General de Exército De Nardi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas: O Brasil não um país comprador, é um país parceiro
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General de Exército De Nardi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas: O Brasil não um país comprador, é um país parceiro

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(Infodefensa.com) A. V. Suarez, Madrid - Com um ano e meio de história, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Brasil conseguiu processar um documento que está a organizar o planejamento de defesa de uma maneira inédita para o país, o Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa (PAED) aborda a aquisição de capacidades em um plano de 20 anos preparado por todas as forças de modo coordenado.

O Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas brasileiras, General de Exército José Carlos de Nardi, durante uma visita oficial a Madrid (Espanha), disse em uma entrevista dada a Infodefensa.com “O PAED é o instrumento pelo qual a indústria de defesa brasileira busca desenvolver os equipamentos militares que a Marinha, o Exército e Força Aérea necessitam, porque o Brasil não é apenas um país comprador, o Brasil é um país parceiro".

O General De Nardi gentilmente respondeu às perguntas relativas à indústria de defesa brasileira, embora, como salientou, "95% do que eu falei é de responsabilidade da Secretaria de Produtos de Defesa”.

Atualmente está sendo finalizado o texto do PAED, o que ele representa?

Os programas industriais estão ligados a Secretaria de Produtos de Defesa, mas o Ministério da Defesa do Brasil tem um projeto que é o PAED. Este plano é de 20 anos, começando em 2012 e vai até 2031. Marinha, Força Aérea e Exército elaboraram seus planos de articulação e compra de novos equipamentos e agora, o materializamos no âmbito do Ministério da Defesa. Nisto está todo o planejamento dos equipamentos necessários para as Forças Armadas do Brasil no futuro.

Serão vinte anos em que a indústria de defesa no Brasil terá que fazer as coisas que a Marinha, o Exército e Força Aérea venham a necessitar, uma prioridade do país na atualidade.

O Brasil não é apenas um país comprador, mas sim um país parceiro. Buscamos a transferência de tecnologia, queremos que as indústrias de todos os lugares venham para o Brasil, se associem as empresas brasileiras e estabeleçam parcerias. Comprar um produto somente não é a idéia.

Você acha que o decreto que isenta a indústria de defesa brasileira de certos impostos será um impulso definitivo para o seu desenvolvimento?

Sim, muito. Um mês atrás, a presidente Dilma assinou a Medida Provisória 544 e agora ela se tornou lei, um instrumento que dá à indústria de defesa nacional uma oportunidade de desenvolvimento através de uma vantagem muito grande para competir com a indústria internacional. Isto trará um forte desenvolvimento da indústria brasileira e esta é a idéia do ministro Celso Amorim, da presidente Dilma e de todos nós.

Como você articula a relação das Forças Armadas com a indústria de defesa no Brasil, sejam elas locais ou estrangeiras?

Dentro do PAED, o que precisamos? Por exemplo, fuzis. Se a Força Aérea Brasileira (FAB) quiser comprar fuzis, estabeleceremos o que deve ser este fuzil no Brasil, dentro da logística do Estado Maior Conjunto e passamos para a Secretaria de Produtos de Defesa, que irá controlar se a aquisição está dentro dos termos do PAED. A Secretaria coordena com as forças como será a aquisição. Aquisição por capacidades.

Antes do PAED, como se organizava o planejamento?

Não havia um plano integral, cada força tinha o seu plano de aquisições, antes da criação do Estado-Maior Conjunto. Há um ano e meio viemos atuando sozinhos. Agora estamos começando a trabalhar juntos, vamos aumentar a interoperabilidade. Um esforço conjunto e sempre próximo do equipamento para ajudar na logística.

Em que estágio está o programa PROSUB e quais são as expectativas do PROSUPER após a aquisição dos três OPV da BAE Systems, inicialmente previstos para Trinidad e Tobago?

O PROSUB está indo muito bem, você não imagina como os trabalhos estão sendo bem desenvolvidos para a base onde a construção do submarino nuclear começará. Eles já têm um grande desenvolvimento. A parceria com a França é muito boa e cabe ser lembrado que este acordo é para a fabricação do casco, e não para a fabricação do reator, que é uma questão da Marinha Brasileira, e esta já tem a solução e estará pronta para colocá-la no casco a ser construído.

Quanto à compra dos OPV da BAE Systems, foi uma oportunidade de aquisição muito importante para nós, e destinamos os navios para a defesa do pré-sal. Nada a ver com o PROSUPER, que será desenvolvido nos próximos anos.

Em que ponto está o programa Guarani?

Quanto ao Guarani, já se sabe que serão 2.040 unidades e estão dentro do orçamento do Exército, que vem trabalhando com a FIAT-IVECO em Minas Gerais. Tem sido um desenvolvimento normal. Temos pensado que após o 6x6, poderemos desenvolver um 8x8. Com relação ao desenvolvimento da torre do carro, seguem os estudos para se definir o calibre do canhão.

Continuam as expectativas para o programa FX-2, já podemos definitivamente falar sobre o mês de maio para uma decisão?

É uma questão política. No lado militar existe uma tranquilidade, agora a decisão não cabe a nós. Esta é uma questão política, a presidente Dilma vai definir qual equipamento (aeronave) será escolhida.

Mas os militares o consideram (o FX-2) como um programa urgente?

Sim, é urgente. A FAB já se pronunciou sobre isso, é um programa muito importante para a Defesa Aérea do país. Basta dizer que sim, é muito importante.



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