F. Azevedo Brasil: "Existe o interesse de Peru e Argentina em adquirir pelo menos um de nossos submarinos"
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F. Azevedo Brasil: "Existe o interesse de Peru e Argentina em adquirir pelo menos um de nossos submarinos"

Ministro da Defesa do Brasil Fernando Azevedo e Silva. Imagens: Roberto Caiafa
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Após a palestra em que enumerou as diversas atividades do Ministério da Defesa, o titular da pasta, general-de-exercito Fernando Azevedo e Silva concedeu entrevista onde foi possível abordar vários aspectos dos programas estratégicos das forças, planos de aquisições, reorganização funcional de efetivos e a recuperação da capacidade operacional eliminando obsolescências.

No cenário internacional, destaque para possíveis negócios envolvendo outros países sul-americanos como Peru e Argentina, e na Europa, a Hungria.

Como fica o orçamento para 2021, especialmente com relação aos investimentos?

Como ministro, terei de cortar de algum lugar a diferença entre o que requeremos ao Congresso Nacional e o que vamos receber para custear despesas discricionárias. Muito se falou do aumento de R$ 11,7 bilhões para cerca de R$ 15 bilhões que pleiteamos no PLOA 2021, mas os críticos não informam que nos últimos quatro/cinco anos esses valores ficaram imobilizados em torno de R$ 10 bilhões, devido aos contingenciamentos e cortes, acarretando inúmeros problemas na execução dos Programas Estratégicos das Forças.

Existem alternativas para melhorar a disponibilização desses recursos?

Sim, existem alternativas como a criação de um Fundo de Defesa, empregando parte das reservas do Tesouro Nacional para custear os Programas e Projetos, ou por exemplo a capitalização de recursos que não entram no Teto Fiscal imposto pela Lei Orçamentária.

Outras nações já criaram uma estrutura organizacional que direciona as compras de material de defesa de forma conjunta. E Brasil?

O Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED) está sendo usado como um banco de dados para nos permitir ver claramente o que temos e o que precisaremos de capacidades, e no início de 2022 vamos concluir os estudos do Planejamento Baseado em Capacidades e assim racionalizaremos procedimentos, eliminando algumas disparidades e corrigindo outras. As operações conjuntas que estamos realizando, como por exemplo a recente Poseidon, tem nos ajudado a determinar possíveis padronizações de material, tal como no modelo francês liderado pelo Direction générale de l'armement (DGA).

E quanto a reorganização estrutural das três forças?

Ela está acontecendo, a Força Aérea, por exemplo, foi bastante agressiva, destinando mais vagas para o militar de carreira curta (oito anos) entre graduados e oficiais, algo que está expandindo-se para o Exército e a Marinha. Isso permite uma significativa redução de custos previdenciários e de custeio, aliviando as despesas fixas no médio prazo. Houve também a redução na formação de quadros de carreira longa, entre oficiais e graduados, flexibilizando os recursos. Isso facilitou inclusive o remanejamento de efetivos dentro do território nacional sem a necessidade de aumento de pessoal.

A malograda tentativa de fusão entre Boeing e Embraer. A Embraer vai receber algum tipo de ajuda financeira oficial?

O modelo proposto de negócio entre as duas fabricantes de aeronaves, na opinião do ministro, era muito bom, mas não ocorreu, acarretando diversos gastos a Embraer Aviação Comercial, algo que está nos tribunais internacionais. A Embraer Defesa e Segurança ficou fora dessa negociação e está preservada, mantendo seu expertise aeronáutico, ampliando sua divisão de radares em parceria com o Exército e atuando na construção das fragatas classe Tamandaré para a Marinha. Respondendo a sua pergunta, o Ministério da Defesa manobrou na aproximação entre a Embraer e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que a empresa possa receber auxílio governamental por dois anos e assim voltar ao que era antes da Pandemia.

Existem novidades das vendas do Millennium?

Sim, posso informar que as conversas entre a empresa brasileira e o Governo e Força Aérea da Hungria estão bastante adiantadas, portanto o C-390 deverá anotar mais uma venda de exportação brevemente. Outros países também tem demonstrado interesse no modelo, portanto um futuro de vendas para o Millennium está cada dia mais próximo.

Os helicópteros H-225M foram usados ​​na operação Poseidon, mas agora se fala em reduzir as entregas em favor de outros interesses.

Como foi comprovado na Poseidon, o equipamento tem permitido um excelente nível operacional, em que pese a hora de voo mais cara dos H-225M. Com a dilatação dos prazos de entregas ocorrido no programa, outras necessidades se impuseram para cada força com o passar do tempo. A Marinha solicitou a troca das entregas finais a ela destinada por helicópteros menores ideais para treinamento, mesma demanda da Força Aérea Brasileira (ambos escolheriam outro modelo Helibras/Airbus Helicopters disponível), enquanto o Exército deseja trocar suas entregas finais por suprimentos e provisões de manutenção para a frota já existente. Para que isso aconteça, é necessária aprovação do Conselho Superior de Governança e isso está bem encaminhado.

Em que situação está o fornecimento de submarinos da classe Riachuelo para o Peru?

Realmente existe o interesse de Peru e Argentina em adquirir pelo menos um de nossos submarinos do Prosub, assim como outros países tem investigado conosco a possibilidade de usarem nossos estaleiros e sua capacidade de fabricação, adquirindo meios construídos no Brasil. Isso permitiria a Marinha do Brasil alongar o programa Prosub encomendando um quinto submarino, o que evitaria o gap industrial na Itaguaí Construções Navais, um bônus precioso que interessa a indústria naval militar brasileira. Estamos negociando com os interessados e importantes avanços já foram registrados, pavimentando o caminho para a concretização dessas vendas.



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