Orlando José Ferreira Neto, Presidente da ABIMDE: Somente uma base industrial de defesa forte pode garantir a autonomia que o Brasil
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Orlando José Ferreira Neto, Presidente da ABIMDE: Somente uma base industrial de defesa forte pode garantir a autonomia que o Brasil

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(Infodefensa.com) R. Caiafa, Santiago de Chile – As indústrias de defesa brasileiras exibem na atualidade um momento muito especial, já que uma série de fatores tem colaborado para um vigoroso crescimento de suas ações e resultados. Infodefensa.com entrevistou em FIDAE 2012 a Orlando José Ferreira Neto, Diretor Presidente da Associação Brasileira de Industrias de Material de Defesa e Segurança (ABIMDE), entidade que congrega mais de 160 de empresas do setor no país.

As declarações dos grupos internacionais da área de defesa interessados em atuar no Brasil tem tido em comum a questão do estabelecimento de parcerias com empresas brasileiras e a realização de investimentos de longo prazo no país. Esta nova linha de ação se deve a que fatores, em sua avaliação?

Primeiramente, ocorreu uma mudança de postura da sociedade para com o setor. A soberania da nação deixou de ser entendida como uma questão interna das Forças Armadas, mas sim um tema nacional que envolve inúmeras variáveis, incluindo aí o desenvolvimento do país. Somente uma base industrial de defesa forte pode garantir a autonomia que o Brasil busca obter no cenário internacional.

Como bem disse o Ministro Celso Amorim “Defesa e Democracia andam juntas e nenhum país soberano pode delegar sua capacidade de defesa a terceiros”. Mas para viabilizar estes preceitos, fez-se necessário a tomada de algumas medidas muito importantes, dentre elas o estabelecimento de um marco regulatório para o setor pelo governo federal, o que aconteceu com a regulamentação da MP 544 pelo Senado e Câmara dos Deputados em Brasília.

Este é um processo complexo, tendo de ser conduzido dentro de regras que possam orientar e sustentar a realização dos investimentos, apoiando assim os empresários dedicados a este importante segmento.

As recentes alianças ocorridas entre grupos empresariais brasileiros e empresas estrangeiras podem auxiliar na viabilização deste processo de que forma?

Se você colocar um olhar mais detalhado sobre o a base industrial de defesa brasileira, verá que o País possui um número expressivo de empresas no setor, no entanto, a maioria delas são de pequeno porte. Para poderem atuar com desenvoltura neste novo cenário, se fez necessária a busca de parceiros já estabelecidos neste mercado, e a forma que os países considerados como players do segmento encontraram de dinamizar estas ações foi através do estabelecimento de parcerias e fusões.

As grandes corporações internacionais já dominam diversas das tecnologias e serviços que o Brasil precisa para obter sua capacitação, então é um movimento natural, buscar se associar com estas empresas, e isso só pode ocorrer a partir do momento em que temos um conjunto de medidas capazes de garantir que os pesados investimentos necessários terão o aval e a fundamental participação do estado brasileiro através do Ministério da Defesa e outros setores do poder público. Isso nos tem permitido queimar etapas de forma segura e responsável.

A participação de empresas do setor de defesa brasileiro na FIDAE 2012 já é um resultado prático destas alianças e fusões?

Certamente. Com o total apoio da Agência Promotora de Exportações e Investimentos (APEX) foi construído um pavilhão que recebeu 37 empresas brasileiras de produtos e serviços ligados a defesa e segurança, um marco expressivo na consecução de metas necessárias para mostrar ao mercado internacional a seriedade do momento vivido pelo país em termos de investimentos na área. As empresas estrangeiras não iriam colocar seus recursos e expertises no Brasil se não entendessem que do nosso lado já existissem os meios reguladores para viabilizar este caminho.

E para o Brasil, esta relação precisava de garantias de que a relação seria duradoura, portanto, a implementação das alianças foi um passo necessário neste sentido. Deve-se ressaltar que para que o conhecimento seja transferido e novos produtos possam ser desenvolvidos, era fundamental que as empresas locais estivessem adequadamente capacitadas e com mão de obra capaz de absorver estes ensinamentos.

Isto vem ocorrendo de forma gradual, e a entrada de grandes grupos empresariais brasileiros como parceiros da corporações estrangeiras sinalizam claramente o acerto desta solução, e a prova material disso é esta massiva participação brasileira em um evento internacional  significativo como a FIDAE, isso após consolidarmos no mercado interno eventos importantes como a LAAD (Latin American Aero and Defense). Estamos investindo no mercado externo com o apoio do governo brasileiro, certos de que, exportando material com alto valor agregado, contribuímos de forma marcante para tornar favorável nossa balança comercial.



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