O assunto norteou a audiência concedida pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao ministro de Estado para o Comércio Internacional do Reino Unido, Liam Fox, em Brasília, na última semana. Durante o encontro, os ministros se dispuseram a retomar um acordo bilateral.
Liam Fox iniciou a conversa explicando que foi preciso ajustar os gastos das Forças Armadas britânicas em relação ao orçamento, e discorreu sobre diversas ações implementadas e outras atualmente em curso.
O ministro Jungmann contou que o país atravessa uma crise financeira e lembrou que, entre 2008 e 2009, o governo brasileiro resolveu expandir os gastos e atualmente é necessária a revisão para moldá-los à realidade fiscal.
Jungmann também informou que as Forças Armadas têm em seus quadros militares temporários, com contrato de até oito anos, que representam um custo menor para o erário.
Segundo o ministro, ao término deste período acaba o vínculo e a permanência somente se dará por meio de concurso público.
O ministro brasileiro afirmou que tem mantido diálogos constantes com outros países como forma de assegurar o incremento de produtos de defesa, e o Reino Unido é um tradicional amigo e fornecedor de material de Defesa no mercado brasileiro.
Acordos Brasil x UK
Citando apenas o setor naval como exemplo, a Marinha do Brasil selecionou o míssil Sea Ceptor, da MBDA, para equipar suas futuras corvetas Classe Tamandaré. Trata-se do mesmo armamento destinado as novas fragatas Classe Daring (ou Type 45) da Real Marinha Britânica.
Uma série de fragatas brasileiras utilizam turbinas Rolls Royce Olympus como propulsor, e o helicóptero embarcado por excelência nestes navios, os Agusta Westland Super Lynx, estão atualmente sendo submetidos a mais um processo de atualização de motores, sensores e capacidades, devendo permanecer em serviço armados com mísseis Sea Skua, torpedos e minas anti-submarino.
Imagem: EMCFA/ tenente Maurílio Kelly / MBDA / Real Marinha Britânica