Brasil ativa a nova base do Prosub na ilha da Madeira
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Brasil ativa a nova base do Prosub na ilha da Madeira

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A Marinha do Brasil, através da Força de Submarinos, ativou na última sexta-feira (17) a Base de Submarinos da Ilha da Madeira, localizada no Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

A base faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que visa à produção de quatro submarinos convencionais e do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear (mais estaleiro e base naval), um investimento avaliado em R$ 35 bilhões.

A base mais moderna da Força Naval

Segundo o comandante da Marinha do Brasil, almirante-de-esquadra Ilques Barbosa Junior, a BSIM será a base naval mais moderna da Força Naval e vai contribuir para a preparação dos meios navais, prioritariamente dos submarinos, além de prestar apoio logístico às organizações militares (OMs) “Aqui estará em breve a força máxima de dissuasão estratégica de nosso país, os submarinos convencionais com propulsão nuclear, os submarinos com propulsão diesel-elétrica, e também modernas fragatas e outros meios de apoio ao fortalecimento da soberania e do desenvolvimento do país”, disse Ilques, na cerimônia que teve a presença do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque.

“Cabe a base prover facilidades de atracação, infraestrutura e apoio administrativo aos navios subordinados ao Comando da Força de Submarinos; segurança de áreas e instalações do Complexo Naval de Itaguaí, incluindo os perímetros marítimo, terrestre e áreas comuns, em coordenação com as demais organizações militares e empresas sediadas no complexo, além de oferecer apoio básico de saúde”, complementou o comandante da Marinha.

Classe Riachuelo

Em outubro do ano passado o submarino Humaitá também foi apresentado no Complexo Naval de Itaguaí.

O S-41 é o segundo dos quatro submarinos com propulsão diesel-elétrica Classe Riachuelo planejados para atuar na defesa da costa brasileira e seu lançamento ao mar está previsto para dezembro.

Maiores que o projeto original Scorpenne francês (casco alongado em seis metros para receber mais combustível e suprimentos), esses modernos submersíveis tem 72 metros e pesam 1.870 toneladas, permitindo assim um maior tempo de patrulha/endurance.

Com capacidade para 35 tripulantes, mais um pequeno espaço para transportar mergulhadores de combate, a Classe Riachuelo pode alcançar 20 nós submersa, o equivalente a 37 quilômetros por hora.

Entre os armamentos estão o torpedo pesado inteligente do tipo F.21, minas navais e mísseis anti-superfície AM.39 Exocet (disparáveis com o submarino submerso).

Cada S-BR pode realizar missões de patrulha e/ou negação do uso do mar ao inimigo com autonomia de até setenta dias operando.

Testes HAT/SAT

O primeiro submarino, que dá nome a classe, chegará ao setor operativo ao final de 2020 após passar por dois anos de extensos trabalhos de avaliação e testes conhecidos como HAT/SAT (harbor aceptance test/sea aceptance test).

O segundo deverá seguir o mesmo roteiro sendo aceito para serviço no início de 2022.

Os dois seguintes, S-42 Tonelero e S-43 Angostura, têm entrega prevista respectivamente para o final de 2022 e meados de 2023.

Entre os testes de aceitação para o serviço ativo, cada exemplar deve navegar à velocidade máxima por muitas horas (acima de 37 km/hora submerso, 22 km/hora na superfície) cobrindo grandes distâncias; emergir em ângulo vertical agudo, submergir em condição crítica; passar por batalhas e cercos virtuais de combate; realizar o disparo real de todas as suas armas (fase que o S-40 deverá cumprir em breve) e treinar a saída e o resgate de times de mergulhadores de combate; além de participar de exercícios para combate de incêndio a bordo, de naufrágio e de ações furtivas dedicadas à inteligência/operações especiais.

Construídos como resultado de uma parceria estratégica entre o Brasil e a França, o PROSUB permitiu a indústria naval brasileira ter acesso a uma enorme e inédita prensa usada para moldar as calotas de vante e de ré do casco de cada submarino (a maior do tipo existente no hemisfério sul), fabricar e soldar tubos de torpedos de 535 mm, executar a fabricação de componentes complexos como tanques de combustível, tanques de lastro, cradles (berços), tubulações hidráulicas, válvulas e bombas, entre outros equipamentos e capacidades.

A subsidiária brasileira do Grupo Thales, a empresa Omnisys, tem sob a sua responsabilidade os trabalhos de integração do sistema de combate ou CMS (Combat Management System) que inclui o radar, o periscópio optrônico, o mage, o sonar de casco e o sonar flank-array, os equipamentos de comunicação submersa UT e VLF, as defesas ativas e passivas CONTRALTO, todos esses sensores e equipamentos apresentando o quadro tático do momento aos operadores de forma clara e intuitiva.

Um avanço no projeto da Classe Riachuelo, a prática anterior de cortar o casco para acessar os componentes internos críticos e assim realizar a manutenção pesada não será mais necessária, tornando o período de indisponibilidade menor e reduzindo custos.

Histórico dos Submarinos no Brasil

A história dos submarinos no Brasil começa no final do século XIX com o desenvolvimento de protótipos. Em 1904, os submergíveis foram incluídos no primeiro programa de construção naval da Marinha.

Sete anos depois foi criada uma sub-comissão naval brasileira na Europa, na cidade de La Spezia, na Itália, para fiscalizar a construção dos três primeiros submarinos encomendados ao governo italiano. Essa flotilha, que incluía embarcações da chamada classe F entrou em operação em 1914.

Depois da Segunda Guerra, o Brasil passou a se equipar com submarinos americanos das classes Fleet-Type e Guppy. Só na década de 1980 ocorreu a auto-suficiência para projetar e construir suas próprias embarcações.

Foi assinado um contrato de transferência de tecnologia e capacitação técnica com o estaleiro alemão HDW, do qual derivou o submarino Tupi S30. O primeiro submarino construído totalmente no País foi o Tamoio, que foi ao mar em 1994.

Nessa época outros dois submarinos foram construídos localmente, o Timbira e o Tapajó. Já neste século foi ao mar o modelo Tikuna, semelhante externamente ao Tupi, mas possuidor de várias inovações tecnológicas, sobretudo na geração de energia, no sistema de direção de tiro e nos sensores.

Com o Riachuelo mais uma etapa evolutiva está sendo cumprida e o próximo salto tecnológico será dado com o submarino nuclear Álvaro Alberto.

Imágenes: Marinha do Brasil



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