Sistemas IFF (Identification Friend or Foe) identificam plataformas militares (aeronaves, veículos terrestres e embarcações navais) no combate, melhorando as Regras de Engajamento ao permitir o emprego de mísseis além do alcance visual (BVR) com redução das ocorrências de fratricídio (fogo amigo).
Para capacitar a Força Aérea Brasileira (FAB) na classificação segura de plataformas aeroespaciais, o projeto do IFF Modo 4 Nacional visa desenvolver e qualificar os componentes do sistema.
Dentre eles, o criptocomputador será um item destinado para instalação nas aeronaves militares, embarcações navais e radares de solo das Forças Armadas.
Por ser dotado de algoritmos criptográficos, garante que a classificação seja segura contra inimigos impostores que tentem confundir a identificação eletrônica em combate.
Para tanto, a arquitetura do sistema prevê que chaves sejam periodicamente geradas num centro, distribuídas por redes de dados e carregadas nos criptocomputadores utilizando dispositivos portáteis keyloader que também serão desenvolvidos.
Um típico criptocomputador moderno para IFF é leve e compacto, com massa de 0,5 kg e dimensões 2,5cm x 9cm x 11cm (altura, largura e profundidade).
Também contém uma bateria para o carregamento de chaves com a plataforma desenergizada, detecção e reação a violações físicas, químicas e elétricas.
Os requisitos de qualificação ambiental e eletromagnética são severos, pois consideram a operação em ambiente aeronáutico, marítimo e terrestre.
O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) foi incumbido pelo Estado Maior da Aeronáutica (EMAER) a desenvolver um criptocomputador compatível com o transponder que será aeroembarcado na plataforma SAAB Gripen E/F.
Esse equipamento será o primeiro aviônico desenvolvido e certificado no Brasil com tecnologia 100% nacional.
Ilustrando o artigo, é possível ver uma imagem do primeiro protótipo do Projeto, já testado no Rig (bancada) de aviônicos do Gripen E/F, na cidade de Linköping (Suécia), em dezembro de 2019.
Imágenes: IAE