Brasil estende contrato com a Saab e adquirirá quatro caças Gripen E adicionais
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Brasil estende contrato com a Saab e adquirirá quatro caças Gripen E adicionais

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O 22 de Abril, Dia da Aviação de Caça de 2022 teve seu ponto alto no anúncio da extensão do contrato Gripen E/F BR de 36 para 40 aeronaves, ou mais quatro monoplaces (acordo entre o Governo Brasileiro e a SAAB), o que viabilizaria uma segunda base aérea/esquadrão operando o tipo, segundo palavras do comandante da Força Aérea Brasileira, tenente-brigadeiro Baptista Jr, que conduziu a cerimônia acompanhado do presidente Jair Messias Bolsonaro e comitiva.

"Agradeço ao Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro pela autorização para que o contrato de aquisição das aeronaves F-39 Gripen seja alterado no sentido de serem acrescidas mais quatro aeronaves que nos possibilitará iniciar estudos para implantação desses vetores e mais uma base aérea. Em paralelo iniciamos estudos preliminares para aquisição de um segundo lote dessas aeronaves a fim de garantir que a desativação das aeronaves de Caça mais antigas não acarrete perda da capacidade de cumprirmos nossa missão de defesa da pátria", discursou.

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O presidente Jair Bolsonaro e o comandante da FAB, brigadeiro Baptista Jr, durante cerimônia militar do 22 de abril de 2022 (Imagem: Roberto Caiafa)

Realizada na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, a cerimônia militar foi seguida de uma demonstração operacional com emprego de armamento como bombas, foguetes e canhões pelos caças Embraer A-29 Super Tucano, Northrop F-5EM e Embraer A-1M AMX, empregando o estande tático da ALA 12 para a realização de tiros certeiros em uma série de alvos no solo.

A seguir, Infodefensa entrevistou um dos pilotos de Gripen E da Força Aérea e registrou um detalhado trabalho em foto e vídeo dos novos aviões de combate fabianos de matrículas FAB 4101 e FAB 4102, que apresentamos neste artigo.

Durante a cerimônia, a dupla recebeu o simbólico batismo operacional, marcando a incorporação das aeronaves à Aviação de Caça brasileira.  Os dois aviões multimissão de produção em série chegaram ao Brasil no dia 1º de abril.

Ensaios em Voo

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O major Abdon de Rezende Vasconcelos, piloto de ensaios em voo da Força Aérea, chega em Santa Cruz a bordo do seu F.39E Gripen (Imagem: Roberto Caiafa)

O major Abdon de Rezende Vasconcelos, piloto de ensaios em voo da Força Aérea, falou sobre a integração no Brasil de ítens como o sensor IRST, que será instalado no nariz dos aviões a medida que forem enviados para  Brasil ou aqui produzidos, a eficência do painel WAD ou Wide Area Display, peça chave da fusão de dados do caça, do intenso treinamento que realizou na Suécia, com 40 horas totais de voo em caças Gripen C/D e mais de 15 horas de voo nos Gripen E, e do senso de dever e gratidão por representar, como piloto dos primeiros voos Gripen no Brasil, o trabalho de centenas de pessoas, brasileiros ou não, que contribuiram e contribuem para o sucesso do Programa Gripen Brasil.

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Detalhes do sistema de portas auxiliares de ventilação forçada e exaustão dos gases da Auxiliar Power Unit ou APU, essencial para operações em bases de desdobramento ou rodovias (Imagem: Roberto Caiafa)

O piloto, considerado de elite, também discorreu sobre funcionalidades das novas tecnologias que tornam o avião amplamente superior aos caças anteriores da Força Aérea Brasileira, citando a facilidade de manutenção, o emprego de simuladores para a formação e transição de novos caçadores Gripen e a assimilação por parte dos pilotos brasileiros do "modus operandi" sueco para aproveitar ao máximo as capacidades letais dos caças Echo. 

Pontos destacados durante a entrevista, além da fusão de dados dos subsistemas digitais, o radar AESA com montagem giro-angular, o motor GE F-414 com 22 mil libras de empuxo dry, os sistemas de sistemas IFF-MOD4 e Link-BR2 atualmente sendo integrados aos aviões, e o armamento de mísseis WVR Iris-T e BVR MBDA Meteor, que brevemente deverão ser testados e disparados no Brasil com o apoio do STREVI, sistema operado pelo Exército Brasileiro e desenvolvido pela Omnisys.

