Almte. M. Olsen (Brasil): "A Marinha está empenhada a intensificar a construção naval""
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Almte. M. Olsen (Brasil): "A Marinha está empenhada a intensificar a construção naval""

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O comandante da Marinha do Brasil, Almirante Olsen. Foto: Roberto Caiafa.
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No dia seis de janeiro de 2023, o o Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen foi empossado como Comandante da Marinha do Brasil. Olsen ingressou na Marinha em 1979, tendo sido declarado Guarda-Marinha em 14 de dezembro de 1982, ao concluir o Ciclo Escolar da Escola Naval.

Ao longo da carreira, comandou o Navio-Varredor “Atalaia” e o Submarino “Tapajó”

Foi Imediato do Submarino “Tamoio” e do Navio-Aeródromo “São Paulo”

Atuou como assessor parlamentar e representou o Brasil na Junta Interamericana de Defesa (EUA), além de ter exercido a Chefia de Gabinete da Diretoria-Geral do Pessoal da Marinha (DGPM). Foi promovido ao posto de Contra-Almirante em 25 de novembro de 2011.

Como Oficial General, ocupou, os cargos de Diretor do Pessoal Civil da Marinha; Comandante da Força de Submarinos; Assessor do Comandante de Operações Navais; Chefe do Estado-Maior do Comando de Operações Navais; Diretor de Hidrografia e Navegação; Diretor de Obras Civis da Marinha; Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e Comandante de Operações Navais.

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Ministro da Defesa, José Múcio, cumprimenta o Comandante da Marinha, Almirante Olsen. Foto: Marinha do Brasil



1) “Quais as principais prioridades da Marinha em termos de modernização e atualização tecnológica?”

As Forças Armadas estão fortemente associadas ao desenvolvimento, científico e tecnológico, em estrita observância às Políticas e Estratégias Nacionais de Defesa. A Marinha do Brasil cumpre um Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação no qual são priorizados a nacionalização de sistemas e equipamentos; o domínio do conhecimento e de tecnologias que atendam ao Poder Naval; a adoção de modelo de gestão que busque esses incrementos; e o estabelecimento de um ambiente favorável à inovação e à competitividade industrial.

Os programas estratégicos da Marinha compõem de forma marcante esse quadro. Partindo-se da base que estratégia é uma combinação do emprego de “meios” de determinadas “maneiras” para o atingimento de determinados “fins” (lógica do ends-waysmeans, em inglês), tais programas e projetos associados visam entregar os citados meios para que sejam empregados nas operações e ações navais adequadas, e assim atinjam os objetivos definidos na defesa dos interesses do Estado. Eis aí sua justificação estratégica principal.

Para se conduzir os programas na busca dos meios, uma complexa gama de processos e recursos tecnológicos, financeiros, humanos, materiais, de conhecimento, entre outros, são necessários, envolvendo a economia, a tecnologia e a indústria nacionais. O Programa de Modernização do Poder Naval, como expressa sua própria designação, é composto por programas, subprogramas e projetos que atendem a espinha dorsal da Marinha: a Força Naval. Os esforços envolvidos no Programa de Submarinos (PROSUB), Programa Fragatas Classe “Tamandaré” (PFCT), Programa de Navios-Patrulha (PRONAPA), Míssil Antinavio de Superfície (MANSUP), Programa de Obtenção de Meios Hidroceanográficos (PROHIDRO), material para consolidação do poder de combate do Corpo de Fuzileiros Navais (PROADSUMUS) apontam, sob o ponto de vista econômico, para o seu potencial em alavancar o desenvolvimento da indústria nacional e segmentos correlatos, favorecendo o estabelecimento, por exemplo, de “clusters marítimos”, com geração de empregos qualificados, diretos e indiretos.

A atual construção dos Submarinos Classe “Riachuelo”, no Complexo Naval de Itaguaí-RJ; das Fragatas Classe “Tamandaré” (FCT), no Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí-SC; do Navio de Apoio Antártico (NApAnt), no Estaleiro Jurong Aracruz, em Aracruz-ES; e a recente entrega do Navio-Patrulha “Maracanã” são parte da concretização desse esforço brasileiro, com investimentos ligados à modernização e atualização tecnológicas.

