O porta-aviões São Paulo do Brasil inicia sua viagem à Turquia para ser desmantelado

Maior navio já operado pela Marinha do Brasil em sua história, o casco do antigo porta-aviões NAe São Paulo (A12) deixou o litoral brasileiro em direção a Turquia nesta quinta-feira para ser desmantelado. 

O casco foi arrematado em março de 2021 pela quantia de R$ 10,5 milhões por representantes do estaleiro turco Sok Denizcilikve Tic, que é especializado no desmonte de navios desativados.

Segundo o estaleiro, o porta-aviões será desmontado em instalações na região de Aliağa, no Mar Egeu. Casco levantou polêmicas na Turquia sobre o risco sanitário que representaria ou o temor de países vizinhos, como a Grécia, de que o casco do ex-porta-aviões brasileiro acabaria sendo usado para fins militares pelo Governo Turco.

O rebocador de alto mar Alp Centre faz o seu trabalho iniciando a longa viagem até a Turquia.

O rebocador responsável por levar a embarcação para a Turquia, o Alp Centre (bandeira da Holanda), após os trâmites finais para iniciar o deslocamento, saiu da Baiá da Guanabara rebocando o casco do NAe São Paulo no meio da tarde. O navio desativado encontrava-se atracado na Ilha das Cobras.

História do porta-aviões

Pesando 32,800 toneladas e medindo 265 metros de comprimento, o NAe São Paulo, ex-FoCh na Marinha Francesa, foi comprado pelo Brasil no início dos anos 2000, junto com 23 caças A4K/A4kU Skyhawk, tendo operado até o ano de 2017, quando deixou de ser utilizado.

A carreira do A-12 foi marcada pela alta indisponibilidade operacional e constantes problemas mecânicos, gerando uma ficha de serviços com poucos dias de mar totais (206) e apenas 54.024,01 milhas navegadas (cerca de 85.000 km). 

Outro número que mostra a baixa operacionalidade do navio, em toda a sua carreira com Marinha do Brasil, o São Paulo realizou "apenas" 566 ciclos completos de catapultagem e recolhimento de aeronaves em 15 anos.

O rebocador de alto mar Alp Centre faz o seu trabalho iniciando a longa viagem até a Turquia.