L. Henriques (Omnisys): "O Strev pode ser usado para avaliar todos os futuros sistemas de armas do Brasil"
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L. Henriques (Omnisys): "O Strev pode ser usado para avaliar todos os futuros sistemas de armas do Brasil"

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A Omnisys, subsidiária da Thales no Brasil para os setores de aeroespaço, defesa, segurança e espacial, participou da 6ª Mostra BID Brasil 2021 apresentando soluções de alta tecnologia para o mercado de defesa, destaque para o Sistema Transportável de Rastreio de Engenhos em Voo (STREV), desenvolvido para o Centro de Avaliações do Exército (CAEx), sendo este um marco importante para o desenvolvimento de novos sistemas de armas estratégicas para o Brasil. 

A empresa também levou a Brasília suas tecnologias de eletrônica de mísseis voltadas para o Radar Autodiretor do Míssil Antinavio de Superfície da Marinha (MANSUP), e seus Radares para segurança e controle do espaço  aéreo, tecnologia desenvolvida e produzida pelo Centro de Excelência de Radares de São Bernardo do Campo (SP) e exportada para o todo o mundo.

"Como parte da Base Industrial de Defesa do país, participar da 6ª edição da Mostra BID Brasil foi uma excelente oportunidade de apresentar às Forças Armadas brasileiras e às demais delegações internacionais nossas inovações e tecnologias desenvolvidas para os mercados nacional e internacional", afirma o CEO da Omnisys, Luiz HenriquesInfodefensa entrevistou o executivo com foco especial no STREV.

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Imágenes: Roberto Caiafa

Em 2021, aconteceram as entregas previstas dos diversos módulos de equipamentos que formam o Sistema Transportável de Rastreio de Engenhos em Voo (STREV). Como está sendo o processo de recebimento e quais os próximos passos?

O processo de recebimento do STREV foi dividido em três fases. A primeira fase foi realizada no Centro de Avaliações do Exército (CAEx), na Marambaia, a segunda fase foi realizada em Formosa (Goiás) e a terceira fase, concluída há 20 dias, teve como cenário de emprego Cachimbo, no Pará (nota do autor: as três áreas citadas correspondem, em ordem crescente, aos maiores campos de tiro real existentes no Brasil para emprego de material militar em seus alcances máximos). O contrato assinado entre a Omnisys e o Exército Brasileiro prevê o suporte ao produto e a capacitação de pessoal militar na sua operação pelos próximos anos, e agora estamos apoiando as atividades de treinamento e familiarização que ocorrem no CAEx empregando suas distintas linhas de tiro e permitindo aprender a rastrear tiros de morteiros, disparos de obuseiros de 155mm ou mesmo salvas de foguetes de artilharia, dentre inúmeras possibilidades.

Equipamentos e tecnologias como o STREV também encontram clientes no mercado de lançamento de satélites?

Na verdade, o conjunto de tecnologias e capacidades que deram origem ao STREV descendem, por assim dizer, desse mercado, porém, os requisitos são diametralmente opostos, e explico. Enquanto os radares, optrônicos e sensores de um centro de lançamento como Alcântara (fornecidos pela Omnisys) rastreiam um foguete ou nave espacial, que é um objeto relativamente grande com velocidade proporcionalmente baixa e rota predizível contrastando com o céu, o STREV deve ser capaz de rastrear obuses de artilharia de alcance extendido, mísseis de cruzeiro, armas autônomas stand-off e/ou mísseis a-ar ou superfície-ar, enfim, engenhos muito pequenos, as vezes múltiplos, voando a velocidades altíssimas e capazes de alterar sua rota até o impacto com o alvo, em quaisquer condições meteorlógicas, de dia ou a noite. A tecnologia empregada no STREV advém dessas competências, porém destinados a obtenção de resultados diferentes.

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Imágenes: Roberto Caiafa

Quaisquer outras armas, das três forças, poderão ter seu desempenho aferido pelo STREV?

O objetivo desse sistema é permitir ao Exército readquirir capacidades de rastreio e acompanhamento do comportamento de engenhos no ar, isso se aplica a todos os projetos do Exército, começando pelo Astros 2020, mas o STREV pode ser usado como equipamento de avaliação de todos os sistemas de armas futuros a serem adquiridos pelo Exército, e também pela Força Aérea e Marinha do Brasil.

A mobilidade do sistema STREV é um grande destaque, especialmente nos deslocamentos por terra. O que mais o STREV proporciona a mais além desses requisitos de prtabilidade?

O sistema foi completamente desenvolvido no Brasil, assegurando independência tecnológica para as Forças Armadas. A especificação do STREV prevê seus transporte por terra, e seu emprego em diferentes sítios, e com os equipamentos configurados  de acordo com os requisitos do armamento que vai ser testado, ou seja, o usuário pode posicionar os sensores de acordo com as necessidades de cada tipo de ensaio, seja em termos de alcance, posicionamento das antenas, registro de dados, etc. A maneira como o sistema vai ser configurado para testes de mísseis de cruzeiro é completamnte diferente da maneira como será utilizado para rastrear foguetes de artilharia de saturação de área. Para cada necessidade, haverá uma configuração de dois ou mais elementos que atendam aquela demanda.

A Omnisys contratou competências de outras empresas da Base Industrial de Defesa e Segurança na construção do STREV?

Isso já é uma tradição da Omnisys, integrar as suas soluções trabalho da BIDS que atendam aos requerimentos. No caso do STREV, tínhamos um requisito especial para os containers/shelters usados para acondicionar sensores, antenas, geradores e sistemas, além dos consoles de operadores, etc. Para integrar os equipamentos com a qualidade necessária, atendendo especificações militares de segurança e conectividade, optamos pelos excelentes produtos da brasileira RF.COM, que integrou os shelters/containers, de projeto exclusivo, sobre plataformas Ford Cargo Truck. O resultado final ficou muito bom, com o baixo peso do conjunto conferindo alta mobilidade ao sistema, que ainda pode ser fragmentado em vários caminhões especialmente projetados para fins de traslado entre sítios de teste.

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