O USS George Washington visita a Baía de Guanabara durante a fase brasileira do Southern Seas 2024
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O USS George Washington visita a Baía de Guanabara durante a fase brasileira do Southern Seas 2024

Os navios do Carrier Strike Group 10 cooperaram em exercícios aéreos e de superfície com fragatas brasileiras
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O CVN-73 fundeado na Baia da Guanabara. Firma: Roberto Caiafa
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Quando entrou na Baia da Guanabara na última segunda segunda-feira (20), o porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos USS George Washington (CVN 73) tornou-se um assunto nacional, suas imagens repetidas à exaustão nas mídias digitais.

A passagem desse super carrier pelo Brasil foi parte do exercício Southern Seas 2024 das Forças Navais do Comando Sul dos EUA/4ª Frota, que nos próximos meses vai incluir mais seis países da região. 

O navio é o líder do Carrier Strike Group (CSG) 10.

No dia seguinte a chegada do porta-aviões, a reportagem de Infodefensa foi recebida a bordo, quando participou de uma visita guiada ao hangar de aeronaves e ao convoo, ocasião em que foi possível observar aeronaves E2 Hawkeye (Alerta Aéreo Antecipado, Comando e Controle), os caças navais F-18 Super Hornet e F-35 Lightning (e os sofisticados armamentos que ambos utilizam), e diversas versões do helicóptero multimissão Sea Hawk.



Essas aeronaves pertencem a Carrier Air Wing (CVW) 7, composta pelos "Argonautas" do Esquadrão de Caça e Ataque (VFA) 147, pelos "Jolly Rogers" do VFA-103, pelos "Patriotas" do Esquadrão de Ataque Eletrônico (VAQ) 140, pelos "Reis Sol" do Comando e Controle Aerotransportado Esquadrão (VAW) 116, pelos "Nightdippers" do Esquadrão de Combate Marítimo de Helicópteros (HSC) 5 e pelos "Grandmasters" do Esquadrão de Ataque Marítimo de Helicópteros (HSM) 46.

O CVN-73 esteve acompanhado em águas brasileiras do destróier de mísseis guiados classe Arleigh Burke USS Porter (DDG 78), do US Coast Guard Cutter James (WMSL 754) e do navio-tanque logístico USNS John Lenthal (T-AO-189) . 

Na fase brasileira do treinamento, os navios do Carrier Strike Group (CSG) 10 cooperaram em exercícios de superfície e aéreos com as fragatas brasileiras Independência (F44) e União (F45), caças AF-1 Falcão e helicópteros UH-15 Super Cougar e AH-11B Wild Lynx da Aviação Naval e F-5EM Tiger II da Força Aérea Brasileira.

HU2 CVN 73Um AH-15B Super Cougar da Marinha do Brasil, do 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2), decolando do CVN-73. Firma: US Navy

Cooperação Internacional 

Esse exercício conta com intercâmbios de especialistas, operando de forma conjunta, e compromissos agendados com o Brasil (1º país a receber o Grupo Tarefa), seguindo depois para Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai.

Membros da Marinha brasileira estão a bordo do navio como parte da equipe internacional.

Infodefensa entrevistou dois dos oficiais brasileiros, Emanuel Ramos Ferreira (chefe do Estado Maior do 1º Esquadrão de Apoio) e Rodrigo Moreira da Silva (Comando da Esquadra). 

Segundo o capitão de fragata Emanuel “Nossa comissão, chamada Estado-Maior embarcado, é responsável pelos exercícios bilaterais conduzidos entre a Marinha dos EUA e os países anfitriões, que são sete ao todo. O Brasil é o primeiro país a fazer essa parceria (na Southern Seas 2024) e está servindo de modelo para os próximos planejamentos de manobras que serão realizadas ao longo da operação. Para o capitão de corveta Rodrigo “É uma experiência única, pois estamos convivendo com pessoas de outros países, outras culturas. Aprendemos muito com eles e eles conosco, tanto na parte profissional, quanto pessoal e cultural. Esse tipo de exercício também é fundamental para diminuir a barreira linguística. No navio, falamos português, espanhol, inglês. Além disso, conseguimos criar pontos de contato entre nações parceiras, o que é muito importante para o nosso país”, observa.

Souther caiafa0027O capitão de fragata Emanuel e o capitão de corveta Rodrigo: oficiais brasileiros compondo o Estado-Maior embarcado. Firma: Roberto Caiafa

Os oficiais brasileiros embarcaram no porta-aviões em 29 de abril, na Estação Naval de Mayport, na Flórida, e seguirão viagem com a tripulação do USS George Washington até El Callao, no Peru, onde desembarcam no dia 21 de junho, quando então retornarão ao Brasil.

General Laura Richardson no Brasil

No mesmo período da parte brasileira do Southern Seas 24, a general do US Army (Exército dos EUA) e comandante do Comando Sul, Laura J. Richardson, veio ao Brasil, onde cumpriu extensa agenda com autoridades e líderes brasileiros, além de comandar o exercício em duo com a US Navy e a United States Coast Guard (USCG).

