A Força Aérea Brasileira teria vendido sua frota de jatos Mirage 2000 para uma empresa francesa que utilizará os aviões nos Emirados Árabes Unidos, buscando se posicionar no lucrativo mercado de "esquadrões agressores" com as Forças Armadas da região.
A empresa compradora é a PROCOR (aggressor training services), com sede perto de Paris e que atua no campo da aeronáutica militar e defesa.
O lote composto por 9 exemplares monoplace F-2000C e 2 biplaces F-2000B foi colocado a venda em 2016.
As aeronaves estavam em operação no Brasil desde 2006, compradas da Força Aérea Francesa, e completaram mais de 10 mil horas de voo.
Dois exemplares, o F-2000B “4932” e o F-2000C “4949” estão armazenados atualmente na Ala 1 (Base Aérea de Brasília).
Os outros nove F-2000, o F-2000B “4933” e os F-2000Cs, “4940” a “4947”, estão armazenados na Ala 2 (Base Area Anápolis).
A Força Aérea Brasileira aguarda a chegada do primeiro jato F-39 Gripen para 2022.
Até lá, as tarefas de Defesa do Espaço Aéreo ou Emprego do Poder Aeroespacial, na parte quer concerne a Força Aérea, continuará sendo executada pelos vetustos Northrop F-5EM/FM.
Esses caças norte-americanos deverão começar a serem desativados progressivamente a partir de 2020.
Os jatos Mirage 2000 custaram cerca de 80 milhões de euros, incluindo aí mísseis ar-ar de curto alcance guiados por infravermelhos e mísseis SHAR (guiados por radar semi-ativo) do tipo Super 530F, treinamento de tripulações, material de apoio em terra, manuais, ferramentale demais equipamentos associados. Por mais que este articulista faça e refaça suas contas, fica difícil entender como aeronaves que ainda tem ótimo valor de mercado, tanto que estão sendo cotadas para retornarem ao voo em uma obscura empresa PMC, possam valer tão pouco segundo os avaliadores da Força Aérea Brasileira. Fontes ouvidas pela reportagem asseguram que essas aeronaves, desmontadas e vendidas em leilões como spare parts poderiam alcançar um valor de mercado superior a 10 milhões de euros, pelo menos. Mercado comprador existe, os países operadores de Mirage 2000. O próprio EAU é operador do tipo mais moderno da aeronave, o Mirage 2000-5 MK.9
O Brasil pagou pelos seus Mirage 2000 cerca de 60 milhões de euros (cerca de R$ 171 milhões), em valores de 2005
Imagens: Roberto Caiafa