O Complexo Naval de Itaguaí sediou a cerimônia de entrega pela Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (Dgdntm) do Estaleiro de Manutenção (ESM) à Diretoria Industrial (DIM) da Marinha do Brasil.
O ESM representa uma instalação de grande importância para o ciclo de vida dos novos submarinos da classe Riachuelo e marca mais um avanço industrial no âmbito do Programa Submarino (Prosub). Também foi entregue um novo Pátio de Manobras para atracação de até dois submarinos em área coberta e descoberta, e o cais número 11, com capacidade para atracação de submarinos e navios em manutenção.
Vista de satélite do Estaleiro de Construção em Itaguaí. Imagem: Google Maps
A infraestrutura entregue ao setor do material conta com oficinas de mecânica, usinagem, tubulações, eletromecânica, pintura, hidráulica e sala de testes. A instalação tem capacidade para inspecionar, testar, reparar e realizar a manutenção dos equipamentos e sistemas dos submarinos convencionais diesel-elétricos, assim como dos componentes e conjuntos de equipamentos não irradiados do submarino convencionalmente armado com propulsão nuclear.
O projeto garantirá não apenas o suporte aos novos submarinos, mas também permitirá o apoio logístico a meios de superfície da Marinha que venham a ser manutenidos em Itaguaí (RJ). A prontificação do Estaleiro de Manutenção, localizado na cidade de Itaguaí, representa um marco para a Força Naval e para o país como um todo – sendo um passo importante para o fortalecimento da indústria naval brasileira.
Além de fortalecer a capacidade de defesa nacional, a entrega representa uma oportunidade de geração de negócios e desenvolvimento tecnológico, que pode impulsionar o crescimento econômico da região.
Os submarinos classe Riachuelo agregam conteúdo de alta tecnologia produzido no Brasil. Foto: ICN
A construção do ESM teve expressiva participação na geração de empregos no setor da construção civil e na indústria metalmecânica, resultando na geração de 2 mil empregos diretos e 10 mil indiretos, contribuindo para o fomento da economia, o desenvolvimento de novas tecnologias e o incremento industrial.
Estaleiro de Manutenção
A infraestrutura industrial do ESM conta com uma Oficina de Apoio à Manutenção de Submarinos, com área total de aproximadamente 9.291 m², sendo composta pelas oficinas, salas de testes e almoxarifado. O Pátio de Manobras entregue possui 8.360 m² destinados à docagem. Desta forma, as instalações representam significativo aumento da capacidade de manutenção de meios navais no Brasil.
A estrutura conta, ainda, com ferramentas específicas, como centros de usinagem com comando numérico de última geração, bancada de teste de válvulas, equipamentos para manutenção e teste de motores elétricos e compressores de ar de alta pressão, bem como instalações com proteção radiológica para a realização de ensaios não destrutivos por gamagrafia e raios-X.
Estão previstas, ainda para este ano, as entregas de uma bancada de teste de bombas hidráulicas e duas salas limpas, com atmosfera controlada, destinadas à manutenção de componentes hidráulicos, sem que haja risco de contaminação.
Vista da área sul do Complexo Naval de Itaguaí. Foto: Marinha do Brasil
Programa de submarinos
O Programa de submarinos (Prosub) faz parte de um amplo programa estratégico de Estado, concebido em 2008, por meio da parceria estabelecida entre Brasil e França. O Prosub contempla a construção de uma infraestrutura industrial e de apoio à operação e manutenção de meios, a construção de quatro submarinos convencionais de propulsão diesel-elétrica e o projeto e a construção do primeiro Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear brasileiro.
O primeiro dos quatro submarinos convencionais, o Riachuelo, já está em operação, entregue à Marinha em setembro de 2022. Os testes operacionais no mar do Humaitá, segundo submarino nacional, já foram iniciados, com previsão de entrega até o final de 2023, bem como o lançamento ao mar do terceiro, o Tonelero.
Recentemente, a Marinha realizou a transferência de seções do quarto submarino, o “Angostura”, da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas para o Estaleiro de Construção, com previsão de entrega até o final de 2025.
Tripulação executando suas funções a bordo do S40 Riachuelo, o 1º da classe. Foto: MB