Richardson ussouthA general do US Army Laura Richardson: conter a expansão chinesa na América do Sul tem sido uma de suas falas mais recorrentes. Firma: U.S. Southern Command

Em São Paulo, a general participou de um painel de discussão sobre a integração de mulheres em missões de paz, defesa e segurança, enfatizando a importância da inclusão e da diversidade na segurança global.  

Southern Seas 2024

O exercício naval reflete o compromisso contínuo dos EUA e as nações parceiras em trabalhar juntos em prol da segurança coletiva, da paz e do desenvolvimento regional.

Segundo nota da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil “O USS George Washington é a representação de uma das forças navais dos EUA, servindo como plataforma para a exibição de aeronaves avançadas, como os caças Boeing F/A-18F Super Hornet e Lockheed Martin F-35C Lightning II”.

Souther caiafa0003Um caça de 5ª geração do Esquadrão VFA-147 “Argonauts” no hangar de aeronaves do CVN-73. Firma: Roberto Caiafa

A presença do F-35C é especialmente significativa, representando a primeira vez que um caça stealth de 5ª geração voou no espaço aéreo brasileiro.

E curiosamente, um desses caças, do Esquadrão VFA-147 “Argonauts”, acabou pousando na Base Aérea e Naval de São Pedro da Aldeia no sábado (18/05), acompanhado de um F-18F Super Hornet do Esquadrão VFA-103 “Jolly Rogers”, após declarar emergência devido a problemas na leitura do combustível a bordo, indicando um possível vazamento.

Se os aviadores navais brasileiros queriam conhecer um F-35C da versão embarcada em porta-aviões, na sua própria casa, pode-se dizer que foi a “oportunidade perfeita”. Além de um F-35C, a base ainda recebeu um F-18F do famoso esquadrão que usa como símbolo a bandeira pirata, o “Jolly Rogers”!

A aeronave F-35C, depois de muitos vídeos, fotos e troca de informações com o pessoal norte-americano, foi reparada e ficou em condições de retornar ao CVN-73 em segurança no dia seguinte, acompanhada do F-18F.

Souther caiafa0002Armas dos F-18 Super Hornet e F-35C: bombas JDAM, mísseis AGM-158C LRASM e o consagrado Sidewinder AIM-9X para combates aéreos a curtas distâncias. Firma: Roberto Caiafa

USS George Washington em números

O navio foi lançado em 1990, possui 333 metros de comprimento, o equivalente ao tamanho do edifício Chrysler em Nova Iorque, e é equipada com dois reatores nucleares, motores a diesel e turbinas a vapor.

Esse colosso dos mares tem a capacidade de transportar, alojar, alimentar e manter por longos períodos de mar pouco mais de seis mil pessoas e operar 90 aeronaves, incluindo aviões e helicópteros.

A última vez que o porta-aviões esteve no Brasil foi em 2015, durante uma edição anterior da operação Southern Seas, denominada UNITAS no Brasil.

Na ocasião Infodefensa também esteve a bordo, acompanhando as operações aéreas em alto mar.

Há nove anos, ainda era possível ver caças F-18C/D de modelos mais antigos operando no navio.

Todos foram substituídos por mais caças Boeing F-18 Super Hornet e agora pelos jatos furtivos de 5ª Geração Lockheed Martin F-35C.

50626347517 0238e025bd k (1)Em 2015, a bordo do CVN-73, ainda era possível observar caças F-18C Hornet operando. Foram todos substituídos pelo F-35C Lightning II. Firma: Roberto Caiafa


200 Anos de relações Diplomáticas Brasil/USA

Enquanto transcorria o Exercício Southern Seas 24, foi realizada em Washington, D.C., em 20 de maio, a 2ª edição do Diálogo de Alto Nível Brasil-Estados Unidos.

A reunião foi copresidida pela Secretária-Geral das Relações Exteriores, Embaixadora Maria Laura da Rocha, e pelo Secretário de Estado Adjunto dos EUA, Kurt Campbell. Esta reunião também contou com a presença da Embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Ribeiro Viotti, e da Embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley.

Souther caiafa00019A Secretária-Geral das Relações Exteriores, Embaixadora Maria Laura da Rocha, e o Secretário de Estado Adjunto dos EUA, Kurt Campbell, ladeados pela Embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Ribeiro Viotti, e pela Embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley. Firma: US Embassy Brasil

O encontro também destacou o bicentenário das relações diplomáticas entre o Brasil e Estados Unidos, celebrado no próximo dia 26 de maio.

As delegações dos dois governos discutiram o fortalecimento da cooperação global, regional e bilateral em temas como reforma da governança internacional, democracia, direitos humanos, igualdade de gênero, energia, cadeias de suprimento, crescimento econômico, meio ambiente, saúde, ciência e tecnologia e segurança/defesa.

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com os negócios entre ambos chegando a US$ 74,9 bilhões em 2023 (o primeiro maior parceiro comercial do Brasil é a China).

Os EUA são, ainda, os maiores importadores mundiais de produtos manufaturados brasileiros e o país com o maior estoque de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, que soma mais de US$ 206,2 bilhões.

Souther caiafa0007O F-35C, a grande estrela da fase brasileira do Southern Seas 24, protagonizou o 1º pouso de uma aeronave de 5ª geração no Brasil, quando alternou uma base aeronaval da Marinha do Brasil declarando emergência. Firma: Roberto Caiafa



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