O Centauro II, o blindado com maior chance de ser o futuro 8x8 do Brasil

A concorrência brasileira VBC CAV 8x8 prevê a compra de 98 exemplares do blindado declarado vencedor, mais um contrato de Suporte logístico Inicial (SLI) e a compra e instalação de um Sistema de Simulação, no contexto do Programa Estratégico do Exército Forças Blindadas.

Até o final de 2022, deverá ocorrer o anúncio do vencedor e a assinatura do contrato para a compra de dois exemplares de testes e avaliações, seguidos posteriormente por mais sete unidades que irão compor o lote de experimentação doutrinária ou LED.

O Centauro II nas cores do EB observado pelo general Cristino, ex-gerente do PEE Guarani. Foto: Roberto Caiafa

O veículo caça tanques sobre rodas 8x8 Centauro II, fabricado na Itália pelo Consorcio CIO/Leonardo, é apontado como o favorito para tornar-se a primeira viatura de seu tipo na história do Exército Brasileiro, e esse favoritismo não é um artifício de marketing.

Único participante da licitação criado especificamente para a missão de caçar tanques, o Centauro II traz outro ineditismo, o canhão de 120mm alma lisa L45 de alta pressão, capaz de disparar munições modernas com desempenho e poder de fogo muito superior aos vetustos L7 A3 105mm que equipam os Leopard 1A5 e M-60 A3 TTS (e suas munições antigas de outra geração).

O acesso a uma variedade de munições 120mm no mercado mundial significará maior independência e disponibilidade desse recurso durante a vida útil da frota de blindados, com a opção de produção no País.

A moderna fábrica da IDV em Sete Lagoas, MG (Imagem: Roberto Caiafa)

Além da superioridade inconteste do sistema de armas, por si só um indutor de mudanças na Arma de Cavalaria, o Centauro II tem outro trunfo importante para lhe dar a condição de favorito, a moderna fábrica da IDV localizada na cidade brasileira de Sete Lagoas (Minas Gerais) e que hoje produz a VBTP MSR 6x6 Guarani em baixo ritmo de produção (LRP) e monta em regime CKD os blindados 4x4 IDV LMV.

Além da fábrica em Sete Lagoas atender ao desejado quantitativo de nacionalização de componentes para o programa de montagem dos 8x8, mesmo que em processo CKD, toda a integração final chassi/torre, testes de rodagem e logística de distribuição as unidades operadoras poderá ser feita replicando ações consagradas implementadas no PEE Guarani, tornando a entrada em serviço desse novo material algo fluido e bem planejado desde o início da produção.

O suporte pós venda da IDV é reconhecido positivamente dentro do Exército, mais uma vez reduzindo custos e riscos industriais da opção Centauro II.

Soldadores trabalhando no chassi de um Guarani 6x6 na fábrica de Sete Lagoas (Imagem: Roberto Caiafa)

A experiência da IDV/Oto Melara em trabalhar com a Leonardo na configuração do veículo deixa claro que a fábrica em Sete Lagoas terá um papel importante na realização desses trabalhos no Brasil, um expertise que o Exército precisará absorver devido as inéditas características de modernidade do carro, da torre e do armamento/sistema de controle de fogo.

Portanto, a opção Centauro II, apesar de ser a mais sofisticada tecnologicamente, é a que oferece o menor risco em sua implementação, pois irá reutilizar toda uma estrutura já existente.

Com relação aos simuladores destinados ao Centauro II, já existe uma boa base instalada de opções industriais no Brasil para parcerias nessa área vital, provendo o suporte e a disponibilidade desses sofisticados meios de instrução digitalizados.

O IDV LMV é montado na fábrica de Sete Lagoas (Imagem: Roberto Caiafa)

O Centauro II também está iniciando sua vida operativa no Exército Italiano, o que significa oportunidades de intercâmbio e aprendizado com unidades operadoras e escolas de formação de tripulações naquele País europeu.