França reafirma seu apoio ao PROSUB enquanto negocia grande acordo de Defesa com o Brasil
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França reafirma seu apoio ao PROSUB enquanto negocia grande acordo de Defesa com o Brasil

Macron garantiu que esse terceiro submarino "é uma prova concreta de que os dois países juntos são capazes de realizar uma verdadeira parceria estratégica"
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As cores do Brasil e da França durante a cerimônia em Itaguaí. Firma: MB
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A Marinha do Brasil (MB) realizou, na última quarta-feira (27/03), o batismo e o lançamento ao mar do Submarino “Tonelero”, no Complexo Naval de Itaguaí (RJ). 

A cerimônia contou com a participação do Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio da Silva, acompanhado do Presidente da França, Emmanuel Jean-Michel Frédéric Macron, do Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, e demais representantes do Almirantado. 

Também marcaram presença Ministros de Estado e outras autoridades, bem como membros da indústria de defesa e da comunidade científica e tecnológica.

Tonelero4A tradicional foto reunindo todos os envolvidos na entrega de mais um submarino a Marinha do Brasil. Firma: MB

Em seu discurso, o Presidente brasileiro deu destaque aos 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e França, a serem comemorados em 2025, e também deu grande destaque a estratégia da Marinha conhecida como Amazônia Azul. “Neste estaleiro (ICN/EBN), vislumbramos a vastidão dos 5,7 milhões de km² do espaço marítimo brasileiro, onde 95% do comércio exterior transita pelo Atlântico Sul, e onde existem recursos naturais e rica biodiversidade ainda inexplorados. Da Amazônia Azul, retiramos 75% do gás natural e 45% do pescado produzido no nosso país, e a proteção desse patrimônio natural e a manutenção do Atlântico Sul como zona de paz e cooperação são vertentes centrais da política externa brasileira. Ao longo dos últimos 150 anos, esses objetivos nacionais se tornaram realidade com apoio francês”, celebrou. 

E Luis Inácio continua “Hoje, com o complexo instalado aqui na Baía de Sepetiba, o Brasil se posiciona dentro do pequeno grupo de países que domina a construção de submarinos. O PROSUB é o maior e mais importante projeto de cooperação internacional em assunto de defesa do Brasil, porque garante a soberania no nosso litoral, fortalece a indústria naval, com geração emprego e renda, e promove o desenvolvimento do setor com muita inovação”, completou o Presidente.

Tonelero6Macron em seu discurso citou o caça francês Rafale: "Seria ótimo ver caças Rafale brasileiros sobrevoando essa moderna base naval". Firma: MB

Já o Presidente francês Emmanuel Macron destacou o caráter histórico da conquista, ao afirmar que o País batizou o Submarino com o nome de uma grande vitória que está gravada na memória brasileira. “Mais uma vez, Tonelero será sinônimo de uma vitória brasileira, mas pacífica, industrial, tecnológica. Incontestavelmente uma vitória”, reiterou o Presidente francês.

Para ele, esta é uma ambição que, em 2008, podia parecer desmedida, mas que surpreendeu com os resultados. “Vocês tinham razão de acreditar e nós tivemos razão de apoiar vocês. Este terceiro submarino é testemunha concreta daquilo que nossos países são capazes de realizar juntos, uma verdadeira parceria estratégica. Jamais compartilhamos tanto nosso know-how do que com o Brasil, e os impactos positivos deste estaleiro, em termos de empregos gerados, vocações suscitadas e universidades associadas vão além do que se pretendia: vão permitir multiplicar por dez seu alcance na superfície, muito além das profundezas submarinas", garantiu.

Tonelero5O evento de batismo e lançamento do Tonelero foi bastante prestigiado, com a presença de autoridades do primeiro escalão dos dois países. Firma: MB

O Ministro da Defesa José Mucio afirmou que o avanço nos projetos que constam do PROSUB são “resultado do profissionalismo e seriedade com que a MB, as empresas e as universidades se posicionaram desde o início da jornada. O Ministro disse ainda que o lançamento ao mar do Submarino Tonelero é uma entrega do Estado à sociedade brasileira, afirmando que este segmento da indústria nacional é responsável por aproximadamente 2,9 milhões de postos de trabalhos formais, além de responder por 4,78% do nosso Produto Interno Bruto. “Em 2023, as exportações autorizadas relativas à indústria da Defesa foram 127% maiores do que em 2022, atingindo o segundo melhor desempenho desde o início deste acompanhamento, em 2001. Ficando patente, de forma incontestável, o quão promissor é esse segmento”, concluiu.

