Cesar Kuberek, VP para a América Latina: Thales projeta vasta expansão na indústria espacial latino-americana
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Cesar Kuberek, VP para a América Latina: Thales projeta vasta expansão na indústria espacial latino-americana

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(Infodefensa.com) Roberto Caiafa, Lima – Infodefensa Brasil entrevistou Cesar Kuberek, Vice-Presidente da Thales para a América Latina desde 2009. Kuberek transferiu a sede regional da companhia da Cidade do México para São Paulo em 2012 e, já no final de 2013, celebrou uma enorme conquista no Brasil, que fez com que o Presidente e CEO global do Grupo, Jean-Bernard Lévy, voasse de Paris para Brasília para assinar ele próprio: o contrato do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), um marco na indústria espacial brasileira. Kuberek e seu time local – formado em sua grande maioria por latino-americanos como ele – visam agora expandir a operação espacial da Thales em todo o continente.

A Thales assinou recentemente o contrato do satélite de telecomunicação SGDC no Brasil, um marco na indústria. Quais são os próximos passos da empresa na região?

O contrato que assinamos com a Visiona (joint-venture entre Embraer e Telebrás) para o programa do SGDC no Brasil foi um dos cinco maiores em toda a Thales em 2013. Podemos dizer que foi um ponto de partida para incrementar a nossa presença no mercado de espaço na América Latina. A Thales é líder global na indústria espacial e estamos prontos para atender aos clientes militares e civis com a nossa tecnologia de ponta e, sobretudo contribuir e participar no desenvolvimento e crescimento das indústrias espaciais nacionais.

Com a nossa experiência e patrimônio globais, a Thales está muito bem posicionada para transferir conhecimentos e tecnologias para os nossos clientes latino-americanos a fim de reforçar a sua independência e soberania. Nós firmamos um MoU com a Agência Espacial Brasileira referente à transferência de tecnologias espaciais para o Brasil, que é o primeiro passo importante para uma parceria ambiciosa entre a Thales Alenia Space, a AEB e a comunidade espacial brasileira como um todo. Esta colaboração vai ganhar forma nos próximos meses, com base no plano de transferência de tecnologia proposto pela Thales Alenia Space, que vai de encontro às expectativas das entidades brasileiras envolvidas. As transferências vão apoiar o desenvolvimento futuro de um satélite de sensoriamento remoto no Brasil. Elas vão ocorrer num período de cinco anos, de acordo com projetos espaciais planejados pelo Governo brasileiro. Este acordo vai proporcionar uma base sólida para atividades conjuntas, bem como uma parceria estrutural em longo prazo.

Como a indústria espacial da América Latina pode se beneficiar da experiência global da Thales?

Nossa joint-venture Thales Alenia Space é referência global em soluções para telecomunicações espaciais, radar e observação óptica da Terra, defesa e segurança, navegação e ciência. Na América Latina, a Thales está muito bem posicionada para cobrir todas estas áreas.

A Thales Alenia Space é líder europeia em carga útil de radares da alta resolução (submétricos) e ópticos para missões civis, militares e duais: coleta de informações, designação de alvo, meteorologia, oceanografia, climatologia, mapeamento e gestão de crises. A Thales Alenia Space também é líder mundial em altimetria de espaço.

A nossa empresa também é capaz de fornecer desde soluções de ponta a ponta (end-to-end) de sistemas embarcados complexos até instrumentos extraordinários e é capaz de auxiliar a América Latina a satisfazer a sua ambição em seu desenvolvimento espacial.

A Thales Alenia Space tem uma longa experiência em consórcios internacionais e atualmente lidera a Iridium NEXT (81 satélites) e a Meteosat Third Generation (6 ​​satélites meteorológicos para a Europa), mas também é capaz de construir fortes parcerias industriais, incluindo transferência de tecnologia com muitos países em vários níveis. Foi o que fizemos na Argentina com o INVAP no programa da ARSAT, na Coréia com o Koreasat 5, na Turquia com a entrega de um centro de AIT para a TAI (Turkish Aerospace Industry). Mais recentemente, uma joint-venture foi criada com a ISS-Reshetnev, nosso parceiro histórico russo. Chamada Universum Space Technologies, esta JV sediada em Krasnoyarsk já está em operação.

Quais são algumas das referências de sucesso da Thales em observação da Terra?

O papel central desempenhado pela Thales Alenia Space em missões de exploração da Terra da Agência Espacial Europeia (ESA) reflete o compromisso de longa data da nossa empresa com clima e observação ambiental, começando com os primeiros satélites Meteosat construídos em Cannes no final de 1970. A Thales Alenia Space tem uma parceria não só com a ESA, mas também com a Eumetsat, a agência espacial francesa CNES, a agência espacial italiana ASI e até mesmo com a Comissão Europeia em praticamente todas as missões neste campo, seja como empresa líder (três gerações do Meteosat, GOCE, Jason Calipso etc) ou como fornecedor de cargas úteis avançadas (Topex, Envisat, MetOp, CryoSat, Altika, Vegetation etc.) A experiência da nossa empresa é amplamente reconhecida nos mercados internacionais e levou a missões de colaboração fora da Europa, incluindo a Coreia do Sul (KOMPSAT 5), Índia (Saral), Canadá (Radarsat 2) e Estados Unidos (Topex, Jason, Calipso, GFO-RA e Rússia (Sadko)).

