S-Cube, o ouvido do S40 Riachuelo
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S-Cube, o ouvido do S40 Riachuelo

SSk Classe Riachuelo: o mais moderno submarino diesel-elétrico da América do Sul.
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Em dezembro de 2008, o Brasil colocou encomendas para quatro submarinos de ataque diesel-elétricos designados S40 Riachuelo, S41 Humaita, S42 Tonelero e S43 Angostura.

A construção do primeiro submarino, baseado no modelo francês Scorpene, começou em julho de 2011 através de uma joint venture criada pelo Naval Group e pela Odebrecht do Brasil.

O submarino líder da classe, o S40 Riachuelo, foi oficialmente lançado em 14 de dezembro de 2018 e deverá ser incorporado ao setor operativo da Esquadra em 2020.

Por fim, até 2029 a Marinha construirá o primeiro Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR), que será batizado de "Álvaro Alberto", uma homenagem ao Almirante Brasileiro que foi o pioneiro no uso da tecnologia nuclear no País.

Os ouvidos da Classe Riachuelo

O Thales S-Cube, uma evolução da linha bem-sucedida de sonares do tipo Thales TSM 2233, foi selecionado para equipar os submarinos Scorpene encomendados pelo Chile, Malásia, Índia e Brasil.

Trata-se do sistema sonar totalmente integrado de última geração para submarinos de ataque equipados com propulsão convencional (denominados SSK).

A força decisiva do S-Cube está em sua arquitetura de sistema aberto (Open-source architecture ou OSA) e a facilidade de integração resultante de atualizações baseadas em equipamentos classificados como Commercial off-the-shelf ou COTS.

Interfaces padrão, protocolos e serviços acessíveis são usados para construir interoperabilidade, propiciando arquiteturas escaláveis que oferecem o melhor valor para o recurso empregado em todo o ciclo de vida do programa, de acordo com os recursos de cada cliente.

Com a família S-Cube baseada em OSA, é oferecida aos operadores a opção de atualizar suítes iniciais por hardware COTS, sendo facultado ir adicionando funcionalidades de software para produzir verdadeiramente capacidades multimissão.

Segundo explicou a reportagem de Infodefensa executivos da Thales Underwater Systems em Sophia Antipolis (França), os clientes podem priorizar capacidades e planejar atualizações em fases, uma flexibilidade sem precedentes.

Uma combinação vencedora

O desempenho comprovado do S-Cube depende de interfaces de operador simples e intuitivas e um sofisticado processamento de sinal acústico. Um feixe adaptável e a polimerização do difluoreto de vinilideno (PVDF) juntos garantem excelente eficiência acústica aos transdutores PVDF, ideais para matrizes de flanco submarino como o sistema TSM 2253 flank array que equipa a Classe Riachuelo (PLANAR Flank Array Sonar) integrado ao S-Cube.

Esse material fino, leve e fácil de instalar e manter (PVDF) tem demonstrado consistentemente alto desempenho tanto em águas profundas quanto rasas.

Durante a visita da reportagem de Infodefensa a Sophia Antipolis (França), unidade da Thales Underwater System onde essa tecnologia foi desenvolvida, foi possível visualizar em mãos a cerâmica especial que recebe os sons captados pelos transdutores plásticos PVDF,e também ver uma seção flank array do TSM 2253 revelando o complexo procedimento de montagem e solda/colagem dos componentes cerâmicos e plásticos.

O amplo catálogo Thales S-Cube inclui arrays (antenas sonar) de proa, flanco, casco, rebocado (por cabo), monitoramento do próprio ruído, MOAS (Mine & Obstacle Avoidance Sonar ou Sonar de Evitação de Minas e Obstáculos), mais o sonar de visada lateral de antena plana passiva Thales PLANAR FLANK ARRAY SONAR (capaz de prover consciência situacional e detecção avançada nos lóbulos laterais do submartino) e o Sonar Thales Velox M8 (matriz de interceptação).

O S-CUBE pode ser integrado em qualquer CMS, sendo operado a partir de consoles multifuncionais.

O sistema de gerenciamento e comando tático Thales SUBTICS (Submarine Tactical Information and Command System), que comanda e coordena a detecção acústica, a detecção ar/superfície, a navegação e o controle das armas do submarino, realiza a integração da suíte de sonares S-Cube.

Como um sistema integrado, o SUBTICS oferece acesso instantâneo a todos os dados dos sensores.

Esses dados também podem ser pós-processados em um longo time-line (gravação e disponibilização dos eventos), a qualquer momento, a pedido do operador de sonar, proporcionando uma inestimável ferramenta para análise de contato e classificação.

Durante a visita as instalações da Omnisys, subsidiária da Thales baseada em São Bernardo do Campo (SP), a reportagem de Infodefensa pode observar a integração dos consoles SUBTICS do quarto submarino a ser entregue (S43 Angostura), e visualizar no despacho da empresa as caixas especiais seladas contendo os consoles de operadores e seus acessórios, destinados ao segundo submarino (S41 Humaita).

Sistemas complementares

Para realizar a navegação, a Classe Riachuelo conta com uma central inercial, Giro Laser Ring, receptores GPS e sistema de eco-sonda NUSS 2F Mk2.

Criado para anular torpedos do inimigo, o sistema defensivo Thales CONTRALTO emprega modernos despistadores /geradores de ruídos do tipo DECOY descartável e/ou rebocável.

Muitos dos equipamentos internos da Classe Riachuelo são montados sobre sustentações elásticas do tipo “shock-resistant” comuns em submarinos de propulsão nuclear. Essa tecnologia diminui sensivelmente as vibrações e ruídos para fora do casco, tornando o SSK mais silencioso.

Sistemas de armas

O submarino de ataque Classe Riachuelo pode transportar 18 torpedos pesados anti-navio e anti-submarino do tipo F.21 e mísseis anti-superfície do tipo EXOCET SM39 ou 30 minas (tipos variados).

O manuseio e carregamento de armas é totalmente automatizado.

O submarino está equipado na proa com seis tubos de torpedo de 21 polegadas, oferecendo capacidade de lançamento de descarga positiva através de uma bomba de turbina a ar comprimido (técnica usada tanto para lançar torpedos quanto mísseis SM.39 encapsulados).

Assim a Classe Riachuelo pode realizar missões antissubmarinas e antisuperfície em qualquer condição de mar, além de operações de infiltração e exfiltração de tropas especiais navais, sempre com alta taxa de discrição.

Essa família de submarinos de ataque convencionais servirá essencialmente para defender a costa brasileira e as instalações petrolíferas do pré-sal em alto mar contra eventuais ataques de embarcações militares de grande porte.

Segundo declarou o primeiro comandante do Riachuelo, capitão-de-corveta Edson do Vale, a simples presença de submarinos modernos e bem equipados defendendo o mar territorial do Brasil tem "enorme efeito dissuasório", pois o custo de um ataque naval por parte de um país com maior poder militar que o Brasil seria altíssimo, já que o S40 certamente conseguirá afundar unidades capitais do inimigo.

Imagens: Roberto Caiafa / Thales Underwater Systems / Gino Marcomini



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