No final do mês de maio, o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil direcionou ao mercado internacional de veículos blindados/carros de combate um request for quotation (RFQ) que tem como objetivo central adquirir um total de 17 carros de combate leves/médios para substituir, no Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais, os caça-tanques SK-105A2S Kurassier, de origem austríaca, recebidos a partir do ano de 2001 e considerados obsoletos na atualidade.
O 18º exemplar dessa compra deverá ser uma viatura de socorro/recuperação que irá substituir o único 4KH7FA Greif disponível atualmente.
O CFN endereçou seu RFQ para empresas que já estão oferecendo seus veículos dentro do Programa Forças Blindadas do Exército Brasileiro, como os carros de combate turcos Tulpar, armado com canhão de 120mm montado na torre HITFACT MK2 (Otokar) e Kaplan, dotado com uma torre 3105 com canhão de 105mm (FNSS), o sueco CV90/120 (BAE Systems) armado com canhão de 120mm CTG (Compact Tank Gun) 120/L50 da RUAG Land Systems, o ASCOD 2 MMBT, equipado com torre HITFACT MK2 com canhão de 120mm (General Dynamics European Land Systems) e o Lynx 120, armado com um canhão de 120 mm L44 (Rheinmetall Landsysteme GmbH).
Acredita-se nos bastidores que um "alinhamento" inédito com o Programa Forças Blindadas do Exército Brasileiro, que possui requisitos semelhantes, torne possível uma inédita aquisição em conjunto, gerando escala para o fabricante escolhido e diminuindo os custos de aquisição e mantenimento, além de proporcionar uma logística mais ágil para ambas as forças.
Requisitos
Essa aquisição do Corpo de Fuzileiros Navais deverá incluir um amplo pacote logístico para o suporte a vida útil dos novos meios, transferência de tecnologia, documentação entregue em português e meios de treinamento modernos para a formação de operadores, mecânicos e pessoal de apoio, incluindo simuladores digitalizados.
A entrega desses carros deverá ser acompanhada de um lote de peças de reposição/consumíveis e novas munições de maior letalidade/eficácia.
A idéia por trás desse arranjo e dar fluidez e segurança durante a transição para os novos blindados, mitigando quaisquer impactos tecnológicos que essa aquisição possa acarretar.
No RFQ, os requisitos mais destacados incluem três tripulantes por veículo (motorista, artilheiro e comandante do carro), sistemas de proteção NQBR atualizados, compatibilização da frota com o sistema C2 adotado pelos Fuzileiros (de origem israelense), payload para 36 munições (mínimo), sendo 12 para pronto emprego, capacidade de atuar em modo hunter/killer e função autotracker para o sistema de controle de tiro, que deverá ser capaz de empregar munições cinéticas do tipo APFSDS e químicas das versões HE/HEAT/HESH (todas com alcance efetivo de pelo menos três mil metros), "fire rating" de 10 tiros por minuto (reload de até seis segundos), proteção balística STANAG 4569 nível 4 para o chassis e a torre, capacidade de resistir e manter a tripulação segura mesmo quando exposto a explosões sob a viatura (carga explosiva de até 10kg), autonomia mínima de 450 km sem emprego de tanques extras descartáveis, um mínimo de 20 HP por tonelada na relação entre peso e potência, pressão sob o solo até um máximo de 1.0 Kgf/cm² e peso máximo (pronto para rodar) de até 45 toneladas.