O Comando Logístico do Exército Brasileiro (EB) divulgou imagens e vídeos do desenvolvimento de um upgrade com visão termal e mísseis guiados anticarro para a frota de carros 6x6 sobre rodas EE-9 Cascavel, em serviço em grande número no EB.
Sistemas óticos de pontaria obsoletos e a falta de visão termal (configuração atual), limitam os blindados brasileiros a missões diurnas de baixa intensidade.
A upgrade em desenvolvimento tem o potencial de tornar esse veloz reconhecedor armado com canhão de 90 mm mais efetivo, especialmente em operações noturnas.
O sensor
Não foi divulgado o fornecedor da visão termal, mas o Exército vem trabalhado há muitos anos com a Optovac Mecânica Optoeletrônica, especializada em equipamentos de optrônica e visão noturna.
A empresa foi adquirida em 2012 pelos franceses do Grupo Safran, e já desenvolveu uma série de visores termais para uso da infantaria e artilharia, portanto, existe know-how para o desenvolvimento de uma nova versão, embarcada em veículos blindados.
No vídeo é possível observar que o sensor foi montado sobre o tubo da arma principal de 90 mm, em uma espécie de bandeja de aço reforçada.
No interior do carro, monitores HD monocromáticos touch screen com simbologia intuitiva permitem ao comandante e motorista verem (e gravarem) o que está sendo captado pelo sensor (calcula-se um alcance de 2 km para detecção de fontes emissoras de calor).
O lançador ATGM
A instalação ainda é bem simples (protótipo). De cada lado da torre do EE-9 pende um suporte reforçado motorizado, capaz de mover-se em deriva e elevação de forma limitada.
Atachado ao suporte, um tubo selado contendo um Anti Tank Guided Missile (ATGM), no caso do Exército Brasileiro, do tipo MSS 1.2 adquirido a Mectron.
Esse sistema anticarro brasileiro, na sua versão de infantaria, é usado com um homem transportando a unidade de guiamento/pontaria, e outro o tubo selado com o míssil.
Não foram divulgados detalhes da instalação e integração do sistema de guiamento/pontaria do míssil no interior da torre. É visível no vídeo uma montagem retrátil tipo periscópio, mas certamente é um desenho preliminar de testes.
O MSS 1.2 é guiado até o alvo por um feixe laser (bean rider). Esse armamento, provavelmente, deverá ser operado somente pelo comandante do carro. Dados sobre a quantidade de mísseis transportados, e a possibilidade de recarga dos tubos ainda são desconhecidos.
O sensor termal deverá ser capaz de proporcionar o tiro noturno com esse armamento, tornando o EE-9 Cascavel extremamente letal em combate urbano e no reconhecimento armado ligeiro.
Veja aqui o vídeo.
Imagens: Roberto Caiafa / Comando Logístico do Exército Brasileiro