Marinha do Brasil e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul
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Marinha do Brasil e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul

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(Infodefensa.com) Roberto Caiafa, São Paulo –O setor de Defesa no Brasil vive um momento de definições importantes como a que ocorreu no final de 2013 com a escolha do Saab Gripen NG como a nova aeronave de combate da Força Aérea Brasileira (FAB).

No setor naval, o ano de 2014 começou bem movimentado e o primeiro grande passo para a materialização do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), projeto estratégico da Marinha do Brasil (MB), foi dado na última sexta-feira com evento realizado na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro. Na ocasião, foi formalmente apresentado o edital com regras e especificações detalhadas a serem cumpridas pelas empresas a serem contratadas para a montagem e implantação do sistema, previsto para ser concluído em um prazo de dez anos com um custo estimado em cerca de 10 bilhões de dólares.

O vice-almirante Antônio Carlos Frade Carneiro, Diretor de Gestão de Projetos Estratégicos da Marinha (DGePEM) realizou detalhada apresentação sobre os principais pontos do programa, que será gerenciado pela Empresa de Engenharia e Projetos Navais (Engepron) e receberá a consultoria técnica da Fundação Ezute.

Com a introdução do SisGAAz, a Marinha do Brasil poderá monitorar e controlar a imensa área conhecida como Amazônia Azul. O espaço corresponde a 4,5 milhões de quilômetros quadrados que se estendem até 350 milhas náuticas (648 km) da sua costa, e 200 milhas náuticas em torno de suas ilhas oceânicas, representando cerca de metade da área territorial do País.

Selecção da grande empresa

No modelo proposto, uma grande empresa (main contractor), enquadrada na Lei 8666, deverá ter os meios e recursos para implementar as distintas fases do SisGAAz em todo o litoral brasileiro, subcontratando pequenas e médias empresas nacionais sempre que possível para a instalação dos sensores e construção dos centros de dados (site survey), etc. A rede de sensores do SisGAAz envolverá um mix de tecnologias de última geração, composta por radares, veículos aéreos não tripulados (vants), sistemas de comunicação, de guerra eletrônica, meteorologia para a coleta de dados ambientais e meteorológicos, entre outras.

Inicialmente, o sistema terá conexão satelital contratada no mercado internacional, sendo prevista a sua futura integração ao Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC), atualmente na fase de formalização dos contratos entre o governo do Brasil e a empresa vencedora, a Thales Alenia Space.

16 de julho de 2014 é a data limite para o recebimento das propostas das empresas, já que Marinha precisará entregar ao Governo Federal o seu orçamento para o ano fiscal de 2015, a fim de que o SisGAAz não venha a sofrer atrasos. Em novembro de 2014, após a avaliação de uma comissão designada pela Marinha, será divulgada um “short-list”, e em junho de 2015, deverá ser anunciada a empresa vencedora, com a assinatura do contrato sendo prevista para o mês de dezembro.

Implementação

A implementação do SisGAAz está programada para ocorrer em quatro módulos com as seguintes metas: desenvolver o software principal do SisGAAz; integrar os sistemas existentes da Marinha do Brasil; integrar os sistemas existentes do Ministério da Defesa, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira; integrar os sistemas existentes em outras agências federais; instalar o SisGAAz no Centro de Operações (CO) do Comando de Operações Navais (ComOpNav); implantar o monitoramento nas áreas de vigilância; instalar o SisGAAz nos CO da Força e das suas unidades e integrar os meios navais ao sistema.

Novas corvetas

No evento do SisGAAz também foram comentados aspectos do programa de projeto e construção das corvetas Barroso Modificadas, atualmente na fase de definição dos sistemas e subconjuntos a serem empregados nos navios, cujo primeiro corte de metal da primeira unidade a ser construída está previsto para ocorrer no final de 2014. Muito comentada no evento a aparente decisão da Marinha em não adotar os mastros integrados I-Mast da Thales, devido ao seu alto custo e dificuldades de integração de sensores nacionais ao projeto, que utilizaria a versão I-Mast 100, segundo as projeções iniciais.

Infodefensa.com Brasil esteve a bordo do patrulha oceânico Hollande, da Real Marinha Holandesa, navio equipado com a versão I-Mast 400 do sistema, reconhecido pela sua capacidade de harmonizar emissões eletromagnéticas intensas de vário sensores em uma estrutura compacta e protegida dos meios externos. No caso das novas corvetas, conhecidas informalmente como "CV3", será utilizada uma configuração convencional de mastro com radares de busca aérea e de superfície rotativos. As cinco unidades previstas terão motores diesel MTU (4), armamento integrado de canhão naval (provavelmente 76 mm de fogo rápido), dois lançadores triplos de torpedos ASW, canhões automáticos de 30 ou 40 mm, e pela primeira vez, lançadores verticais de mísseis de defesa antiaérea. Duas lanchas rápidas capazes de operar com frações de tropas especiais, e um helicóptero médio multimissão capaz de ser hangarado a bordo complementam a capacidade combativa dessa nova classe de navios a ser construída no Brasil.

Foto: Roberto Caiafa



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