Brasil: fábrica ilegal de fuzis desmantelada em Belo Horizonte
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Reunião ilícita

Brasil: fábrica ilegal de fuzis desmantelada em Belo Horizonte

Além disso, uma fiscalização interna do Arsenal de Guerra de São Paulo constatou o desaparecimento de 21 metralhadoras
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52 fuzis fabricados em Belo Horizonte foram apreendidos pela Policia Federal no Rio de Janeiro, levando a descoberta da fábrica. Foto: DPF
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Uma semana surpreendente sobre armas no Brasil começou na quarta feira (11/10), quando uma operação da Polícia Federal na cidade de Belo Horizonte (capital do Estado de Minas Gerais) "estourou" uma final assembly line ilegal, especializada em fabricar, montar e customizar fuzis de assalto MK4 BLK/AR-15 em calibre 7,62mm para depois "entregá-los aos clientes", no caso as milícias paramilitares e narcogangues que disputam o controle territorial de grandes áreas urbanas na cidade do Rio de Janeiro.

Fabrica1As máquinas brancas são fresadoras CNC para a fabricação de peças complexas, a máquina cinza a direita é uma brunideira vertical para a fabricação de canos de 7" ou 7,5" , raiados. Foto: DPF

Maquinas fresadoras CNC modernas fabricavam peças novas do tipo upper receiver, lower receiver, barrel lug, nuts do handguard, ou retrabalhavam peças como o conjunto de gatilho, de forma a modificar o sistema seletor de tiro e acrescentar a capacidade de fogo em automático para esses fuzis, comprados como kits de peças em separado e depois montados na fábrica ilegal. 

Como existem dezenas de empresas pelo mundo especilizadas em partes e componentes para a plataforma MK4/AR-15, foi possível aos "gestores" da "fábrica" contratar uma extensa linha de "fornecedores" em diferentes países, e através da "compra" de máquinas fresadoras CNC, estabelecer uma linha de produção ilegal em área urbana habitada, usando a cobertura de uma falsa... fábrica de móveis!

Fabrica2A imagem mostra a direita duas peças nuts do handguards e um barrel lug, além de certa quantidade de munições 7,62mm. Foto: DPF

Nessa linha de montagem ilegal, fuzis M4 em calibre 7,62mm eram montados a partir de kits de peças adquiridas no mercado: trigger, gunstock, bolt carrier, handguards, etc

A presença de uma máquina identificada como brunideira vertical indica que a "fábrica" também produzia canos raiados para os fuzis em padrão 7" (sete polegadas) ou 7,5" (sete polegadas e meia), com quebra chamas incorporado.

Basicamente, a FAL do crime produzia com qualidade (e quantidade) fuzis em plataforma AR-15/MK4 BLK, flat top com trilho piccattiny, em calibre 7,62mm, convertidas para fogo em regime automático.

Fabrica4Grips, coronhas e carregadores, comprados no mercado internacional, completavam o "fuzil do crime". Foto: DPF

Os grips (empunhaduras) mostrados nas reportagens das mídias brasileiras podem ser adquiridos legalmente no Brasil por cerca de R$ 360 cada peça, incluindo impostos.

As coronhas táticas retráteis mostradas são vendidas no mercado legal por cerca de R$ 1.200.

Carregadores de munição,  similares a modelos MAGPUL mostrados, com janela de visualização dos tiros restantes, são comercializados legalmente por cerca de R$ 600 a unidade.


Seminovas D800 455x310Um exemplar usado de máquina fresadora CNC similar a apreendida está avaliado em  R$ 700 mil (depende da quantidade de horas totais de uso, rpm e acessórios/ferramentas). Foto: ROMI

Na sexta-feira 13, uma curtíssima nota do Comando Militar do Sudeste, um dos grandes comandos de área do Exército Brasileiro, informou que durante inspeção de rotina nas instalações do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, os auditores da inspeção identificaram uma discrepância com relação a material inservível encaminhado para manutenção naquela unidade, na forma de 21 metralhadoras "desaparecidas ou não encontradas", sendo 13 metralhadoras pesadas M2 Browning 12,7mm e oito metralhadores leves FN Herstal MAG 7,62mm.

A nota distribuída aos jornalistas diz "O Comando Militar do Sudeste informa que, no dia 10 de outubro de 2023, em uma inspeção do Arsenal de Guerra de São Paulo, foi verificada uma discrepância no controle de 13 (treze) metralhadoras calibre.50 e 8 (oito) de calibre 7,62, armamentos inservíveis que foram recolhidos para manutenção. Imediatamente, foram tomadas todas as providências administrativas com o objetivo de apurar as circunstâncias do fato, sendo instaurado um Inquérito Policial Militar".

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A metralhadora pesada M2 Browning em calibre 12,7mm. Foto: FN Herstal

A M2 Browning em calibre 12,7mm é um projeto centenário, considerada perfeita para o apoio de fogo próximo da infantaria, sendo usada também como armamento defensivo para veículos, blindados e demais tipos de viaturas blindadas. 

No mercado do crime, essas armas  chamadas popularmente de .50 são usadas (alugadas) como artilharia para atacar carros de transporte de valores nas estradas, ou agências bancárias em cidades menores com pouco efetivo policial. 

As MAG em calibre 7,62mm são conhecidas por conseguirem disparar uma grande número de projéteis por rajada. 

Ambas as armas são alimentadas por fitas de munição com elos metálicos e podem ser montadas em tripés reguláveis, reparos antiaéreos ou mesmo equipar torres de blindados como por exemplo, o 6x6 Guarani, empregado massivamente pelo Exército Brasileiro.

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As torres PLATT e REMAX usam a metralhadora M2 Browning 12,7mm. Arte: Infodefensa



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