A Marinha do Brasil realizou, entre os dias 12 a 18 de maio, na estratégica região de Furnas (MG), um grande treinamento de Operações Ribeirinhas.
Maior adestramento do tipo já realizado no Estado de Minas Gerais, o exercício teve o propósito principal de manter a condição de pronto emprego e a capacidade expedicionária dos Fuzileiros Navais em todas as regiões do Brasil, ao mesmo tempo em que permite reforçar a presença da Marinha no estado.
CLANF, mobilidade, poder de fogo e proteção para os fuzileiros navais (Imagem: Marinha do Brasil)
A região de Furnas não foi escolhida pelo Corpo de Fuzileiros Navais ao acaso, já que concentra um parque gerador de energia elétrica construído em torno da Usina Hidrelétrica de Furnas e seus 1.216 MW gerados.
A localização privilegiada da usina (500 km do Rio de Janeiro, 400 km de São Paulo e 300 km de Belo Horizonte) permitiu, ao longo dos anos desde a década de sessenta, a construção de mais oito usinas, aproveitando, integralmente, um potencial de mais de 6.000 MW instalados.
Descrevendo o Exercício
No dia 16 de maio ocorreu uma demonstração operativa (DemOp) apresentando as principais capacidades envolvidas no treinamento para autoridades, convidado locais e imprensa.
A Operação em Furnas mobilizou mais de 700 fuzileiros navais, um pelotão de Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf), dois aviões de caça AF-1 Skyhawk, helicópteros UH-15/H-225M Super Cougar e UH-12 Esquilo, dezenas de embarcações, viaturas (leves e pesadas), e diversos outros equipamentos militares da Marinha do Brasil.
Os helicópteros da Aviação Naval apoiaram missões de operações especiais, busca e resgate e transporte logístico (Imagem: Marinha do Brasil)
As tropas envolvidas no adestramento pertencem à Força de Fuzileiros da Esquadra e à Força Aeronaval, sediadas no Rio de Janeiro, e à Delegacia Fluvial de Furnas, sediada em São José da Barra (MG).
Dentre as atividades executadas durante o exercício, destacaram-se o desembarque ribeirinho, as operações com CLAnf em ambiente fluvial, a orientação fluvial diurna e noturna, técnicas de travessia, “hellocasting”, “tethered duck” diurno e noturno, mergulho, salto livre operacional, rapel, dentre outras.
Os helicópteros da Aviação Naval destacados para voarem durante o exercício lançaram suas missões a partir de uma Base Aérea Expedicionária ativada em Furnas com apoio da engenharia de fuzileiros navais.
Força de Fuzileiros da Esquadra
A Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) é a tropa anfíbia da Marinha do Brasil, atuando em operações de guerra naval, ações com emprego limitado da força e atividades benignas. Trata-se de uma força estratégica de pronto emprego, de caráter anfíbio e expedicionário.
A estratégica região de Furnas fornece energia elétrica para as indústrias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (Imagem: Marinha do Brasil)
Dentre algumas das suas ações mais recentes, destacam-se a participação nas operações de paz no Haiti e no Líbano; as operações de garantia da lei e da ordem no Rio de Janeiro; e a assistência humanitária e apoio à defesa civil durante as chuvas em Petrópolis.
Em abril deste ano a Força de Reação Rápida dos Fuzileiros Navais foi certificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como nível 3 de prontidão para as Operações de Paz, o mais elevado nível operacional para aquela organização.
A Força foi assim a primeira do País a atingir tal certificação, sendo atualmente a única no mundo.
Os Fuzileiros Navais operaram na Região da Represa de Furnas, no interior do Estado de Minas Gerais (Imagem: Marinha do Brasil)