT/KC2 Voyager, materializado durante visita de uma dessas aeronaves ao Brasil em 2019, ganhou notoriedade no dia 29 de janeiro último quando o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou durante uma “Live” em suas mídias sociais que seu governo estaria negociando a compra desses aviões através de um crédito de R$ 500 milhões, esse dinheiro sendo oriundo de investigações judiciais de combate a corrupção (Operação Lava-Jato).
Durante as semanas seguintes, e em meio ao recrudescimento da crise pandêmica no Brasil, especulações de todo tipo surgiram com relação aos aviões e sobre como se daria a compra.
No dia 26 de fevereiro surge o primeiro relato de que o Ministério da Economia, através do titular da pasta, o ministro Paulo Guedes, atendendo a determinação da Junta de Execução Orçamentária, teria vetado o emprego desse recurso para a compra dos aviões por considerar que seriam melhor empregados no combate a Pandemia do COVID-19.
Nos bastidores, logo após as negativas da equipe econômica do Governo virem a público, negociações para substituir os recursos anteriormente planejados para a compra desses aviões por outro tipo de operação financeira suportada pela própria Força Aérea Brasileira foram abertas.
A FAB está determinada em obter esses meios, e o comandante do Comando Geral de Apoio (Comgap), brigadeiro Carlos Baptista de Almeida Jr, tornou-se um dos “porta-vozes” do assunto A330 MRTT usando sua conta no Twitter para atualizar o assunto.
Segundo o militar, o affair A330 MRTT deverá receber novas atualizações em breve, já que o Alto Comando da Força Aérea entende a urgência de dispor desses aviões em meio ao quadro de pandemia cada vez mais complicado que o Brasil atravessa.
Portanto, a provável compra de dois Airbus A330 MRTT não foi cancelada, como ventilado na mídia, mas está sendo reorganizada com novos interlocutores e buscando outras fontes de recursos para a sua concretização.