R. Duarte (Siatt): "Estamos capacitados para produzir até dez Mansup por ano"
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R. Duarte (Siatt): "Estamos capacitados para produzir até dez Mansup por ano"

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Regis Marongio, Robson Duarte e Élson Fuzara, todos da SIATT. Foto: Roberto Caiafa
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A última Mostra BID Brasil, que aconteceu em Brasília entre os dias 6 e 8 de dezembro, contou com a participação da empresa Siatt (Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico), empresa que lidera o desenvolvimento final do míssil antinavio nacional Mansup.


Além dessa grande conquista, a empresa concebeu, prototipou e está operando sistemas acessórios capazes de permitir ao cliente total independência em relação à forma de operar seus mísseis. Entre esses sistemas, destacam-se o console lançador de mísseis CLM e a caixa de teste do lançador de mísseis. Para saber mais sobre esse programa, o Infodefensa.com entrevistou seu diretor comercial, Robson Duarte, e o engenheiro Élson Fuzara.


Mansup ezute

O quarto lançamento do Mansup foi um marco, já que pela primeira vez, e com sucesso, foi utilizado o Console Lançador de Míssil. Como surgiu a demanda por esse equipamento?

Duarte: A Marinha do Brasil nos informou da sua decisão de que o 4º lançamento do MANSUP deveria ser efetuado pela Fragata Constituição, um navio que já estava praticamente em fase de desativação, mas que recebeu uma manutenção geral para navegar por pelo menos mais 18 meses. Ocorre que a Constituição não lançava um míssil superfície-superfície havia 32 anos (!), e seu sistema de controle e acionamento dos lançadores de mísseis antinavio estava inoperante. Para vencermos esse desafio colocado pelo Almirantado, desenvolvemos e prototipamos em questão de meses um Console Lançador de Míssil. Como a "caixa" final resultante ainda não estava conformada como um painel instalado no Centro de Operações de Combate do navio, usamos um diminuto espaço existente a ré dos lançadores para instalar o CLM, sendo preciso apenas realizar um furo para passar o cabo de conexão CLM-Lançador-Míssil. Esse arranjo exigiu algumas intervenções e adaptações de pequena monta no navio, e graças ao CLM e a qualidade do míssil em si, o lançamento foi um completo sucesso, performando exatamente como previsto. Importante acrescentar que esse lançamento foi o primeiro míssil do lote piloto, sendo conhecido como Mansup P1-2022.

Então é correto afirmar que o CLM permite configurar o cérebro do míssil e realizar seu disparo de qualquer plataforma?

Duarte: Se falamos de plataformas navais e terrestres (artilharia de costa missilística), sim, o CLM permite que um cliente instale seus mísseis em containers, caminhões pesados e outras opções, e faça todo o setup com os parâmetros de disparo pelo CLM, usando dados repassados pelos sistemas de combate disponíveis. Em posse dessas informações, o operador programa o míssil com os parâmetros de missão e de lançamento, e essa "conversa" com o cérebro do míssil o deixa pronto para ser disparado, mesmo que sem a existência de sofisticadas instalações e interfaces. Usando a maleta testadora, é possível testar e checar todas as funções do lançador, garantindo 100% de eficácio no momento do disparo real.

Siatt ARMAS INTELIGENTES

Com relação a granada de morteiro 120 mm guiada, quais os detalhes desse armamento que você pode nos dar?

Fuzara: A granada de morteiro raiado de 120mm com guiamento é uma demanda do Exército Brasileiro e também de diversos clientes em potencial no mercado internacional. Cientes das possibilidades desse mercado, chegamos a esse conceito de granada que pode utilizar dois guiamentos, o GNSS, com precisão média de um metro do ponto de impacto para o alvo (ou menos) e o laser, que resulta em precisão média de 4 metros. Temos condições de produzir essas munições no Brasil e sermos competitivos. 

E o foguete guiado de 70mm?

Fuzara: Essa arma, amplamente difundida na aviação militar, e com o nosso kit, pode mudar sua condição de voo de balístico (vai para onde é apontado) para um guiamento a laser que corrige desvios e mantém um cerrado agrupamento dos foguetes, garantindo uma saturação de área de longa distância com impactos bem mais precisos, ou ataques curtos extremamente precisos. Para se obter o foguete guiado, basta desmembrar as duas seções de um Skyfire 70 ou SBAT, inserir a seção intermediária com as aletas de guiamento e a eletrônica ( a seção de ré não muda, é o propelente) e na seção de nariz a ogiva de guerra recebe a companhia de quatro sensores aletados capazes de detectar e travar na radiação laser refletida pelo alvo. Com isso, as salvas de foguetes de 70mm ganham uma precisão inédita, sendo capazes de lidar com maior número de diferentes ameaças.

Qual é hoje a capacidade instalada da Siatt para industrializar o Mansup, assim que as encomendas forem colocadas?

Duarte: Esse é outro grande desafio, deslanchar a industrialização do MANSUP. Da nossa parte, conseguimos produzir e entregar com certeza 10 mísseis MANSUP por ano.

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