A Participação da Indústria de Contagem e Minas Gerais nos Projetos Estratégicos da Indústria de Defesa do Brasil
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A Participação da Indústria de Contagem e Minas Gerais nos Projetos Estratégicos da Indústria de Defesa do Brasil

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(Infodefensa.com) Roberto Caiafa, Minas Gerais - Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, é um dos mais importantes centros industriais de Minas Gerais, sendo a 3ª economia do estado e a 25ª cidade mais rica do Brasil, com 204 mil pessoas empregadas (o segundo maior mercado de trabalho). Com forte presença no segmento da indústria motomecânica (autopeças, engenharia de sistemas, etc), indústria pesada - produção de locomotivas e insumos ferroviários, metalurgia, fabricação de equipamentos para linhas de transmissão de energia elétrica - e centros de pesquisa e desenvolvimento em softwares e novas tecnologias produtivas, dentre outras centenas de atividades realizadas por um diversificado parque fabril, a cidade é uma realidade industrial muito bem estabelecida. Mas é preciso estar sempre um passo a frente. Com esse pensamento, o prefeito do município, Carlin Moura, decidiu fomentar a abertura de novas frentes de atuação para a indústria local, e uma das apostas do administrador é a inserção definitiva de Contagem no cenário da Base Industrial de Defesa brasileira.

Segundo Carlin "A idéia surgiu após participarmos de evento sobre a Base Industrial de Defesa realizado em Brasília, organizado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN). Verificamos ali que Contagem apresentava todos os ingredientes necessários a uma efetiva participação nesse mercado. Minas Gerais tem papel de destaque com um grande parque produtivo, de produção científica, tecnológica e de recursos naturais. É foi com essa visão estratégica, como berço da indústria mineira, que Contagem decidiu estimular as suas indústrias buscando novas formas de fomentar a pesquisa, desenvolvimento, produção e disponibilização de novos produtos e serviços”.

Para apresentar a sociedade mineira esse importante plano de ação, foi realizado no último 22 de agosto, em parceria com os ministérios da Ciência e Tecnologia; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Defesa, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, empresários, associações e sindicatos do ramo, o seminário "A Participação da Indústria de Contagem e Minas Gerais nos Projetos Estratégicos da Indústria de Defesa do Brasil". O auditório do Actuall Hotel ficou lotado com a presença de empresários, gestores, parceiros e autoridades. Na área externa, a IVECO Defesa expos o 71º blindado Guarani 6x6 fabricado em Sete Lagoas, a Guarda Municipal de Contagem exibiu suas novas viaturas, armamentos e equipamentos de emprego, a Case New Holland (CNH), maior fornecedora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, apresentou um de seus tratores do tipo pá carregadeira, mesmo modelo empregado pelo Exército nos seus batalhões de engenharia, e outras empresas locais expuseram soluções que foram de sistemas de comunicação rádio digital com áudio e vídeo, passando pela sofisticada linha de montagem do KC-390 e seu ferramental, até veículos aéreos não tripulados (VANT) de asas rotativas.

O seminário debateu numa primeira etapa os temas "Política de Defesa e Estratégia de Desenvolvimento", "Política Industrial Científica e Tecnológica para a Defesa Nacional", e na segunda parte do evento militares das três forças apresentaram o tema "Oportunidades para a indústria de Contagem e de Minas Gerais nos Projetos Estratégicos das Forças Armadas". Por fim, ocorreu a apresentação, pela IVECO Defesa, do blindado Guarani, e logo após, demonstrações de empresas do município que já são fornecedoras do Ministério da Defesa ou possuem produtos que podem atender ao setor.