Além desse Programa de Modernização, o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) está entre as prioridades, como ferramenta para a governança que contribui para o desenvolvimento das capacidades tecnológicas do País, beneficiando a sociedade e a indústria brasileira.

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NApAnt, uma demanda do Programa de Obtenção de Meios Hidroceanográficos (PROHIDRO). Imagem: MB

2) “Quais os principais objetivos desse processo de modernização/atualização?”

Dentro do Programa de Modernização do Poder Naval, é possível citar alguns exemplos que elucidam o objetivo desse processo de modernização e atualização. A construção das Fragatas Classe “Tamandaré”, por exemplo, faz parte da modernização da Força Naval e da renovação da Esquadra brasileira. As FCT serão escoltas versáteis, modernos e com alta capacidade de combate, vigilância e reação, podendo realizar missões de defesa, aproximadas ou afastadas do litoral brasileiro, em grandes áreas marítimas. Suas características possibilitarão, ainda, o incremento nas operações de busca e salvamento, além de permitirem o monitoramento e combate de ações de poluição, pirataria, pesca ilegal, entre outras ameaças. Assim, as FCT terão a capacidade de: prover proteção contra ameaças de superfície, aéreas, submarinas e assimétricas; operar e apoiar aeronaves de asas rotativas ou remotamente pilotadas; e realizar Apoio de Fogo Naval em prol de Operações Anfíbias. Com a incorporação das FCT, haverá significativo salto tecnológico, uma vez que os novos navios possuirão um elevado nível de automação, com uma tripulação reduzida.

No caso do MANSUP, o objetivo é dotar os navios da MB, incluindo as novas Fragatas Classe “Tamandaré”, com mísseis de fabricação nacional, os quais serão empregados na proteção da Amazônia Azul, garantindo a manutenção do Poder Naval e a soberania nacional, além de contribuir para a criação de empregos diretos e indiretos na indústria de defesa e fomentando o desenvolvimento tecnológico da indústria nacional.

Por sua vez, em conjunto com os meios navais e aeronavais, o SisGAAz irá monitorar e proteger continuamente as áreas marítimas jurisdicionais brasileiras e as águas interiores, seus recursos vivos e não vivos, seus portos, embarcações e infraestruturas, em face às novas ameaças, como a pesca ilegal, o tráfico de entorpecentes, o descaminho, a pirataria, desastres ambientais ou ilegalidades, a fim de contribuir para a salvaguarda da vida humana, para a proteção da Amazônia Azul e para o desenvolvimento nacional.

Já na área da Aviação Naval, a MB está em constante pesquisa quanto à evolução tecnológica dos meios aeronavais. Estão próximos de serem concluídos, com sucesso, os programas de modernização das aeronaves Skyhawk e Wild Lynx. Também merece registro a recente ativação do 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas, que trará significativo aumento da capacidade operacional da nossa Força Naval, desde o nível tático, para operarem em proveito dos meios de superfície, como no nível estratégico, para o Gerenciamento e Patrulhamento da Amazônia Azul.

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O S-41 Humaitá está prestes a entrar em serviço. Foto: MB

3) “As aquisições de tecnologias e equipamentos deverão priorizar empresas brasileiras ou grupos com participação nacional?”

No que concerne ao Programa Fragatas Classe “Tamandaré”, além da participação de empresas nacionais no Consórcio vencedor do processo licitatório (Embraer e Atech), o índice de conteúdo local deverá ser superior a 30% para a primeira Fragata e superior a 40% para as demais. Tal exigência mobiliza a indústria da região e, também, cerca de cinquenta outras empresas nacionais nos Estados de MG, PR, RJ, RS, SC e SP. Nesse contexto, existe um trabalho contínuo de compartilhamento das necessidades em sistemas e tecnologias com instituições como FIESC/COMDEFESA, ABIMAQ e Cluster Naval do RJ, para identificar empresas e desenvolver fornecedores nacionais para as demandas da MB. Ao longo do projeto, está prevista a contratação de cerca de dois mil trabalhadores que receberão capacitação em projeto e em construção de navios de guerra, além da geração de outros seis mil empregos indiretos para a cidade de Itajaí (SC) e municípios vizinhos. Portanto, são perceptíveis as ações da Marinha do Brasil para o fomento da Base Industrial de Defesa.

