Bolsonaro leva a indústria brasileira para a Índia em busca de acordos de defesa
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Bolsonaro leva a indústria brasileira para a Índia em busca de acordos de defesa

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Na esteira do anúncio da joint venture entre a fabricante brasileira de munições CBC e sua afiliada Taurus Armas com a empresa indiana SSS Defense, o Governo Brasileiro, em visita oficial aquele país (Missão Presidencial-Empresarial Brasileira à Índia) estabeleceu conversações com o Governo Indiano para a assinatura futura de acordos binacionais na área de Defesa, Espaço e Segurança Cibernética (veja na íntegra aqui).

A Base Industrial de Defesa brasileira tem como meta aumentar para US$ 1 bilhão em cinco anos a exportação de armamentos para Índia, o segundo maior importador de produtos de defesa no mundo.

Segundo Marcos Degaut, secretário de produtos de defesa do Ministério da Defesa, o Brasil está na fase final de negociação de dois acordos de defesa com a Índia, a serem assinados nos próximos meses pelo ministro da pasta, Fernando Azevedo.

Um prevê um fundo para financiar projetos estratégicos, produção e exportação de produtos resultantes, o outro é para a cooperação no desenvolvimento e comercialização de equipamentos de defesa.

"A base industrial de defesa do Brasil quer ter acesso ao gigantesco mercado indiano e, por conseguinte, ao mercado asiático, além de formar de parcerias estratégicas para desenvolvimento tecnológico, captar investimentos e desenvolver instrumentos de financiamento à exportação", diz Degaut.

Primeiro dia industrial Brasil-Índia

Ao lado do secretário da defesa da índia, Ajay Kumar, Degaut abrirá nesta segunda-feira (27) o Primeiro Diálogo da Indústria de Defesa Brasil-Índia.

Uma delegação de empresários de dez grandes empresas de armas, munição, vigilância e aviação (Altave, Atech, Avibras, CBC, Condor, Embraer, Iveco, Macjee, Omnisys e Taurus) acompanha a comitiva do presidente Jair Bolsonaro na visita oficial à Índia.

Hoje, o Brasil exporta para a Índia um valor muito pequeno em produtos de defesa: em 2019, foram apenas US$ 427 mil. O intercâmbio comercial entre o Brasil e a Índia totalizou US$ 7,02 bilhões em 2019, com exportações brasileiras no valor de US$ 2,76 bilhões e importações provenientes da Índia no valor de US$ 4,26 bilhões.

Segundo Degaut, um dos principais obstáculos para o aumento de vendas é a escassez de mecanismos de financiamento à exportação no Brasil, incluindo instrumentos de seguro e crédito.

Para o secretário, o Brasil poderia exportar aeronaves como o Super Tucano e o KC-390, ambos da Embraer, sistemas de artilharia e de defesa aérea, de controle de tráfego aéreo e monitoramento de fronteiras, blindados e veículos de combate, helicópteros, submarinos classe Scorpène, embarcações leves, armas e munições e equipamento não-letais.

O projeto faz parte de um plano do governo brasileiro de facilitar e incentivar o setor de equipamentos de defesa. Em 2019, o Brasil registrou aumento de 30% nas autorizações de exportações de produtos de Defesa, em relação a 2018, um salto de US$ 915 milhões para US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões).

Segundo o relatório Trends in World Military Expenditure 2018 publicado pelo Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), o Brasil alcançou em 2019 a 13ª posição entre as potências militares mundiais.

A Índia foi o quarto país do mundo em gastos militares no ano de 2018, com 66,5 bilhões de dólares.

O Brasil, naquele mesmo ano, ficou em décimo segundo lugar com 27,8 bilhões.

Empresários brasileiros na Índia

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), organizou uma missão empresarial à Índia nos dias 27 e 28/01, por ocasião da visita do presidente da República Jair Bolsonaro a Nova Delhi.

A delegação é composta por cerca de 70 representantes de empresas brasileiras e de associações setoriais. A agenda da Missão inclui o seminário India-Brazil Business Forum, realizado em parceria com o governo indiano, a Confederação da Indústria Indiana (CII), Câmaras Associadas de Comércio e Indústria da Índia (ASSOCHAM) e Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI).

O evento acontece nesta segunda-feira (27/01), com a presença de autoridades dos dois países, empresários e investidores brasileiros e indianos. O programa prevê ainda visitas técnicas e eventos de networking entre empresários no dia 28.

Taurus (Brasil) e Jindal (Índia)

A Taurus, empresa brasileira que é uma das três maiores produtoras de armas leves do mundo, está em fase final de negociação de uma joint-venture com a siderúrgica indiana Jindal.

Quando concretizada a joint-venture, a Taurus passará a fabricar revólveres e pistolas para os mercados civil e militar do país. Para o mercado militar, também vai participar de licitações para armas táticas.

Segundo o presidente da Taurus, Salésio Nuhs, o acordo se encaixaria no programa Make in India do primeiro-ministro Narendra Modi, que estimula a substituição de importações e instalação de indústrias no país, com transferência de tecnologia.

No acordo, a Taurus seria dona de 51% da nova empresa, e a Jindal, de 49%.

O Programa Make in India

O Programa de Estado Make In India, foi lançado em 2014 como uma resposta à grave crise econômica que o país atravessava junto com outros membros do BRICS.

O Make In India consiste em transformar a Índia em um hub global de design e fabricação e busca facilitar e atrair investimentos, promover a inovação, aprimorar o desenvolvimento de habilidades, proteger a propriedade intelectual e criar a melhor infraestrutura de manufatura de classe mundial.

O Make In India representa uma revisão abrangente e sem precedentes de processos e políticas desatualizados, uma mudança completa da mentalidade do governo – uma mudança da autoridade de emissão para o parceiro de negócios, de acordo com o princípio de Governo Mínimo, Máxima Governança.

Uma das áreas de maior destaque do programa é a Defence Manufacturing.



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