O Exército Brasileiro tem desenvolvido programas estratégicos de defesa com foco em alta tecnologia e autonomia.
Alguns desses programas foram expostos nesta quarta-feira (2) em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT).
Entre eles, o de Defesa Antiaérea, que prevê produção de um radar que será único no mundo.
Os senadores ouviram o chefe do Escritório de Projetos do Exército, general Ivan Ferreira Neiva Filho.
Ele afirmou que o programa de Defesa Antiaérea integra as três Forças Armadas e compreende uma série de sistemas de controle, alerta, radares e comunicações.
— É um sistema de sistemas. Na verdade, existem diversos sistemas que são integrados para conseguirmos proteger os nossos ativos, a nossa infraestrutura, o nosso território de uma possível incursão inimiga. E cada vez mais é uma vulnerabilidade que nós temos que fazer face, porque as ameaças existem — afirmou.
Segundo Ivan, o Brasil estava defasado nessa área de defesa e, por meio do programa, está tentando recuperar a capacidade de se defender contra ataques aéreos. Ele explicou que o país utiliza o radar M 60, fundamental para o sistema de defesa de baixa altura.
O equipamento foi desenvolvido e desenhado e tem sido construído em Campinas (SP).
Outro radar que, em um ou dois anos, será utilizado pelo país é o M 200, que alcança 200 quilômetros de distância e tem uma tecnologia altamente sofisticada, segundo o general.
— Pouquíssimos países têm essa capacidade de ter um radar com essa configuração. Talvez, deste modelo, com essa mobilidade, da forma como nós estamos desenhando e com esse protótipo, seja o único no mundo. Isso vai nos trazer um ganho de qualidade, de possibilidade, não só de emprego tático, mas também é um desenvolvimento tecnológico novo, é uma possibilidade de exportação, de emprego e renda, extremamente relevante — disse.
De acordo com Ivan, todo o programa de Defesa Antiaérea está planejado para se concluir em 2039 e precisaria de cerca de R$ 3 bilhões em investimentos, ou seja, R$ 110 milhões por ano.
No entanto, o general afirmou que o orçamento destinado ao Exército está em torno de R$ 30 milhões anuais.