SAAB inicia a montagem do primeiro protótipo do caça brasileiro

(infodefensa.com) Estocolmo A multinacional sueca SAAB iniciou a montagem da primeira fuselagem de um avião de combate Gripen E, adquirido pelo Brasil, e destinada ao primeiro dos três protótipos dessa variante. A empresa também declarou que o novo avião terá um custo menor que a versão CD, em uso por cinco Forças Aéreas. O Gripen E é a designação da versão monoplace da aeronave atualmente conhecida como Gripen NG (nova geração). As peças que estão sendo fabricadas irão se destinar ao avião de número 39-8, primeiro dos três protótipos previstos. Também se encontra em produção os primeiros componentes para o segundo protótipo, denominado 39-9.

Lennart Sindahl, responsável pela Divisão de Aeronáutica do grupo, se mostrou satisfeito pela evolução do programa e ressaltou sua confiança na escolha do Gripen E pela suíços, após a apuração de referendo sobre o tema a ser realizado no próximo dia 18 de maio. A compra suíça será de 22 unidades, caso o referendo seja positivo. "Durante 16 anos temos mantido conversações com o Brasil e uma coisa nos é muito clara: eles querem o Gripen EF", afirmou Sindahl.

O executivo da SAAB reconheceu que desde dezembro de 2013 vem mantendo intensos contatos com representantes do ministério da Defesa do Brasil, visando a definição dos detalhes de contrato, após o anúncio da decisão de adquirir o caça sueco. "O Brasil nos solicitou o desenvolvimento da versão Gripen F de dois assentos em tandem, uma variante que não será necessária na Força Aérea Sueca e muito menos na Força Aérea da Suíça. As conversações já foram iniciadas e já avançamos bastante nessa direção", declarou Sindahl.

Calendário de Desenvolvimento

O voo inaugural do primeiro protótipo está programado para a segunda metade de 2015 na configuração de um assento, e será usado principalmente para comprovar o acerto da estrutura e a efetividade dos sistemas de controle de voo. O segundo protótipo esta previsto para voar na segunda metade de 2016 e já contará com sistemas táticos como radar embarcado AESA, data-link e outros equipamentos. Qualquer adaptação mais importante será incorporada ao modelo 39-10, o terceiro protótipo, previsto para voar em 2017 e do qual já se espera, de maneira geral, grande semelhança com a configuração final da versão E (NG).

A partir de então, se iniciará a produção em série. A SAAB tem como objetivo alcançar a certificação militar do tipo no início de 2018, de modo que as primeiras entregas contratadas pela Suécia e Suíça ocorram nesse mesmo ano. Quando a linha de montagem estiver a pleno funcionamento, a empresa tem dito que será capaz de completar um caça novo a cada 18 meses ou converter estruturas de aviões das versões anteriores ao padrão E em menos de um ano.

Os executivos da SAAB informaram que já foi firmado um contrato com a RUAG Aviation para a fabricação dos sistemas eletrônicos a serem instalados nos caças, e que, futuramente, farão a seleção de outra empresa suíça para a fabricação das estruturas traseiras, cauda e ailerons do Gripen E.

Negociações em curso

A frota total de Gripens, operados pelas Forças Aéreas da República Checa, Hungria, África do Sul, Tailândia e Suécia acumulam mais de 203.000 horas de voo, segundo a multinacional SAAB. A Força Aérea Sueca calcula um custo operativo por hora de voo, em qualquer das variantes do avião, de cerca de US$ 7.560 dólares.

Além das negociações com Brasil e Suíça, a SAAB esta oferecendo o caça para a Malásia, tanto através de venda direta ou aluguel (leasing), como ainda confia que a Tailândia possa vir a adquirir mais exemplares para ampliar a sua frota atual de 12 unidades.

Possíveis clientes: Da Bélgica a Botsuana

Sindahl incluiu entre os futuros possíveis operadores do Gripen países que já estão sendo "trabalhados" pela SAAB: Bélgica, Botsuana, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Indonésia, Letônia, Lituânia, Peru, Filipinas, Portugal e Eslováquia. A companhia também confia que a República Checa venha a firmar, nos próximos meses, uma ampliação do contrato de aluguel (leasing) em vigor, relativo a 14 aeronaves das versões CD até pelo menos 2026, exatamente como fez a Hungria em 2011.

Foto:SAAB