E. Alcântara (IAS): "O Brasil não pode ser refém de tecnologias do cluster aeroespacial internacional"
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E. Alcântara (IAS): "O Brasil não pode ser refém de tecnologias do cluster aeroespacial internacional"

Snapshot 29
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O maior complexo de manutenção para reparos de alta tecnologia, overhull de motores e componentes aeronáuticos da América Latina, a brasileira IAS (certificada Empresa Estratégica de Defesa), participou em São Paulo do HELI XP 2021, evento voltado primordialmente  para o mercado de asas rotativas. Baseada na grande Belo Horizonte (MG), a empresa atualmente está focada no trabalho de nacionalização da manutenção de turbomáquinas e seus acessórios, componentes eletromecânicos e estruturas.

Durante a Heli XP 2021, Infodefensa entrevistou o diretor-operacional da empresa, Eliseu Alcântara, cujas declarações ambiciosas sobre a execução do Projeto Expansão III surpreenderam este Jornalista. 

A entrevista foi realizada durante o Heli XP 2021 no Helicentro Helipark em São Paulo (SP).

Heli XP


Durante o Heli XP, quais os produtos e serviços a IAS destacou em seu portifólio de asas rotativas?

Para uma feira segmentada na aviação de asas rotativas apresentamos como carro-chefe  a certificação na categoria “AMROC” (Authorized Maintenance Repair & Overhaul Center) dos motores Rolls Royce M250, sendo o único centro de manutenção com esta especialidade na América Latina. Para a linha de motores Rolls Royce RR300, além da certificação concedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a capacidade técnica da empresa é reconhecida pela SKURKA, o que faz da IAS o único centro autorizado na América Latina para executar inspeção/revisão geral no Starter Generator que equipa o motor Rolls-Royce RR300 do helicóptero Robinson R66. Essa autoridade de serviços sendo reconhecida junto ao fabricante Rolls Royce, além de respaldar a empresa na região, também tem aberto mercados que estreitam relações entre o Brasil e países como Russia, Kasaquistão e Bangladesh, entre outros. Estamos importando motores desse fabricante para realizar overhull, reparos e manutenção aqui no Brasil, inclusive de Forças Aéreas.

Quais capacidades a IAS atende para ser enquadrada com Empresa Estratégica de Defesa, tornando-se assim um dos maiores players desse mercado no Brasil?

A IAS nasceu na aviação militar, cresceu para entrar no mercado de aviação geral e hoje estamos entrando na aviação comercial. Trabalhamos dando suporte para a Força Aérea Brasileira na manutenção de diversos componentes críticos como motores e sistemas correlatos de aeronaves como o Hércules C-130, Northrop F-5E Tiger II, AH-2 Sabre e A-1 AMX, na Marinha do Brasil já apoiamos os AF-1A/B Falcão (A-4 Skyhawk II) e também fornecemos suporte pontual para o Exército Brasileiro. Na atualidade, expandimos nossa atuação para fora do Brasil, apoiando a Força Aérea do Kasaquistão. A IAS na atualidade é um suporte essencial para as forças nacionais de terra, mar e ar.

C 130 fab caiafa

As bancadas de teste e os rigs de integração da IAS são de concepção e fabricação própria. Como a empresa conseguiu alcançar esse domínio tecnológico?

Através da Pesquisa e Desenvolvimento de ponta realizada por engenheiros brasileiros extremamente capazes, desenvolvimentos estes que envolveram parcerias com faculdades e centros de excelência, trabalhando paripasso com o nosso centro de engenharia e desenvolvimento/criação de produtos. Saímos na frente e hoje somos independentes, não dependemos de tecnologias estrangeiras para apoiar nossos clientes no País. Desenvolvemos e construímos nossas bancadas de testes, nossos rigs de integração, todo o nosso feramental e diversos outros recursos de ponta necessários para garantir a excelência dos nossos serviços.

A IAS está lançando a sua Expansão III,e as obras já começaram. O que vem por aí em de alta tecnologia com essa obra?

A Expansão III, cujas obras estão na fase de terraplanagem, deverá ser concluída no segundo semestre de 2022 e quando for entregue disponibilizará sofisticadas instalações destinadas  a Pesquisa & Desenvolvimento com foco em tecnologias restritas como, por exemplo e para citar uma delas, a obtenção de ligas metálicas especiais, o maior segredo dos fabricantes de motores aeronáuticos. A IAS não pode e não quer ficar refém de outros países ou de tecnologias estrangeiras, e o modo de se atacar isso é com desenvolvimento amplo de tecnologias 100% nacionais, desde o projeto até a construção/certificação/homologação. Estamos investindo pesado em alta tecnologia, ainda não podemos informar os valores empenhados, mas certamente o retorno será muito compensador pois teremos um Parque de Alta Tecnologia especializado no reparo de componentes de motores aeronáuticos sofisticados como discos, difusores, eixos, etc. Vamos ser capazes de dominar o core, o coração de um motor aeronáutico.

O objetivo final desse investimento da Expansão III poderia significar a obtenção, no futuro, de um motor aeronáutico 100% brasileiro?

Esse é o nosso grande ideal na IAS, e como exemplo prático desse sonho posso citar o 3º maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, a Embraer, que é brasileira, e seria algo sem igual ver as aeronaves dessa grande empresa equipados com motores projetados e fabricados no Brasil por brasileiros, e a IAS acredita que isso é possível em um futuro próximo, pois o brasileiro é criativo, capaz e inovador. 

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