O evento Drone Show 2022, realizado na cidade de São Paulo em meados do mês de maio, foi vitrine para os lançamentos da empresa brasileira Xmobots, e um deles, o XPatrol, apresenta um conceito de vigilância patrimonial baseado no emprego de drones, sensores de alta capacidade e grande automação de missão, eliminando fadiga humana e maximizando processos, uma proposta realmente vantajosa para todos os envolvidos.
Para conhecer sobre as capacidades dessa tecnologia, Infodefensa entrevistou o Gerente XPatrol na XMobots®, Adriano Leão.
O Gerente XPatrol na XMobots®, Adriano Leão, fala sobre a solução Xpatrol (Imagem: Xmobots)
O conceito do drone "dentro de uma caixa" entrega quais capacidades aos clientes?
O XPatrol é o nosso serviço de patrulhamento aéreo que consiste em locação da solução completa do equipamento para operações remotas automatizadas onde o Drone é o “meio” para operação dos clientes que buscam o monitoramento e segurança patrimonial, sempre do ponto de vista mais estratégico, que é o Aéreo. O sistema consiste em drone com a base de comando, módulos de comunicação, estação meteorológica, onde toda a operação do equipamento é pelo nosso Software, o Mission Manager, sem uso de controle remoto. O equipamento possui câmera RGB (4K) e termal, para operações 24x7 dentro da cerca virtual de operação que é criada no ato da instalação e automação do equipamento que é feita pela nossa equipe. Todas as operações são gravadas, gerando rastreabilidade de processo e maior segurança para o gerenciamento. Após o equipamento instalado, o cliente fica com disponibilidade para realizar as operações 24 horas por dia, 7 dias por semana, em todas as situações já que o equipamento pode operar dia e noite, mesmo em condições de chuva, realizando todas operações de forma automatizada e/ou manual, oferecendo para o operador toda capacidade de monitorar a área por todos os ângulos.
Diferentes tamanhos de áreas monitoradas podem demandar mais de uma "caixa" com drone dentro? (nisso podemos incluir a questão autonomia-recarga-
Nosso “raio ótimo” de atuação é de 3,2 Km por base, podendo fazer operações para qualquer um dos lados, sendo a base de comando o local onde o Drone se comunica com o operador remoto, faz seus pousos e decolagens, carregamento (não existe o processo de troca de bateria), módulos de comunicação e estação meteorológica. Esse raio pode variar de acordo com a operação, topografia, interferências de comunicação como prédios e obstáculos, por isso, todo processo de instalação e validação é feito pela nossa equipe, para garantir sempre a melhor disponibilidade e capacidade operacional. O equipamento possui módulos redundantes de comunicação, além das antenas, também utiliza o 4G (no drone e na base), GPS, computador de bordo interno, garantindo que em qualquer situação, as operações possam ocorrer ou em caso de emergência, os procedimentos de pouso possam acontecer, garantindo segurança para operação. A autonomia média de voo é na casa de 30 min e o carregamento, caso seja utilizado toda disponibilidade da bateria, em média, 45 minutos. O interessante na aplicação é que toda engenharia operacional deve ser objetiva, já que o deslocamento aéreo em linha reta, faz tudo sempre mais rápido que o ponto de vista terrestre, fazendo com que a operação tenha sempre a melhor disponibilidade do equipamento. Sendo assim, a gestão de risco das empresas podem indicar demanda para mais de um equipamento no mesmo local, que seria comparável ao fato de por exemplo ter mais de um posto de vigilância para ronda nos locais, tendo a possibilidade de intercomunicação entre os equipamentos, garantindo ainda mais disponibilidade e sendo sempre mais custo eficiente, uma vez que os sistemas podem ser operados pelo mesmo operador, e claro ampliando seu raio de operação, instalando os equipamentos em locais distintos.
O Drone da solução Xpatrol (Imagem: Xmobots)
Os voos são contínuos, por amostragem ou reativos aos sensores? O perfil de missão é preventivo/reativo ou ambos?
São de acordo com a disponibilidade e necessidade operacional dos clientes. Nosso sistema pode ser integrado com outras tecnologias já instaladas no site do cliente (Sensores, radares, câmeras, Video Management Systems, etc) que tem a capacidade de disparar alertas, onde via API de integração, os alertas irão disparar as missões para que o equipamento se desloque para o local do alerta. O sistema também poderá realizar as missões automatizadas de forma periódica e pré-definida pela equipe de gestão, além é claro de poder ser lançado manualmente para uma vistoria pontual, bem como direcionado de uma missão para atender uma ocorrência. Ou seja, é preventivo e reativo, estando a disposição da equipe de operação o tempo todo.
A arquitetura de sensores, conexões de interface, manutenção/recarga e tarefas diárias são simples de serem compreendidas, aprendidas e utilizadas? O vigilante treinado pela média do mercado, em uma boa empresa do ramo, pode operar o sistema com eficiência ou demanda pessoal treinado somente para a sua operação?
