Presidente francês e o Rafale no Brasil
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Presidente francês e o Rafale no Brasil

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Infodefensa.com) Roberto Caiafa, São Paulo – Na próxima quinta feira (12 de dezembro), chega ao Brasil em visita oficial o presidente da França, Mr. François Hollande, trazendo na sua comitiva o presidente da Dassault, Mr. Éric Trappier. O objetivo é muito claro, pautar junto a presidente Dilma Rousseff a venda do caça Rafale, um dos finalistas da longeva, controversa e desacreditada concorrência FX-2, criada para selecionar uma nova aeronave de combate para a Força Aérea Brasileira (FAB). Nos últimos 15 anos, entre avanços e retrocessos, a licitação, que começou como FX, passou por dois presidentes (Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva), tendo sido postergada várias vezes, e virou FX-2 sem dar uma decisão final sobre qual aeronave será escolhida entre os atuais três finalistas, o caça francês, o norte-americano Boeing F/A-18 Super Hornet e o sueco SAAB Gripen NG.

A França tenta vender o Rafale ao Brasil há anos. O avião foi dado como virtual vencedor da concorrência F-X2 na presença do então presidente Nicolas Sarkozy em 2009, durante animado discurso do presidente Lula, fato logo desmentido devido à falta de apoio francês a candidatura do Brasil para ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. As chances de o caça francês ser escolhido o principal avião de combate da Força Aérea Brasileira na atualidade aumentaram por vários motivos. François Hollande tem uma boa relação com a presidente Dilma Rousseff. O recente escândalo de espionagem praticado pelos Estados Unidos contra seus aliados (incluindo aí o Brasil) prejudicou bastante a posição do F/A-18 Super Hornet, anteriormente muito bem cotado para ser escolhido. O SAAB Gripen, vencedor do relatório técnico final de avaliação feito pela FAB, oferece o desenvolvimento conjunto governo a governo para a fabricação da nova versão NG no Brasil.

Trappier deverá responder a todos os detalhes técnicos, políticos, e financeiros que Dilma e Hollande quiserem saber sobre o bilionário contrato para aquisição de 36 aviões, podendo chegar a 120 unidades, já que a FAB planeja padronizar e renovar toda sua frota de caças-bombardeiros com apenas um modelo multifunção, especialmente se for considerado economicamente viável sua produção no Brasil pela Embraer, com transferência de sua tecnologia.

Um portfólio de combate exemplar

Em missões recentes no Afeganistão, na Líbia e no Mali, o Rafale foi muito bem-sucedido em combate. Segundo Benoît Dussaugey, novo vice-presidente responsável pelo consórcio Rafale International "Uma das missões envolveu um voo partindo da base aérea de Saint-Dizier, na França, e indo até o Mali, o equivalente a voar de Porto Alegre (sul do Brasil) a Boa Vista (estado de Roraima, na região amazônica de fronteira com a Venezuela e Guiana), cruzando todo o País". O executivo veio ao Brasil para dez dias de conversas. Ele falará com autoridades e empresas nacionais que poderão se envolver na produção de componentes para os Rafale da FAB caso ele seja escolhido pelo governo de Dilma (ou seu sucessor, se ela decidir adiar a compra, como fizeram os dois presidentes anteriores).

Um dos trunfos de Dussaugey é o acordo de venda e produção de 126 Rafale para a Índia, incluindo no final 100% de nacionalização do avião, com total transferência de tecnologia. Isso poderá acontecer no Brasil, embora o objetivo inicial aqui seja de uma nacionalização de até 50% (considerando uma compra 36 aviões). Dussaugey esteve no dia 09/12 (última segunda feira) na Embraer, uma das cerca de 50 empresas, entidades ou centros de pesquisa com os quais o consórcio já tem acordos de cooperação firmados anteriormente. Um dos exemplos que ele cita é a Omnisys, de São Bernardo do Campo (SP), controlada pela multinacional Thales, que seria responsável pelos radares do jato. "O Rafale é inteiramente francês, o que permite uma irrestrita transferência de tecnologia", afirma Dussaugey, alfinetando seus concorrentes, o sueco Gripen, que possui componentes fabricados nos EUA, e o F/A-18, ambos dependentes do bom humor do congresso norte-americano.

Vem aí o caça tampão?

Nos últimos meses, rumores internos dão conta de que a FAB poderia ser forçada a adotar uma aeronave tampão (provisória), já que sua frota de caças F-5EM modernizados deve começar a dar baixa em 2017. Os Mirage 2000, comprados de 2ª mão em 2005 para manter ativo um esquadrão cuja principal missão é a defesa aérea da capital federal, Brasília, serão aposentados na virada do ano sem perspectiva de substituição pela aeronave vencedora do FX-2. Isso vai sobrecarregar ainda mais a atual frota de F-5EM mesmo com o reforço de 11 células adquiridas da Jordânia e atualmente em fase de modernização pela Embraer Defesa & Segurança. Dentre os modelos cogitados, especula-se muito sobre a compra de lotes de caças F-16 Viper diretamente dos estoques da Força Aérea dos Estados Unidos, dentre os em melhores condições armazenados em depósitos do meio oeste americano. Os israelenses também entraram no páreo oferecendo uma versão modernizada do seu Kfir (cópia bastante modificada do Mirage III, operado pela FAB até 2005), assim como os russos, que oferecem versões dos seus jatos Sukhoi SU-30 ou SU-35.

Fotos: Roberto Caiafa / Infodefensa.com



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