No último dia 14 de maio, em uma mídia de grande circulação, a Avibras Industria Aeroespacial S.A publicou uma convocação de seus acionistas para uma Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 22 de maio de 2024, na sede da companhia em São José dos Campos.
Essa audiência vai examinar, discutir e votar entre os presentes a respeito da proposta de incorporação das ações da Avibras Industria Aeroespacial S.A pela Rocket Bridge NewCo Holding Participações S.A., com a consequente conversão da empresa em subsidiária integral da Rocket Bridge.
A Assembleia Geral Extraordinária é uma reunião convocada em urgência que não está no calendário. Também conhecida como AGE, pode acontecer nas empresas de capital aberto com uma frequência razoavelmente grande.
A convocação é surpreendente na medida em que o nome "Rocket Bridge" é um absoluto desconhecido (ou uma completa novidade) na área de Defesa e, além disso, esta empresa foi aberta há apenas um mês com capital social de R$ 100,00 (cem reais).
Venda da Avibras para Empresa Australiana?
A venda da Avibras, principal indústria brasileira do setor de Defesa, estaria em fase avançada de negociação com a companhia australiana DefendTex, segundo comunicado da própria empresa, divulgado no dia 1º de abril último.
Se o anúncio dessa nova empresa, Rocket Bridge, tem algo a ver com a pretensa compra da empresa brasileira pela companhia australiana, ou se isso seria uma construção jurídico-financeira do possível negócio, não se sabe. De fato, até que a AGE aconteça, o mais provável é que a empresa brasileira não se manifeste a respeito.
Sua última publicação oficial é relativa ao Dia do Exército 2024, comemorado no último 19 de abril.
Importância da Avibras
Fundada em 1961 por um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Avibras é uma das pioneiras no Brasil em construção de aeronaves, programas de pesquisa espacial e desenvolvimento e fabricação de veículos especiais para fins civis e militares. Localizada em Jacareí, no Vale do Paraíba, faz parte do principal centro de tecnologia aeroespacial do país.
A empresa participa do Programa Espacial Brasileiro, com fabricação de motores para foguetes.
Além disso, com a injeção de dinheiro público, desenvolveu capacidade de produção de armamentos e equipamentos bélicos, como mísseis, lançadores de foguetes, veículos blindados, bombas inteligentes, sistemas de comunicação por satélite e Veículos Aéreos Não Tripulados.
Por seu histórico, é considerada estratégica para a soberania do Brasil, e certamente, deveria estar inserida dentro de uma política de ESTADO para a Indústria de DEFESA, considerando que mísseis de cruzeiro, foguetes de artilharia e demais capacidades dominadas pela companhia não encontram concorrente em toda a América Latina.
Firma: Avibras