Toda operação é pelo Mission Manager, com uma interface muito simples e intuitiva. O equipamento tem módulos de segurança que irão responder automaticamente, os operadores não precisam dar nenhum comando para inicio de carregamento por exemplo e nem conhecer os obstáculos fixos no local, uma vez que todos são levantados no ato da instalação, sendo que simples cliques no mapa podem levar o equipamento a qualquer lugar, dentro da cerca virtual do sistema. Realizamos treinamento para todos os operadores que dura em media 3 horas, eles precisam estar devidamente registrados junto ao DECEA para que possam estar aptos a operar o equipamento.
O Drone da solução Xpatrol (Imagem: Xmobots)
O sistema de navegação obrigatoriamente precisa ser muito preciso e seguir waypoints fixos inseridos na programação previamente. Qual é o back-up de falhas? Possui safety return? Pode ser operado "manualmente"? Exige alguma certificação do piloto "manual"? O sistema tem limites operacionais de uso como condição climática, baixa visibilidade ou risco a navegação aérea?
O sistema possui módulos de redundância de comunicação e localização. Como todo ambiente é mapeado, ele terá precisão para operação em toda sua cerca virtual. Lembrando que o operador estará restrito a operação somente nesse local, inclusive com limitações de altura, transpor obstáculos, qualquer item que colocaria em risco a operação ou não esteja de acordo com as restrições locais quanto ao uso do espaço aéreo. O retorno é sempre para a base de comando, onde ele possui uma terceira câmera, esta, que será utilizada somente pelo drone, para o pouso de precisão na base de comando via infravermelho. Caso a base esteja incomunicável, por exemplo por um problema de comunicação no local, ou mesmo falta de energia, o sistema tem registrado um local de pouso de emergência, onde ele irá realizar o pouso em segurança, sendo este o único momento em que alguém precisaria manualmente pegar o equipamento para coloca-lo de volta na base, por ser necessário uma inspeção visual antes de retomar as operações. O sistema tem uma estação meteorológica instalada no local, monitorando ativamente as condições locais, ele poderá operar na chuva, e caso os ventos estejam acima de 75 Km/h, o sistema irá impedir o início da operação. Se estiver em voo e os ventos atingirem 95 Km/h, ele também irá automaticamente retornar para pouso. Quanto a baixa visibilidade, durante o treinamento os pilotos são instruídos dos requisitos de legislação para operações aéreas e esta fica a cargo do piloto manter ou não a operação, por exemplo em caso de neblina muito densa, na incapacidade de ver as câmeras, não faria sentido realizar a operação, lembrando que por enquanto as operações são em caráter EVLOS, ou seja, o operador remoto pode estar em qualquer local, porem os observadores de voo tem que estar em contato visual com o equipamento. Caso não seja possível o contato devido a essas condições de neblina por exemplo, o operador deverá encerrar a operação e retomar quando estiver novamente em condições.
É difícil falar de custos já que cada empresa interessada terá demanda diferenciada, mas podemos falar da operação. Vender horas de voo entregando todo o aparato + pessoal ainda permite uma rentabilidade de negócio competitiva? O XPatrol é mais dispendioso e compensa esse custo com tecnologia, ou justamente por ser mais eficiente, na verdade pode reduzir custos? Já se sabe essa métrica?
Sim, já lançamos o sistema comercialmente no mercado e posso dizer que fomos muito agressivos nas condições comerciais, visando um escalonamento rápido da operação. É uma tecnologia disruptiva que vem para de fato r-Evolucionar o mercado de monitoramento e segurança e a nossa maior aposta é sermos mais eficientes, mais eficazes, a um custo muito competitivo que na ponta já é mais barato que seu maior concorrente que seria o custo HH com veiculo por exemplo para execução de patrulhas periódicas. Isso já viabiliza o inicio de operação em qualquer local que se faz esse tipo de serviço, e após o início, nossa maior aposta é que as empresas irão não somente utilizar para as finalidades propostas como ampliar sua operação para vistorias de equipes, logística, patrulhamento interno, segurança do trabalho, manutenção, entre outras aplicações que a gestão de imagem traz, o que faz com que a empresas possam ter ganhos ainda maiores, não somente em segurança e risco de operação, protegendo as pessoas, mas também com economia financeira. Quanto maior o problema, melhor a solução.
Sendo assim, trabalhamos com contrato de locação, pelo período mínimo de 36 meses, incluso instalação, transporte, automação, integração, treinamento, MRU (Manutenção, reparo e upgrade de sistema) e um CCOD (Centro de Controle de Operações de Drones) que monitora ativamente a telemetria do sistema, como um help desk ativo 24x7. Como não cobramos a instalação, temos uma parcela de ativação para início de operação, a ser pago na contratação, ficando um total de 37 parcelas de 18.800,00 mensais.
Além disso, temos condições especiais de lançamento, que serão analisadas durante a análise técnica da operação, visando a possibilidade de uma contratação para testes por um período de 6 meses, dentro de um raio de atuação de 400 Km de nossa planta com um custo diferenciado.
O Drone da solução Xpatrol (Imagem: Xmobots)