O Governo da Alemanha, após intensa pressão internacional, decidiu iniciar o envio de material bélico pesado para a Ucrânia, que enfrenta uma invasão da Rússia, com a entrega de 50 blindados KMW Gepard 1A2 diretamente dos estoques da empresa fabricante.
Ocorre que praticamente não existe mais estoque de munição de 35 mm na Alemanha, no padrão utilizado pelos dois canhões Oerlikon desses blindados de artilharia antiaérea criados na década de 1970, em Plena Guerra Fria.
Imagem: Roberto Caiafa
Assim, e de uma hora para outra, o Governo Alemão viu a sua oferta tornar-se um problema, já que um blindado sem munição para os canhões não tem serventia alguma para os ucranianos.
Começou aí um périplo do Governo Alemão contactando operadores desse armamento pelo mundo para tentar recomprar os estoques de munições e repassá-los para a Ucrânia.
De todos os países que ainda operam o Gepard 1A2, o Brasil foi o primeiro da lista a ser contactado, já que comprou uma quantidade expressiva de munição 35 mm para esses sistema de armas em 2011/2012.
As conversações que estão acontecendo envolvem o Brasil, Catar e Jordânia, que compraram os tanques no passado e ainda têm munição.
Imagem: Roberto Caiafa
O Guepardo foi projetado na década de 1970 para abater helicópteros e aeronaves a até 6 quilômetros (3,7 milhas) de distância e não estão mais em uso pelos militares alemães. Os 50 blindados oferecidos encontram-se armazenados em um depósito da empresa Krauss-Maffei Wegmann.
O país comprou os Gepard para proteger os estádios de futebol durante a Copa do Mundo de 2014 de drones e outras ameaças aéreas, mesma situação do Qatar, que comprou seus Gepards para o mesmo propósito, defender as arenas do torneio, que só começa em novembro próximo.
Potanto, esse é o dilema ser solucionado nos próximos dias, a falta de munição. "Se a Alemanha não conseguir resolver essa questão rapidamente, a Ucrânia provavelmente terá que recusar a oferta", disse Andrij Melnyk, embaixador da Ucrânia na Alemanha, nesta quarta-feira.
Imagem: Roberto Caiafa