Brasil fabricará localmente munição para os canhões 76/62 SR das fragatas Tamandaré
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Brasil fabricará localmente munição para os canhões 76/62 SR das fragatas Tamandaré

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Alte. Koga (esq) e Alte. Bettega (dir). Imagem: Roberto Caiafa
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Após o término da Cerimônia de Batimento de Quilha da 1ª Fragata Classe Tamandaré, Infodefensa entrevistou os almirantes Arthur Fernando Bettega Corrêa e Celso Mizutani Koga, respectivamente, Diretor-Geral do Material da Marinha e Diretor de Gestão de Programas da Marinha do Brasil.

Na ocasião, as autoridades navais discorreram sobre o impacto doutrinário que os navios trazem consigo, a questão da nacionalização dos diferentes tipos de munições de 76mm do canhão de proa 76/62 SR da Leonardo/Oto Melara, o inédito sistema de lançamento vertical de mísseis superfície-ar MBDA Sea Ceptor e questões relacionadas ao preparo de pessoal para operar e manter os navios e seus sistemas.

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Imagem: Roberto Caiafa

A chegada das fragatas classe Tamandaré representa um marco para a Marinha do Brasil e para a indústria de construção naval brasileira. O que podemos esperar dessa parceria?

Bettega: Os ganhos em termos de tecnologia, em termos de capacidades operacionais são inúmeros. Nós estamos falando de atualizações dos sistemas de armas, dos sensores, nós estamos falando de sistemas de propulsão novos, estamos entrando um novo mundo no gerenciamento do combate e gerenciamento da plataforma. Todos os sistemas das Tamandaré estão atualizados no estado-da-arte, então nós temos agora navios versáteis cuja capacidade é a nominal, ou seja, é um navio que possui seus parâmetros muito bem definidos, é uma classe que já está no mercado com um histórico muito respeitável e conhecido. Esses navios apresentam excelentes características de operações em águas azuis. Então nós temos a confiança que essas fragatas serão um marco, inclusive no aspecto doutrinário para a Marinha do Brasil. Assim como a Classe Niterói foi, há 45 anos, um divisor de águas em termos de guerra de superfície, guerra anti-aérea e guerra anti-submarina, no seu tempo, nós esperamos que o mesmo se suceda com a chegada das Tamandaré, especialmente em termos doutrinários e de emprego de capacidades que não tínhamos. Os mísseis antiaéreos Sea Ceptor, para citar um exemplo, são amplamente superiores aos mísseis que operávamos até então. É nisso que baseamos a nossa confiança nesses navios.

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Março de 2023 em La Spezia, com o 1º canhão 76/62 SR. Foto: Leonardo

Almirante Bettega, durante recente visita a La Spezia (Itália), o senhor conferiu no local de fabricação o primeiro canhão 76/62 da primeira fragata Tamandaré. O que o senhor pode nos dizer sobre o cronograma de entregas desses armamentos e sensores que vem de fora? Quando eles começam a ser integrados ao primeiro navio?

Bettega: Como Diretor-Geral do Material, eu não tenho o conhecimento preciso sobre a data de entrega desse canhão, isso fica a cargo do estaleiro. O Consórcio Águas Azuis, como integrador, tem o domínio pleno dessa vinda de sistemas para o Brasil, não só o armamento como os sensores também. O que eu posso garantir é que esse canhão (76/62) e a munição por ele empregada trazem ganhos importantes para a Marinha do Brasil em aéreas de muito valor. Por exemplo, estamos destinando uma parcela da Fábrica de Munições da Marinha, atualizando essa planta, de modo que ela seja capaz de produzir as diferentes munições de 76 mm para esse canhão, que são altamente tecnológicas (aqui ocorre uma citação a Vulcano). Nós estamos trabalhando para incrementar toda a estrutura da Fábrica de Munições para atender a demanda que é natural, não só da própria Marinha como de outros países que operam esse sistema de armas. A nacionalização da munição 76/62 é uma meta perfeitamente viável e nós vamos buscá-la com empenho.

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Imagem: Roberto Caiafa

Alte. Koga, a cerimônia de batimento de quilha tem uma forte conotação simbólica. Quais são os próximos passos práticos até o lançamento desse primeiro navio?

Koga: O navio ainda vai passar por diversas etapas, a próxima será a unificação dos diferentes blocos, depois a fase de pré-acabamento e acabamento, onde são instalados os principais equipamentos e sistemas que guarnecem a fragata, desde os grupos geradores diesel até os motores principais. Toda essa integração resulta na edificação do navio, que é unido, integrado e lançado ao mar subsequentemente. Depois disso começa a fase de testes, testes de porto, testes de mar, todo esse condicionamento visando a futura entrega ao setor operativo da Marinha do Brasil.

A Fragata Tamandaré o primeiro navio da Marinha do Brasil equipado com sistema vertical de lançamento para seus novos mísseis superfície-ar do tipo MBDA Seaceptor. O que esse sistema missilístico agrega de novas capacidades para a Marinha do Brasil?

Koga: Sempre que ocorre a incorporação de novas tecnologias é importante nos atualizarmos com relação a doutrina de emprego desses novos tipos de armamentos. Os navios da classe Meko foram adotados por diversas marinhas amigas, e o Brasil se junta a esse clube de operadores onde é possível realizar a troca de importantes informações e conhecimentos. É sempre interessante pensar não só a operação, no caso dos mísseis, como também a manutenção, aí falando do navio como um todo. São atividades que envolvem recursos e necessidades específicas, então é muito importante estarmos continuamente  discutindo com outros países operadores Meko como eles estão conduzindo as diversas rotinas de manutenção e operação.

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A munição inteligente Vulcano 76mm Imagem: Leonardo





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