Mectron inicia a última fase do desenvolvimento do míssil antinavio brasileiro Mansup
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Mectron inicia a última fase do desenvolvimento do míssil antinavio brasileiro Mansup

Mansup mectron
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A Mectron, empresa controlada pela Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) anunciou para breve a conclusão do desenvolvimento do Mansup ou míssil superfície-superfície antinavio brasileiro. O primeiro lançamento de qualificação, de acordo com a empresa, será um marco inédito no País, devendo ocorrer no segundo semestre de 2016 a partir de um navio da Marinha do Brasil.

O objetivo inicial do programa Mansup é dotar a Esquadra brasileira de mísseis antinavios fabricados no País, atendendo às suas necessidades operacionais e garantindo assim o domínio de todo o ciclo de vida de armamentos desta classe, desde o desenvolvimento até a operação e manutenção, sempre em parceria com a indústria nacional de defesa.

Na Mectron, o foco é a finalização do projeto, e posterior fabricação, integração e testes dos protótipos a serem lançados no litoral brasileiro contra um alvo simulado posicionado a aproximadamente 70 km do navio lançador. Flavio Gesca, diretor do contrato do MAN-SUP, acrescenta “-Embora não tenhamos ainda uma data precisa para o lançamento, entramos na reta final de um evento histórico para a Marinha do Brasil e para a indústria nacional de defesa. Será a materialização de uma decisão estratégica tomada há alguns anos pela Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha (DSAM), investir no desenvolvimento nacional. Ver a capacidade de nossas equipes e os resultados de alto valor agregado gerados é muito gratificante” afirmou o executivo.

O programa de desenvolvimento do Mansup teve início em dezembro de 2011, numa divisão de trabalho com outras duas empresas brasileiras. Foi atribuída à Mectron a responsabilidade pelo o que é considerado o “cérebro do míssil”, parte correspondente ao Sistema de Guiagem Navegação e Controle, que reúne os subsistemas que proporcionam autonomia e inteligência ao controle do míssil durante o voo “sea skimming” (rente ao mar) em direção ao alvo. Adicionalmente, a Mectron tem a responsabilidade pelo desenvolvimento do Sistema de Telemetria que será utilizado em apoio à verificação da funcionalidade dos protótipos em seus lançamentos reais.

O Mansup está sendo desenvolvido sem a utilização de qualquer componente que tenha restrição em seu fornecimento, ou seja, aqueles que exigem 'End-User Certificate'; adicionalmente, o míssil terá plena compatibilidade com os meios de lançamento existentes hoje na Marinha do Brasil, reduzindo assim os custos de integração. A Mectron venceu um grande desafio ao desenvolver uma solução de bateria térmica livre de qualquer restrição. Componentes desse tipo só são fornecidas mediante aprovação através de 'End-User Certificate'.

Flavio Gesca comenta que “a equipe da Mectron, com competência e criatividade, desenvolveu uma solução inovadora de bateria térmica que atende aos requisitos de desempenho, ambientais e de segurança, sem quaisquer restrições comerciais”. No caso da plataforma inercial, foi adotada uma solução projetada e fabricada pela própria Marinha do Brasil, através do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).

No que diz respeito à compatibilidade, a Mectron é responsável pelo desenvolvimento da completa integração do Mansup aos meios de lançamentos existentes em embarcações da Marinha do Brasil, não sendo necessárias quaisquer modificações no atual sistema de disparo. Este trabalho capacitou a empresa para futuros fornecimentos de sistemas de lançamentos completos do Mansup à Marinha do Brasil e a outras nações.

A conclusão do desenvolvimento do Mansup está hoje na fase de integração e testes dos subsistemas, incluindo os algoritmos de guiagem navegação e controle, computador de bordo, radioaltímetro, integração do sistema de navegação inercial, atuadores e profundores, telemetria embarcada, entre outros. Esta verificação ocorre através da técnica HILS (Hardware In-the-Loop Simulation), que consiste em testar, em ambiente de laboratório, a integração completa entre software e hardware do míssil e o meio, este último, simulado por computador.

Rodrigo Carnaúba, diretor de sistemas e armas navais da Mectron, avalia que “o Mansup será um produto fornecido e suportado por empresas nacionais, beneficiando a Marinha do Brasil na redução dos elevados custos de manutenção e no aumento da disponibilidade da arma (MTTR-Mean Time To Repair) pela praticidade em ter seus fornecedores/parceiros a poucas horas de distância”.

Torpedo Pesado Nacional

Sob a liderança desse especialista está outro projeto estratégico para a Marinha do Brasil, o Torpedo Pesado Nacional em escala reduzida (TPNer), cotado para equipar os submarinos do PROSUB e desenvolvido em parceria com a empresa alemã Atlas Eletronik.

Carnaúba finaliza “-Conforme necessidades e orientações estratégicas dos nossos clientes, sejam eles parceiros nacionais ou internacionais, desenvolvemos e mantemos conhecimento, contribuindo para o avanço tecnológico de nossas Forças Armadas”.

Recentemente, a Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) anunciou o início da busca de um parceiro tecnológico e estratégico para a Mectron, mas mantendo sua característica de Empresa Estratégica de Defesa (EED).

Diante das restrições orçamentárias momentâneas que estão afetando os projetos da área de defesa no Brasil, a ODT, consciente de seu importante papel estratégico-político para o País no campo da defesa, busca um parceiro que contribua com o acesso direto à tecnologia, com uma estrutura de capital robusta e com atuação no mercado global.

Com a integração deste novo parceiro tecnológico, a Mectron pretende tornar-se mais preparada ainda para atender as demandas estratégicas do Governo brasileiro e das Forças Armadas, bem como de clientes internacionais.

Imagens: Roberto Caiafa/Mectron/ODT



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