O Comandante da Marinha, Almirante Olsen, defendeu maiores investimentos não só na flotilha nacional, mas na indústria de Defesa como um todo, já que, segundo ele, existe uma “ainda acanhada mentalidade por parte da sociedade brasileira, associada à baixa percepção de ameaças, que impõem desafios orçamentários e financeiros à execução do PROSUB e ao Programa Nuclear da Marinha, com potencial de danos relevantes à pesquisa científica, à geração de emprego e à renda digna”.

Tonelero9O S42 Tonelero posicionado no shiplift, começa a descer rumo as águas do Atlântico Sul. Firma: MB

Sobre os recentes questionamentos internacionais envolvendo o Programa Nuclear da Marinha do Brasil, Olsen foi taxativo ao esclarecer "O Brasil ratifica compromissos nacionais e internacionais assumidos em relação às atividades nucleares, com estrita observância aos preceitos constitucionais e aos documentos condicionantes de alto nível, a exemplo da Política Nuclear Brasileira e da Estratégia Nacional de Defesa. Há 30 anos, a estrutura do Programa Nuclear da Marinha tem sido rotineiramente submetida a inspeções de contabilidade e controle pela Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares e pela Agência Internacional de Energia Atômica, com histórico de 438 inspeções anunciadas e 144 não anunciadas. Todas, com exitosos resultados, ratificam o emprego dos materiais nucleares com segurança em atividades pacíficas”, assegurou.

Ganhos com o PROSUB

Em função da transferência de tecnologia proporcionada pelo PROSUB, o Brasil estará no seleto grupo de países que detêm a capacidade de projetar, construir, operar e manter seus próprios submarinos convencionais e com propulsão nuclear. 

O arrasto tecnológico, proporcionado pelo desenvolvimento e aprimoramento das tecnologias embarcadas no submarino, estimulará não só a área de Defesa, mas também setores nacionais civis nos campos de Ciência, Tecnologia e Inovação. 

Tonelero2O S42 Tonelero após descer no shiplift, começa a flutuar nas águas do Atlântico Sul. Firma: MB

Em perspectiva de longo prazo, o Brasil poderá mitigar sua dependência da contribuição externa para seus projetos de submarinos, podendo, inclusive, gerar oportunidades para exportação dessas tecnologias.

Tradição Naval

Cumprindo a tradição naval de batismo, a fim de auspiciar a proteção do Navio e dos seus tripulantes, a primeira-dama brasileira, Janja da Silva, convidada para ser madrinha da embarcação, batizou o Submarino “Tonelero”. 

O batismo de embarcações remonta um ritual milenar que remete às tradições de vikings, romanos, gregos e babilônios. É nessa perspectiva que se situa a Cerimônia de Lançamento de um navio ao mar, quando é batizado por uma madrinha e recebe seu nome oficial.

Tonelero7Os presidentes do Brasil e da França, o ministro da Defesa e o comadante da Marinha acionam o shiplift: o terceiro submarino do PROSUB está lançado!

Fragatas Tamandaré

Enquanto em Itaguaí prosseguem os trabalhos de finalização do quarto submarino, o S-43 Angostura, e começam os trabalhos de prontificação do casco do submarino de propulsão nuclear Álvaro Alberto, paralelamente, em Itajaí, no litoral sul do País, também prossegue em ritmo constante os trabalhos de construção da primeira fragata brasileira do tipo MEKO A100, contrada a thyssenkrupp Marine Systems e empresas associadas, reunidas em um consórcio.

A F200 Tamandaré já está com sua construção bastante adiantada, conforme é possível verificar em duas imagens divulgadas há alguns dias nas mídias sociais do Consórcio Àguas Azuis. 

Uma delas mostra, pela primeira vez, a popa da fragata e suas enormes escotilhas usadas para operar os sistemas antisubmarinos e lançar/recolher embarcações rápidas, dentre outras funções.

Tamandare3Vista da popa da F200 e suas enormes escotilhas de serviço em construção. Firma: thyssenkrupp Marine Systems

Também é possivel ver que a obra está agora concentrada na super estrutura a meia nau, onde ficam instalados a maioria dos equipamentos de comunicações, os diversos computadores, sensores e sistemas de combate, e os sistemas de gerenciamento da funcionalidade do navio.

Na outra imagem, mostrando a proa, é possível verificar que os trabalhos estão bastante adiantados também nessa parte do navio, com o início da instalação de sistemas e equipamentos posicionados no convés da fragata. 

O grande momento para essa parte da construção será a instalação do canhão Leonardo 76/62 de fogo rápido e dos lançadores verticais de mísseis superfície-ar (Sea Ceptor da MBDA), uma capacidade inédita para a Marinha do Brasil.

Tamandare4A proa da fragata F200 Tamandaré em detalhes. Firma: thyssenkrupp Marine Systems



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