Universidade produz os primeiros 10 quilos de ferrita para a Marinha do Brasil
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Universidade produz os primeiros 10 quilos de ferrita para a Marinha do Brasil

Centros absorbentes de radiación electromagnética a base de ferrita: estratégicos
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A Universidade Federal de Campina Grande (Estado da Paraíba) e a Fundação Pátria criaram uma parceria em 2013 que vem produzindo subsídios essenciais na investigação e produção de novos materiais criados para uso em blindagens, em navios, aeronaves e veículos.

A parceria tem por base o Projeto MATEST, referente a “materiais estratégicos”.

Essa parceria também criou materiais anticorrosivos e “invisíveis” ou “camufláveis” a inimigos, além de efetuar pesquisas em biocombustíveis, nanosensores, etc.

Os resultados mais expressivos até o momento foram obtidos pelos pesquisadores do Laboratório de Síntese de Materiais Cerâmicos (LabSMaC), da Unidade de Engenharia de Materiais (UAEMa/CCT)

A Fundação Pátria, representando a Marinha, o Exército e Aeronáutica, elaborou a ideia e, com o apoio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) – empresa pública brasileira, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTIC), que visa o fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições –, passou a executá-lo.

O LabSMaC tem produzido nanomateriais em praticamente todos os âmbitos, seja biomateriais, biosensores, biocombustíveis, carreadores de fármacos e os chamados “centros absorvedores de radiação eletromagnética”, que são materiais para fins militares fabricados sob orientação do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM).

O material fornecido pela Universidade Federal de Campina Grande é chamado de Ferrita, ou simplesmente “Centro Absorvedor”.

Ele é obtido através da reação de combustão de outros componentes até culminar em um pó ideal para uso.

Em janeiro, o laboratório entregou uma encomenda de 10 kg desse material para a Marinha do Brasil, e outra partida semelhante já está em andamento.

As reações são realizadas em maquinário próprio, no espaço chamado Planta Piloto, dentro da Universidade.

Trata-se de um reator com alto poder de criação, podendo produzir até 60 kg de material por mês, se necessário.

No começo do desenvolvimento da tecnologia, cada processo (chamado de batelada) gerava cerca de 10g de Ferrita.

Na atualidade, a cada batelada, são obtidos 200 gramas do produto.

Conseguiu-se aumentar a produção e a qualidade do produto final, muito requisitado já que alcança bom desempenho.

Num futuro próximo, empresas brasileiras e as próprias forças armadas não precisarão mais buscar no exterior esses materiais, pois os mesmos serão produzidos totalmente dentro do País.

MARE

Os Materiais Absorvedores de Radiação Eletromagnética (MARE) na faixa de 8 a 12 GHz têm recebido muita atenção nas últimas cinco décadas, devido às suas aplicações nas indústrias de equipamentos eletro-eletrônicos e telecomunicações envolvendo o controle da emissão de radiação eletromagnética espúria, bem como no setor militar, envolvendo a redução da assinatura radar (radar cross section ou RCS) de plataformas terrestres, marítimas e aéreas.

Os MARE possuem características de absorção da energia da onda eletromagnética em duas amplas categorias: MARE dielétricos e magnéticos.

Os MARE do tipo dielétricos interagem com o campo elétrico da onda eletromagnética, e esta interação está relacionada às suas propriedades elétricas, particularmente sua permissividade.

Os MARE do tipo magnéticos interagem com o campo magnético da onda eletromagnética, sendo que esta interação está relacionada com suas propriedades magnéticas, particularmente sua permeabilidade.

Pode-se citar como exemplo de MARE dielétricos materiais compósitos obtidos pela adição de negro de fumo ou grafite em uma matriz de resina epóxi e como exemplo de MARE magnéticos pode-se citar aqueles materiais compósitos preparados por dispersão de ferritas também em um meio de resina epóxi.

Desde meados do século passado, os MARE têm sido utilizados na absorção da energia da onda eletromagnética em diversas aplicações, principalmente nas áreas de telecomunicações e militar.

Uma aplicação que ganhou notoriedade a partir da década de 1960 foi sua utilização em estruturas militares, com o objetivo de tornarem essas estruturas menos reflexivas ao sinal de radar.

A importância da permissividade e permeabilidade de materiais absorvedores de radiação eletromagnética (MARE), além da tangente de perda (tg δ) e da diferença entre as impedâncias (Z) do material absorvedor e do meio externo, para a faixa compreendida entre 8 e 12 GHz, é estratégica.

Essa faixa possui grande importância militar por ser a banda de freqüências da maioria dos radares de traqueamento (aquisição de alvos) usados para efetuar a detecção de aeronaves com maior precisão em termos de azimute, altura e velocidade.

NOTA do AUTOR: Os centros absorvedores de radiação eletromagnética na Marinha do Brasil são usados, entre outras aplicações, na Guerra Eletrônica (EW) e contramedidas eletrônicas (ECM) e também no desenvolvimento de mísseis como o MANSUP, já que as câmaras anecóicas onde o seeker (buscador de alvos) é testado deve ser previamente impregnada desse material, como forma de controlar e medir com alta precisão diversas emissões eletromagnéticas.

Imagens: Roberto Caiafa / Universidade Federal de Campina Grande



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