A Thales Alenia Space vai continuar neste caminho de auxiliar os tomadores de decisão na Europa e ao redor do mundo a gerenciar o enorme desafio da mudança climática. Além de seu papel como empresa líder para a terceira geração de satélites Meteosat, a Thales Alenia Space está contribuindo significativamente para o GMES (Monitoramento Global do Meio-Ambiente e da Segurança), um programa da união entre a ESA e o a Comissão Europeia, incluindo ser escolhida como empresa líder para os satélites Sentinel 1 e 3.

Quanto a missões de defesa ou duais, a Thales Alenia Space é a empresa líder para o sistema de observação de radares dual italiano, o Cosmo SkyMed. Trata-se de uma constelação de quatro satélites que fornece dados para o Governo, usuários militares e privados. O sistema está agora totalmente operacional e atingiu a sua capacidade de aquisição de imagem ideal de cerca de 1.800 imagens/dia, durante dia ou noite e em todas as condições meteorológicas. Esses recursos tornam o sistema de observação italiano um dos sistemas mais avançados e confiáveis ​​deste tipo no mundo. A Thales Alenia Space também está desenvolvendo a COSMO New Generation.

A Thales Alenia Space é reconhecida como especialista em radares de alta resolução para imagem. Nossa empresa forneceu a eletrônica para os instrumentos de radar na constelação SAR-Lupe de cinco satélites, o que proporciona imagens de alta resolução da Terra para o Ministério da Defesa da Alemanha.

A Thales Alenia Space é fornecedora exclusiva a 30 anos de todos os instrumentos ópticos de alta e altíssima resolução em satélites de inteligência franceses (Helios, Pleiades e CSO) e ganhou muitos programas de exportação.

Como a Thales está posicionada no campo de imagem em alta resolução óptica?

A Thales Alenia Space tem uma forte atuação aeroespacial desde 1995 no campo de alta resolução óptica (submétrica) com duas gerações de satélites militares franceses Helios (Helios 1A/1B, Helios 2A/2B) assim como dois satélites franceses Pleiades de missão dual projetados para atender as amplas necessidades de usuários civis e militares na Europa, com um amplo espectro de aplicações incluindo mapeamento, desenvolvimento urbano, hidrologia, geofísica, vulcanologia etc. Nossa empresa está atualmente desenvolvendo dois satélites para a CSO (Composante Spatiale Optique) no escopo do programa MUSIS.

A Thales Alenia Space é a empresa líder em satélites de observação de alta resolução construídos principalmente na França para mercados de exportação, especialmente o sistema Gokturk para o Ministério de Defesa da Turquia. Além disso, a TAS foi escolhida pela Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos para desenvolver a carga útil óptica de altíssima resolução para o seu programa Falcon Eye, dentro do escopo do consórcio com a Astrium. O sistema Falcon Eye abrange dois satélites de alta performance. Como uma das empresas líderes, a Thales Alenia Space está encarregada da carga útil óptica de altíssima resolução e alta performance, o subsistema de transmissão de dados de imagem, o sistema de processamento de imagens de terra e a coengenharia e validação do sistema como um todo. Nossa empresa vai também fornecer dois instrumentos ópticos HR a um novo cliente.

Com 13 instrumentos HR (6 já em operação em órbita + 7 em construção), a Thales Alenia Space desenvolveu uma expertise única reconhecida mundialmente e conquistou dois terços dos satélites de alta resolução óptica no mercado de exportação acessível. Esta herança única nos permite oferecer um tempo de vida estendido aos nossos clientes graças a um desenho de redundância otimizado e uma grande qualidade dos nossos produtos.

Por fim, a TAS abriga uma unidade de óptica sem igual na Europa cobrindo as bandas visível e infravermelha em todas as condições espaciais. Estamos falando de cerca de 1.000 metros quadrados de salas limpas num único local, incluindo 500 metros quadrados classificados Class 100, além de duas câmaras de vácuo cada uma contendo um banco de testes óptico, um dos quais o maior da Europa, sistemas de teste de vibração acústica e mecânica, sistemas de mensuração para massa, centro de gravidade e inércia, laboratórios ópticos, elétricos e criogênicos, interferômetros, dialatômetros, teodólitos e outros instrumentos.

Qual a importância da carga útil dentro do satélite?

Um satélite abrange um módulo de serviço (também conhecido como ônibus ou plataforma) que inclui todos os subsistemas necessários para a funcionalidade (força, controle térmico, manuseio de dados, propulsão etc) e uma carga útil dedicada à missão que pode ser um módulo de comunicação ou um instrumento de observação. A carga útil é o centro da missão. A Thales Alenia Space é a número 1 mundial em carga útil de telecomunicação e meteorologia e a número 1 européia em carga útil de observação de alta resolução. A performance do instrumento é a chave para o sucesso de um sistema de observação óptica submétrica.

Foto: Thales



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