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Os caças FAB 4101 e 4102 ainda não tem armamento orgânico instalado, na forma do canhão Mauser e respectiva munição, e ainda não dispararam mísseis Iris-T ou Meteor, atividades que devem ser cumpridas até 2025, quando a frota inicial deverá alcançar o Full Operational Capablities (Imagem: Roberto Caiafa)

As unidades fabris e de P&D da Embraer e Saab, respectivamente, instaladas em Gavião Peixoto, estão atualmente na vanguarda do programa de desenvolvimento e concentram as atividades de voo das três aeronaves já em solo brasileiro. 

Na maior pista do continente sulamericano, os caças 4101 e 4102, além do protótipo FAB 4100, executam diariamente uma série de voos de testes nas mãos de experimentados pilotos de ensaios em voo da Força Aérea e pilotos suecos designados pela SAAB. 

Ambos são fundamentais para os próximos passos, que envolvem o gradual aumento do envelope operacional, emprego de sensores como o capacete DASH de última geração em voos noturnos, instalação, calibração e disparo do canhão e posteriormente dos mísseis de curto e médio alcance e o tão esperado FULL Operational Capablities sendo obtido no segundo semestre de 2025 para as primeiras aeronaves recebidas no 1º Grupe de Defesa Aérea (1º GDA) e a outra unidade ainda a ser definida para receber o modelo.

Enquanto Gavião Peixoto é o lar de três aviões, mais os dois novos que devem chegar ainda em 2022, continuam as obras de transformação de Anápolis em uma super base aérea cravada no meio do território brasileiro e dotada com novos hangares de operação, manutenção, apoio logístico integrado, pessoal, administrativo, defesa da base/infantaria da FAB, serviços e unidades integradas como um Grupo de Defesa Antiaérea dotado de mísseis MANPADS do tipo IGLA-S.

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O motor GE F-414, em que pese uma alegada "dependência" norte-americana com relação a possibilidade de embargos, pode perfeitamente ser mantido e manutenido no Brasil pela GE Celma, subsisdiária da General Eletric Engines no Brasil (Imagem: Roberto Caiafa)

Com a crise na Ucrânia decretando o fim do emprego de material de origem russa, vide o exemplo dos helicópteros AH-2 Sabre/MIL MI-35, especula-se nos bastidores que a Força Aérea deverá adotar, como complemento e virtual substituto do míssil IGLA, o sistema míssilistico sueco SAAB RBS-70 NG, empregado com bastante sucesso pelo Exército Brasileiro há mais de 10 anos.

Para o Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida a incorporação dos F-39 Gripen marca o início de uma nova era para a Força Aérea Brasileira. “Desde a sua criação a Aviação de Caça brasileira esteve em um patamar muito elevado e em função de dificuldades a gente não conseguia mais manter o mesmo nível das outras forças aéreas. Com a incorporação dos Gripen na sua configuração de combate, isso nos coloca novamente no mesmo patamar das melhores forças aéreas do mundo voltando à modernidade”, destacou. 

A solenidade contou ainda com voo de formação das aeronaves F-39 Gripen, F-5 Tiger e A-29 Super Tucano. 

Também foi realizada uma demonstração operacional pelos caças da FAB, que lançaram bombas no estande tático da base, além de visitação aos F-39 Gripen. 

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Um caça bombardeiro Embraer A-1M AMX lança flares após um ataque em mergulho com duas bombas de 230 kg (imagem: Roberto Caiafa)

Reconhecimento 

A “Medalha Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura”, instituída em 2010 com o enfoque de enaltecer a figura do líder e do Comandante operacional, foi entregue a cinco militares do Comando da Aeronáutica (COMAER) que exerceram ou exerçam o cargo de Comandante de Unidade Aérea e aos veteranos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), pela conduta em prol da operacionalidade da sua organização e da FAB. 

Para o Tenente-Coronel Aviador Juarez Bessa Leal é uma honra ter esse reconhecimento nesse momento especial em que é Comandante do Primeiro Grupo de Aviação de Caça. “Eu estando hoje na posição do patrono da Aviação de Caça,77 anos depois ocupando a cadeira que ele ocupou é uma alegria imensa e um agradecimento enorme à FAB por ter me escolhido para comandar o Grupo de Caça”, disse. 

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Pilotos de Caça e Comandantes de Unidades durante a cerimônia de imposição da “Medalha Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura” e "Troféu de Piloto Mais Eficiente” (Imagem: Roberto Caiafa)

Além disso, dez pilotos de caça mais bem avaliados em 2021 nos quesitos desempenho em missões operacionais de ataque ar-solo; combate BVR e WVR; conhecimento de inteligência operacional e percepção visual de objetivos (PVO) foram agraciados na solenidade com o "Troféu de Piloto Mais Eficiente”.



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