No dia 8 de agosto de 2025, foi batizada e lançada ao mar a Fragata “Jerônimo de Albuquerque” (F201), a segunda embarcação da Classe Tamandaré, nas instalações da TKMS Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí, Santa Catarina, com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alkmin e sua esposa, sra. Maria Lúcia Guimarães Ribeiro Alckmin, que realizou o tradicional batismo com a quebra de uma garrafa de champanhe contra o casco da F-201.
Este lançamento marca a transição da fragata para a fase de instalação de sistemas e testes de porto e de mar, que devem durar até dois anos antes de sua incorporação à Marinha do Brasil.
Depois da cerimônia de batismo, ocorrere a demorada operação "load out", que consiste na movimentação do navio para um dique flutuante e sua imersão controlada até atingir a sustentação na água.
Após essa etapa, cada uma das fragatas é transferida para o cais do estaleiro, onde ocorre a conclusão de acabamentos e são feitos os testes de porto (HAT, de harbor acceptance test), antes de seguir para as provas de mar (SAT ou sea acceptance test)
Este marco reforça a posição do estaleiro TKMS Estaleiro Brasil Sul como um hub estratégico para a indústria naval na América do Sul, com três fragatas sendo construídas simultaneamente, consolidando a capacidade de construção naval local.
Dentre as autoridades presentes a cerimônia de batismo da F201, destaques para o ministro da Defesa, José Múcio, o comandante da Marinha do Brasil almirante Olsen, o CEO da Thyssenkrupp Marine Systems para a América Latina, Paulo Alvarenga, o CEO do Consórcio Águas Azuis, Fernando Queiroz, o CEO da Embraer Defesa e Segurança, Bosco da Costa Jr.
Nos discursos de Paulo Alvarenga e Fernando Queiroz, ambos externaram preocupações quanto a questão da previsibilidade orçamentária para o setor de Defesa, uma situação que tem gerado muitas dúvidas, por exemplo, sobre a construção do 4º navio da classe Tamandaré e a extensão do contrato para mais duas unidades, algo defendido pelo Almirante Olsen desde que assumiu o comando da Marinha do Brasil.
No seu discurso, Olsen foi taxativo no seu primeiro parágrafo "A ausência de uma Esquadra é confissão tácita de fraqueza. Sem o domínio do mar o Estado degrada-se em sua relevância estratégica e submete-se, por inação, a tutela de potências alheias ."
Para o comandante da Marinha, essa situação é extremamente desagradável, já que as fragatas classe Niterói rapidamente aproximam-se do final de suas vidas úteis.
Esses navios e mais um punhado de escoltas variadas, todas de idade avançada, exceto a Barroso, não atendem sequer a um mínimo que garanta dissuassão efetiva, especialmente sem proteção aérea.
E Olsen e seus comandados sabem que somente quatro fragatas Tamandaré e quatro submarinos Riachuelo é muito aquém do que uma Amazônia Azul necessita para a sua Defesa.
Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT)
O Programa de Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), iniciado em 2017, visa substituir navios mais antigos, como as fragatas da Classe Niterói, e modernizar o núcleo de poder naval do Brasil, com entregas previstas entre 2025 e 2029.
O custo de cada fragata é de cerca de US$ 555 milhões (R$ 2,77 bilhões), com custo total do programa estimado em US$ 2,2 bilhões, refletindo o investimento significativo na defesa marítima.
O programa prevê a construção de quatro fragatas modernas para a Armada Brasileira através de um parceria formada entre a Marinha do Brasil e o Consórcio Águas Azuis, thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa e Segurança e Atech, com gerenciamento da Emgepron.
A primeira fragata da classe, a Tamandaré (F200), foi lançada em agosto de 2024 e está passando por testes de mar.
A terceira fragata, Cunha Moreira (F202), já tem seus blocos sendo estruturados no estaleiro. A previsão é que a Jerônimo de Albuquerque seja entregue em janeiro de 2027, ampliando significativamente as capacidades operativas da Força Naval.
O primeiro corte de chapa do navio aconteceu em 2023.
O nome de batismo da segunda fragata Classe “Tamandaré” é uma homenagem ao primeiro comandante de frota, que chegou a comandar a Marinha, nascido em solo brasileiro.
Construída com tecnologia de ponta e mais de 40% de conteúdo nacional, a F-201 também movimenta a indústria naval e gera empregos qualificados no Brasil.
A nova fragata é equipada com alta tecnologia, poder combatente e capacidade de proteger a Amazônia Azul.
Seu moderno Sistema de Gerenciamento de Combate, o cérebro do navio, torna esse tipo de fragata capaz de identificar e responder a ameaças com precisão cirúrgica.
Projetadas como escoltas versáteis, são capazes de proteger o tráfego marítimo, negar o uso do mar a ameaças e realizar missões de defesa costeira.
Com deslocamento de aproximadamente 3.500 toneladas, elas são equipadas com radar Hensoldt TRS-4D, capaz de rastrear 1.000 alvos a até 250 km, e sistemas de guerra eletrônica como o MAGE Defensor Mk3, desenvolvido pela empresa brasileira Omnisys.
Além disso, são armadas com um sistema de lançamento vertical de 12 células para mísseis superfície-ar Sea Ceptor, oito mísseis anti-navio MANSUP, um canhão naval Oto Melara 76/62 SRGF Super Rapid e um sistema de armas de curto alcance Rheinmetall Sea Snake 30 mm, além de dois lançadores triplos de tubos de 324 mm (SEA TLS-TT), compatíveis com torpedos Mk 54 (além do Mk 46), para guerra anti-submarina.