O Centro Tecnológico do Exército (CTEx) formalizou, no dia 16 corrente, o contrato para desenvolvimento do novo sistema de armas remotamente controlado (SARC) Remax 4.
Na mesma ocasião foi contratado um pacote de atualização dos REMAX 3 atualmente em uso pelo Exército Brasileiro, através do acordo de cooperação nº 21-DCT-005-00, entre o Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do Exército e a empresa Ares Aeroespacial e Defesa.
A assinatura do acordo foi feita pelo general de brigada Armando Morado Ferreira, chefe do CTEX, e Frederico Medella, diretor comercial da Ares Aeroespacial e Defesa.
Mostrado em detalhes pela primeira vez por Infodefensa.com, o Remax 4 é uma evolução do atual REMAX 3, um desenvolvimento de concepção autoral do Exército Brasileiro produzido pela Ares.
As principais mudanças, focadas em novos eletrônicos, atualização de hardware e arquitetura de software, juntaram-se ao novo módulo de optrônicos desacoplado do berço da estação, permitindo graus de liberdade de giro independentes (azimute e elevação) à linha de visada (tecnologia slip ring).
Aliada a essas características novas, a capacidade do cofre de munição foi aumentada em três vezes nos dois calibres certificados para a estação, indo de 100 para 300 cartuchos na metralhadora 12,7x99mm, e de 200 para 600 tiros quando empregada a arma em 7,62x51mm.
Outro acréscimo importante, oriundo do desenvolvimento da UT30BR e seu simulador, agora é possível adicionar uma estação de trabalho extra para o comandante da viatura equipada com a Remax 4 , permitindo o controle total da estação de armas.
Esse ítem é opcional e pode ser integrado ao sistema de gerenciamento de missão (SGM) aumentando a consciência situacional da tripulação.
Essas modificações, além de manterem o SARC Remax no “estado-da-arte”, facilitam a integração com outros armamentos, incluindo aí lançadores automáticos de granadas (LAG) e estações lançadoras de mísseis anticarro (“anti-tank guided missile” – ATGM).
Se for opção do cliente, é possível integrar aoRemax 4 um sistema de alerta laser (laser warning systems – LWS) do tipo ELAWS 2, da Elbit Systems. Essa tecnologia foi integrada e testada em bancada com o protótipo com excelentes resultados.
No geral, além de uma completa reengenharia, reduzindo a altura em 20% e o peso do conjunto em 12 kg, facilitou-se a instalação e remoção do sistema, inclusive quando instalado em viaturas menores e com menor massa.
Foram mantidas as mesmas interfaces e simbologia/comandos de operador desenvolvidas para uso na viatura blindada de transporte de pessoal – média sobre rodas (VBTP-MSR) 6X6 Guarani e viatura blindada multitarefa – leve de rodas (VBMT-LR) 4X4 LMV-BR.
O pacote de atualização Remax 3A1deverá incorporar as mesmas características principais disponibilizadas noRemax 4 , exceto pelo sistema optrônico desacoplado e pela menor dimensão do equipamento, exclusivos da nova versão.
Lançado em 2016 pelo CTEX, após análise da avaliação complementar do Centro de Avaliações do Exército (CAEX), o desenvolvimento da nova versão foi assumido pela Ares em novembro de 2020.
Entre os objetivos que guiaram o desenvolvimento, buscou-se a redução dos custos de produção, uma extensão do ciclo de vida do sistema e uma melhor relação custo x benefício para o Exército.
Assim, a Ares apresentou uma proposta para pesquisa, desenvolvimento e produção do protótipo do REMAX 4 mais o alinhamento de um pacote de atualização dos SARC atuais, construindo um protótipo de pré-série com os requisitos do CTEX.
Este protótipo foi montado em uma VBTP-MSR 6X6 Guarani na sede da empresa Ares no Rio de Janeiro, e testado, com a realização de tiros técnicos, nas instalações do CAEX no final do mês de setembro, logo após os testes com a torre manual Reman.
A assinatura desse acordo, com duração de 12 meses (com opção de extensão), permitirá o acesso total da equipe de desenvolvimento do CTEX no trabalho realizado pela equipe da Ares, gerando ao final um novo sistema que atenda as necessidades do Exército no século XXI.