Em relação ao Projeto MANSUP, todos os engenheiros e técnicos envolvidos no projeto são brasileiros, formados nos diversos centros acadêmicos do País, nas áreas de conhecimento necessárias. Portanto, a tecnologia empregada é 100% nacional, desenvolvida por brasileiros formados nas nossas escolas e universidades.

No que diz respeito ao Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, tem-se como premissa a participação de empresas da Base Industrial de Defesa no desenvolvimento dos produtos que monitorarão e controlarão, de forma integrada, as Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB). Por meio de uma Encomenda Tecnológica, será desenvolvido o software de análise, classificação e alarme automático de contatos, possibilitando a identificação de embarcações ou navios não colaborativos, que apresentem comportamento suspeito.

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O seeker do MANSUP, um desenvolvimento da Omnisys. Foto: Roberto Caiafa

4) “Qual a opinião da Marinha o Brasil sediar o maior evento de defesa e segurança da América Latina?”

Inicialmente, é importante registrar que as feiras de segurança e defesa promovem, no mundo inteiro, uma oportunidade ímpar de fomentar discussões e de estreitar relacionamentos entre as Forças Armadas, permitindo o estabelecimento de um saudável ambiente de negócios. E isso não seria diferente com a LAAD, a maior da América Latina, que contribui diretamente para o fortalecimento da Indústria Nacional de Defesa e para o estreitamento dos laços de amizade entre os países participantes.

Destaco que o ordenamento mundial vigente aumentou a expectativa de instabilidades dos mais variados tipos, o que poderá trazer novas formas de relacionamento global, levando os Estados à adoção de atitudes preventivas. Nesse sentido, a complexidade dos conflitos atuais, incluindo as chamadas “novas ameaças”, e do potencial destrutivo dos armamentos existentes, fazem com que diversos países adotem uma postura dissuasória. Ao abordar as tendências globais em termos de indústria bélica, deve-se destacar o relevante esforço nacional, consubstanciado nas Diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, que preveem o incremento da capacitação da Base Industrial de Defesa, levando-se em consideração esse caráter eminentemente dissuasório de nossa política de defesa.

O aumento dessa capacidade trará como corolário o acréscimo de nosso potencial para, por exemplo, contribuir com operações de paz, garantir assistência humanitária a outros países em situações de catástrofes naturais e salvaguardar a vida humana no Atlântico Sul. Isso sem falar no aumento das possibilidades de estabelecimento de parcerias industriais e tecnológicas com nações amigas, sobretudo aquelas que se encontram em nosso entorno estratégico, como a América do Sul e a África Ocidental.

Especificamente em relação à Marinha do Brasil, isso somente poderá ser concretizado pela existência de um Poder Naval balanceado, adequado à estatura políticoestratégica do País e que inspire credibilidade quanto ao seu emprego. Por meio de seu Programa de Modernização do Poder Naval, está empenhada na intensificação da construção naval militar, que hoje já demonstra uma alta capacitação tecnológica na construção de navios, submarinos e sistemas navais. Paralelamente, a Marinha busca aproximar-se, em termos de Ciência, Tecnologia e Inovação das demais instituições públicas e privadas e dos centros acadêmicos de importância nacional.

Finalmente, ao dar as boas-vindas a mais uma edição da feira LAAD, manifesto o orgulho que a Marinha do Brasil sente em tomar parte de tão significativo evento, não apenas prestando o seu apoio institucional, mas também promovendo a indústria militar naval brasileira, evidenciando a importância que atribuímos ao nosso progresso e autonomia.

Laad Defence Security 2023





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