O prefeito Carlin Moura contou com a presença e participação no seminário de importantes autoridades como o presidente da Câmera Municipal de Contagem, vereador Gil Antônio Diniz, o ministro do Desenvolvimento, indústria e Comércio Exterior, professor Mauro Borges, o secretário de produtos de Defesa, Murilo Marques Barbosa (representando o ministro da Defesa Celso Amorim), o vice-presidente da FIEMG, Marco Antônio Soares da Cunha Castello Branco, o secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Econômico, Antônio Eduardo Macedo, o diretor do Departamento de Produtos de Defesa (DEPROD), major-brigadeiro-do-ar José Euclides da Silva Gonçalves, o vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Material de Defesa e Segurança (ABIMDE), almirante (R1) Carlos Afonso Pierantoni Gamboa, o chefe do Escritório de Projetos Estratégicos do Exército, general-de-divisão Luiz Felipe Linhares, o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), major-brigadeiro-do-ar José Augusto Crepaldo Affonso, o diretor da Diretoria de Gestão de Projetos Estratégicos da Marinha, contra-almirante Roberto Gondim Carneiro da Cunha, o coordenador do Departamento de Produtos de Defesa, coronel José Augusto Simões, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marco Aurélio Moreira, o presidente do Instituto Rui Barbosa, Sebastião Helvécio Ramos de Castro, o conselheiro da ABIMDE e COMDEFESA FIESP, Dr. Ronaldo Gomes Carmona, o pesquisador da UFMG professor Paulo Roberto, o representante da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), José Veno Fontana, e o representante do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Sérgio Leite Schimitt Correa Filho.

Militares no Seminário

As três forças expuseram de forma detalhada, na segunda parte do evento, suas demandas e necessidades para atenderem os programas estratégicos em andamento. O chefe do Escritório de Projetos Estratégicos do Exército, general-de-divisão Luiz Felipe Linhares, elencou as oportunidades industriais criadas pelo Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), pelo blindado Guarani, integrante da nova família de blindados sobre rodas do Exército, e pelo Programa de Proteção de Estruturas Estratégicas (PROTEGER), voltado para garantir a integridade de instalações e serviços essenciais para a economia do País.

Pela Marinha, o diretor da Diretoria de Gestão de Projetos Estratégicos da Marinha, contra-almirante Roberto Gondim Carneiro da Cunha, destacou as atividades do Programa Nuclear da Marinha na obtenção do domínio do ciclo de produção do combustível nuclear e na prontificação do reator nuclear de testes, montado em terra, do tipo PWR (reator de água pressurizada), numa estrutura denominada Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica (Labgene), do mesmo tipo que será instalado no futuro submarino de propulsão nuclear, o SN-BR. O almirante também falou da construção do núcleo do poder naval e das planejadas aquisições de navios de diferentes capacidades e tonelagens (PROSUPER), dos avanços no programa de submarinos (PROSUB), que prevê a entrega do primeiro submarino convencional diesel-elétrico S-BR, dos quatro encomendados, em 2017.

Já a Força Aérea, através do presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), major-brigadeiro-do-ar José Augusto Crepaldo Affonso, destacou a proximidade do 1º voo do KC-390, programa industrial nativo fundamental para a manutenção das capacidades estratégicas da aviação de transporte militar brasileira, tanto no território nacional como em missões internacionais ou no apoio as operações antarticas, a continuidade do programa de modernização das aeronaves Embraer AMX A-1 (Projeto A-1M), atualmente se preparando para realizar, até o fim do ano, a entrega de mais uma aeronave modernizada (a primeira biplace), e o projeto VANT-FAB, que prevê tanto a compra de sistemas completos imoportados, quanto o desenvolvimento de sistemas VANT que atendam os requisitos operacionais das Forças Armadas de acordo com as diretrizes definidas pelo Ministério da Defesa (MD).

Por fim, o diretor do Departamento de Produtos de Defesa (DEPROD), major-brigadeiro-do-ar José Euclides da Silva Gonçalves, listou as ações adotadas pelo MD na implementação de políticas e iniciativas que visam recuperar as capacidades operativas da Marinha, do Exército e da Força Aérea, e a busca de autonomia tecnológica e fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID). Como objetivos, o oficial destacou a necessidade de manter indústrias, parques de produção e empregos, e o desenvolvimento de novos modelos tecnológicos que agreguem valor aos bens e serviços produzidos em consonância com a Estratégia Nacional de Defesa (END) e atendendo o Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED), principal instrumento que o Estado dispõe para garantir o fornecimento dos meios que as Forças Armadas necessitam para cumprirem suas missões constitucionais.



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