Crise na fábrica de Sete Lagoas da Iveco Veículos de Defesa
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Crise na fábrica de Sete Lagoas da Iveco Veículos de Defesa

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A quinta feira 21 de maio foi um dia movimentado na cidade de Sete Lagoas, por conta das notícias sobre os cortes expressivos no orçamento federal (incluindo o setor de Defesa), previstos para serem anunciados na sexta feira 22 de maio, e os reflexos negativos desse anúncio sobre a fábrica da Iveco Veículos de Defesa.

Os últimos dias foram marcados por uma intensa movimentação política nos bastidores dos governos do município de Sete Lagoas e do Estado de Minas Gerais.

Empresários, sindicalistas, dirigentes de associações classistas, políticos e autoridades se mobilizaram após a divulgação de declaração atribuída ao diretor de Iveco Veículos de Defesa, Humberto Marchioni Spinetti, que reproduzimos aqui (publicado originalmente no site www.setelagoas.com.br):

“Em comunicado endereçado ao prefeito Márcio Reinaldo Dias Moreira no dia 15 de maio, o diretor Humberto Spinetti, afirmou que a condição orçamentária atual do Exército Brasileiro é motivo de preocupação para a Iveco Veículos de Defesa, pois a partir de junho de 2015, o respaldo financeiro para produção dos veículos blindados será cortado. De acordo com ele, a consequência disso é uma parada de produção iminente, além de outras medidas de contenção pela empresa com reflexo no nível de emprego direto e indireto na cidade. Diante dessa situação, o município de Sete Lagoas, representado pela Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores e pelo setor empresarial, através da Associação Comercial e Industrial, enviou nesta quinta-feira (21), “Moção de Apoio” à Iveco Latin América, externando a preocupação em relação ao anúncio do iminente encerramento das atividades de sua planta de montagem da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) “Guarani”, que compõe a “Nova Família de Blindados do Exército Brasileiro”.

O documento foi assinado pelo prefeito Márcio Reinaldo, o presidente da Câmara Municipal, Fabrício Nascimento e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Sete Lagoas, Flávio Túlio Costa Fonseca.

A “Moção de Apoio” foi apresentada à deputada federal Jô Moraes, presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara Federal. Na quinta feira (21�5), em reunião com a “Bancada Mineira” na Câmara dos Deputados, a parlamentar, de origem mineira, exibiu a “Moção” com o objetivo declarado de unir forças para reverter à situação anunciada pela Iveco.

IVECO Latin America

Em 18 de dezembro de 2009, o Exército Brasileiro (EB) e a IVECO assinaram um acordo para a construção de 2.044 unidades dos diversos modelos da família VBTP-MR, (produção iniciada em 2012 e prevista para ser concluída em 2030. A Iveco investiu 75 milhões de Reais na construção da planta fabril, planejada para cumprir o contrato assinado e capaz de produzir até 114 unidades/ano, e a complexa pista de testes. O Programa Guarani já resultou na encomenda de188 VBTP-MR 6x6, cujos últimos exemplares serão entregues neste mês de maio.

O Exército ainda não deu o aceite desse veículo, o que permitiria o início da produção seriada. Os modelos adquiridos foram os protótipos e aqueles feitos através de Lotes de Experimentação Doutrinária (LED). O Programa Guarani (Nova Família de Blindados de Rodas) é um projeto brasileiro, atendendo os requisitos do EB com um índice de nacionalização que excede 60 %, dando novamente ao país uma capacidade de produzir veículos blindados modernos em uma planta de primeiro mundo.

Outros Programas

O programa VBMT-LR 4x4, considerado como entrando na fase final de seleção, deveria chamar os proponentes para uma ultima conversa no mês de abril antes de se anunciar o vencedor. No entanto, esse programa encontra-se parado.

O Programa VBR-MR 8x8, que este na fase de seleção do sistema de armas, foi colocado em stand-by por tempo indeterminado, aguardando uma melhora no cenário orçamentário para o seu lançamento oficial.

Quando o ministro Jaques Wagner afirma que o orçamento da sua pasta cresceu 10 vezes em 15 anos (declaração dada na última quarta-feira, na Câmara dos Deputados), é forçoso lembrar, trata-se, na verdade, de um tímido processo de recuperação sobre perdas acumuladas em mais de três décadas, a realidade atual desnudando atrasos consistentes nos pagamentos de montantes financeiros expressivos, a partir de meados de 2014, em programas considerados “fundamentais” como a modernização dos jatos de ataque AMX A-1M, a homologação e produção seriada do jato de transporte KC-390, a fabricação e entrega de 50 helicópteros para as Três Forças dentro do programa HX-BR ou a produção de 2.044 unidades do Projeto Guarani.

Fotos: Roberto Caiafa



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