Os Desafios da Defesa Brasileira em 2022
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Os Desafios da Defesa Brasileira em 2022

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Os Desafios da Defesa Brasileira em 2022 (imagenes: FFAA Brasil)
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As Forças Armadas do Brasil terão pela frente diversos desafios em 2022, especialmente naqueles programas mais tecnológicos. 

A escolha daVBC CAV significará operar um meio que o Exército Brasileiro nunca possuiu, o caça-tanques 8x8

Na Marinha, o início da construção das fragatas Classe Tamandaré deverá ser marcado pelo corte da primeira peça de metal, como já é tradição no meio naval. 

Na Força Aérea, a chegada dos primeiros quatro caças Gripen de produção promete revolucionar a forma da Força voar e combater. 

Em um ano de eleições presidenciais e mais restrições orçamentárias, superar esses desafios sera ainda mais difícil, mas não impossível.

Marinha do Brasil

A entrada em serviço do submarino Riachuelo só estará liberada após a realização da campanha de tiro real com torpedos F21 e mísseis Exocet, ações programadas para o terceiro trimestre de 2021 e não concluídas nesse prazo.

Em 2022, a Marinha do Brasil também terá de decidir-se, ou investe em novos vetores para guerra de minas e contra-medidas de minagem, ou continua empregando poucos e cansados barcos alemães fabricados no iníco dos anos de 1970.

As fragatas Classe Tamandaré deverão ter a sua construção finalmente iniciada em Itajaí, no sul do País, algo urgente pois a frota de fragatas está muito desfalcada. 

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Imágenes: Marinha do Brasil

Para tentar amenizar isso, o Arsenal de Marinha trabalhou arduamente durante 2021 para recolocar a fragata Defensora (F-41), navio escolta da Classe Niterói, em condições operativas após 10 anos de inatividade. 

Após cumprir uma sequencia de eventos, a Deusa, como é conhecida na Marinha, deverá ser submetida a uma Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento (Ciasa)

A aprovação do navio pela Ciasa significará que a Defensora está pronta para operar com outros meios da Esquadra e, assim, atender com eficácia às tarefas que lhe forem atribuídas em 2022.

Outro desafio importante será adquirir a doutrina de operação dos SARP Scan Eagle, que devem chegar a São Pedro da Aldeia em 2022, marcando o início do trinômio navio-aeronave-sarp na Marinha do Brasil.

Força Aérea Brasileira

A Força Aérea Brasileira começa a receber os caças de produção F.39 Gripen em 2022, já com atraso de pelo menos seis meses em relação ao último cronograma conhecido. 

Em 2022, as obras de infraestrutura da Base Aérea de Anápolis devem continuar, preparando aquela unidade estratégica para manter e operar o mais sofisticado avião já voado pela Força Aérea em sua história.

No próximo ano também devem chegar mais pilotos qualificados no F.39 Gripen para completar a dotação de pessoal do Esquadrão Jaguar.

Em 2022 deve ser entregue pelo menos mais um KC390, porém ainda é cedo para definir se a frota será de 11 ou 28 exemplares, isso depende de um desfecho amigável entre a Embraer e a Força Aérea, e ambos tem se mostrado irredutíveis em suas posições, o que pressupoe uma solução via tribunais. 

De qualquer forma, é um marketing negativo para um excelente avião, e consertar isso em 2022 também será um grande desafio para ambas as partes

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Imágenes: Roberto Caiafa

Após a dissolução do Esquadrão Pacau, que voava F-5EM, e do Esquadrão Carcará, operador de Learjet de reconhecimento, ficou claro que, em 2022, mais unidades aéreas e mesmo bases inteiras poderão ser desativadas, como forma de direcionar recursos para os programas de modernidade da Força Aérea. 

A falta de capacidade supersônica para a defesa aérea na região amazônica é uma fraqueza defensiva que salta aos olhos, especialmente quando se sabe que a maioria dos mísseis Python IV que deveriam armar os F-5EM estão inoperantes ou vencidos. 

Integrar o missil Iris-T nos F-5EM pode ser o grande desafio da caça brasileira em 2022, sob pena de a Força Aérea ficar "desarmada", já que os F.39 Gripen só devem alcançar o IOC a partir de 2024, segundo as previsões mais otimistas. 

A combinação F-5EM + Iris-T é possível de ser feita com custos relativamente baixos, como foi feito pela Tailândia com os seus F-5 recebendo a integração do Iris-T via Elbit Systems. 

Se a Tailândia consegue, por que o Brasil não conseguiria?

O Centro de Lançamento de Alcântara deverá ter um protagonismo maior a partir de 2022, e o Programa Espacial Brasileiro parece voltar a ganhar fôlego com os experimentos bem sucedidos de 2021 tendo continuidade em 2022. 

Satélites de diferentes tipos e capacidades deverão ser lançados em um futuro próximo do CLA, mas para 2022 deverão acontecer apenas lançamentos de teste/treinamento.

Exército Brasileiro

O tema blindados deverá dominar as ações do Exército em 2022. 

A necessidade do VBC CAV 8x8 e da modernização dos EE-9 Cascavel são prioridade absoluta na Força, embora já se fale que os EE-9 não deverão receber mísseis anti-carro, resultando em uma atualização bem menos dispendiosa do que a especificada nos requerimentos iniciais, e também mais simples e com risco tecnológico mais baixo.

A compra de 100 mísseis ATGM Spike Rafael deverá por um fim na crônica falta desse tipo de armamento no Brasil, em que pese a quantidade pequena, apenas uma centena. 

Essa carência certamente irá determinar a decisão de se comprar mais mísseis, o que pode acontecer já em 2022.

Os Programas Estratégicos deverão manter seus ritmos atuais, exceto pelo Astros 2020, que promete um 2022 movimentado com a campanha de tiro dessa arma sofisticada, o Strev assumindo um papel essencial nessa fase final do desenvolvimento do míssil de cruzeiro e dos foguetes guiados. 

Outros setores da Artilharia, como os canhões de campanha auto-rebocados e obuseiros autopropulsados sobre rodas deverão evoluir para um RFP no segundo semestre, segundo fontes próximas ao Escritório de Projetos do Exército.

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Imágenes: Roberto Caiafa

As  decisões sobre os veículos blindados Leopard 1A5 BR, EE-9 Cascavel e VBC CAV deverão ser tornadas públicas até o final do primeiro trimestre, e na sequencia, começam os trabalhos de construção dos contratos com as empresas escolhidas. 

Será um desafio enorme a Força Terrestre conseguir emplacar esses programas (essenciais) no atual cenário de aperto orçamentário causado pelo ano eleitoral que restringe bastante as possibilidades de aquisições.



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