Corpo de Fuzileiros Navais moderniza seus blindados anfíbios CLANF

(Infodefensa.com) R. Caiafa, Rio de Janiero - Os blindados CLANF/AAV7A1 (carros lagarta anfíbios) ficaram nacionalmente conhecidos no Brasil durante a invasão da Vila Cruzeiro e do Complexo de Favelas do Alemão, no final de 2010.

Naquela ocasião, estes carros, operados por Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil e transportando pelotões do BOPE (Batalhão de Operações Especias da PMERJ) e do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) foram decisivos na vitória das forças de segurança nestes territórios da cidade do Rio de Janeiro até então sob poder de facção criminosa de traficantes de drogas extremamente violentos e bem armados.

CLANF: O elemento chave dos Fuzileiros Navais do Brasil

O Carro Lagarta Anfíbio tem como missão transportar Fuzileiros Navais do mar para a cabeça de praia, e dar mobilidade e alto poder de choque aos militares quando em terra. Estes modernos carros de combate podem transportar um pelotão de fuzileiros, estando armados com uma metralhadora .50 e um lança granadas de 40 mm, e funcionam como barcos blindados capazes de navegar em mar aberto, e com grande velocidade e mobilidade vencer a areia e avançar terra adentro, de dia ou à noite.

Comprados no início da década de 90 nos EUA, as 26 unidades do CFN serão modernizadas para o mesmo padrão atualmente empregado pelo USMC (United States Marines Corps). Tal programa, orçado em cerca de US$ 125 milhões, visa reforçar a suspensão do carro, compostas de sistema de barras de torção, e trocar o atual motor, de 400hp, por um mais moderno e potente, com 525hp, dentre outras modificações necessárias para suportar a adição de peso da nova blindagem reativa desenvolvida para aumentar a proteção do veículo contra foguetes e mísseis anticarro.

Os CLANF que se encontram indisponíveis serão os primeiros a serem enviados aos EUA. Todo o processo de modernização deverá durar cinco anos.

Treinamento no litoral do Rio de Janeiro

Visando a formação de novos operadores de CLANF, o Batalhão de Viaturas Anfíbias do CFN deslocou até Maricá, litoral fluminense, seis carros anfíbios, alguns caminhões Unimog, viaturas Land Rover, Toyota e completo apoio logístico.

Durante cinco dias, os quase 30 alunos colocaram em prática tudo o que aprenderam durante o curso, além de serem provados na prática em simulações de situações que ocorrem no uso real do carro.

Além do emprego no mar e na praia, os alunos foram provados em oficinas que reproduziram situações onde o CLANF é engajado por fogo inimigo de armas anti-carro, fogos de cobertura de artilharia, campo minado, emprego de infantaria e armas leves, etc.Em cada oficina, os alunos foram observados quanto as suas reações, velocidade de raciocínio, capacidade de tomar decisões sob fogo e domínio da máquina.

Todo o roteiro do exercício foi realizado dentro de um cenário de operações de Forças Internacionais de Paz convocadas pela ONU.

Para o Capitão de Fragata (FN) Maurício Miranda, comandante do Batalhão de Viaturas Anfíbias do CFN, os objetivos foram plenamente atingidos “Eu e meus oficiais e praças ficamos muito satisfeitos com o rendimento dos alunos, especialmente durante o emprego do carro no mar, situação de risco necessária para a perfeita formação de Fuzileiros Navais Clanfistas. Meus homens se mostraram capazes de operar seus CLANF de acordo com os procedimentos e táticas previstos nos manuais, e de acordo com a experiência dos instrutores, foram muito bem sucedidos na missão. Nada mais natural, já que nunca sabemos onde estaremos amanhã. O Brasil é um país pacífico mas como tropa de elite da Marinha que somos, estarmos preparados para o combate é a base do ofício de Fuzileiro Naval” completa o comandante.

Também participaram do treinamento homens do Batalhão Toneleros, unidade de Forças Especiais da Marinha do Brasil.