Brasil adota oficialmente a torre UT30BR com canhão de 30 mm para os blindados Guarani
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Brasil adota oficialmente a torre UT30BR com canhão de 30 mm para os blindados Guarani

A normatização, em processo há 10 anos, ganhou grande impulso ao confirmar a compra do 126 Guarani pela Argentina
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Guarani 6x6 armado com a torre UT30BR. Foto: Roberto Caiafa
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O Exército Brasileiro publicou a Portaria EME Nº 958, que oficializa o sistema de armas UT30BR como a torre com canhão de 30mm selecionada para armar o VBTP-MSR 6x6 Guarani.

Já existem 17 desses sistemas em constantes avaliações pela Diretoria de Tecnologia do Exército, pela Diretoria de Material e pela Diretoria de Fabricação, com coordenação do Estado Maior do Exército através do COTER ou Comando de Operações Terrestres.

Normatizar em definitivo essa documentação, que tramitava há quase 10 anos, ganhou um enorme impulso nos bastidores do Alto Comando da Força com a confirmação da intenção de compra de 126 Guaranis 6x6 pelo Exército da Argentina, logo no início de 2023.

Para que a venda das UT30BR com canhão de 30mm possam acontecer para o País vizinho, é primordial que o sistema esteja homologado e oficialmente aceito pelo Exército lançador do programa.

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A Portaria EME Nº958: Quase 10 anos para regularizar o emprego da UT30BR de 30mm. Imagem: EB

Nesse tipo de torre, o atirador se mantém protegido dentro da viatura, maneja o armamento por meio de comandos tipo “joystick” e observa o terreno por intermédio de um monitor LCD

Trata-se de um Sistemas de Armas Remotamente Controlado (SARC).

O Guarani com UT-30BR comporta três tipos de armamentos: o canhão automático 30 mm ATK BushMaster MK44; a metralhadora coaxial 7,62 mm; e o lançador de granadas fumígenas 76 mm.

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Canhão automático 30 mm ATK BushMaster MK44 na torre UT30BR. Foto: Roberto Caiafa

O canhão possui funcionamento elétrico, tipo Chain Gun, no qual o conjunto ferrolho movimenta-se ciclicamente, sem a necessidade da utilização dos gases oriundos dos disparos, o que proporciona um índice muito baixo de incidentes de tiro, além de fácil manutenção.

A torre possui dois cofres de munição 30 mm, um com capacidade para 50 cartuchos e outro para 150, então, é possível alimentar o canhão com até dois tipos de munição simultaneamente. 

Como vantagem, tem-se a munição toda estocada na parte externa da viatura, o que aumenta as chances de sobrevivência da tropa, caso sofra ataques anticarro ou com mina terrestre.

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A UT30BR faz parte de uma família de estações remotas de armamento e torres manuais ou autônomas, suportadas no Brasil pela Ares Aeroespácial e Defesa. Imagem: Ares Aeroespacial e Defesa

Sua cadência inicial é de 200 tiros por minuto, com alcance efetivo de 3.000 metros (com munição perfurante) e 2.000 metros (com munição explosiva).

A metralhadora automática coaxial 7,62 mm proporciona alta expectativa de impacto a 500 metros e possui uma cadência de aproximadamente 700 tiros por minuto, podendo ser alterada de acordo com o ajuste do regulador de gases. 

Diferente do canhão, os gases dos disparos são aproveitados para o funcionamento da metralhadora.

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A torre UT30BR no Guarani 6x6, em posição de combate. Podem-se ver os sensores ELAWS e os lançadores de granadas fumígenas na base da torre, e o conjunto de optrônicos no topo. Foto: Roberto Caiafa

Por fim, o lançador de granadas fumígenas pode lançar oito artefatos a aproximadamente 30 metros de distância, formando uma cortina de fumaça de cerca de 100 metros de frente, que oculta a viatura diante do adversário e a protege contra a telemetria laser dos armamentos inimigos. 

O operador pode disparar quatro ou oito granadas simultaneamente.

A torre UT-30BR possui um dispositivo de segurança para a detecção de ameaça a laser chamado Elbit's Laser Warning System (ELAWS), que alerta quanto a ameaças laser inimiga, informando a direção de origem.

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O desenvolvimento do simulador da torre UT30BR contou com o apoio de um exemplar funcional, usado para auxiliar inclusive na ergonomia do conjunto de estações. Foto: Ares Aeroespacial e Defesa

Em uma situação de combate, quando detectada a ameaça, o operador pode configurar a torre para apontar automaticamente para a direção ou manualmente, bastando pressionar um botão.

O “auto tracking”, ou “Automatic Target Tracking” (Acompanhamento Automático de Alvos), é um recurso muito útil desse modelo de torre, que permite o acompanhamento, sem a necessidade de interferência humana. 

Existe, ainda, uma outra ferramenta, chamada de “Caçador-Matador” (Hunter-Killer), que permite ao comandante trazer o armamento para a direção em que estiver observando, trazendo o canhão para seu comando e executando o disparo, sem a interferência do atirador.

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O suporte ao operador UT30BR prestado pela ARES, no caso, aproveita tod a estrutura já existente para apoiar mais de 300 estações remotas de armamento REMAX. Foto: Ares Aeroespacial e Defesa.

Munição 30×173 mm CBC

A munição empregada pela torre UT30BR foi oficialmente nacionalizada no ano de 2014, quando a Companhia Brasileira de Cartuchos, ou CBC, produziu os primeiros lotes para avaliações junto com as torres UT30BR. 

Também destinada a exportação, trata-se da mais difundida de sua classe, sendo utilizada por dezenas de Exércitos e Sistemas de Armas nas versões Exercício Traçante (EX-T) e Alto-Explosivo Incendiário (AEI), municiando o canhão Bushmaster II MK-44 Alliant Techsystems.


Munition30mm UT30BR


A tabela apresenta as características da munição que já é fabricada no Brasil pela CBC. Imagem: CBC

EX-T Exercício Traçante – Destinado ao treinamento com a vantagem da trajetória poder ser visualizada.

AEI ( Alto Explosivo Incendiário): A espoleta da ogiva utilizada nesse projétil possui funcionamento instantâneo quando ocorre o impacto contra o alvo.

A Munição AEI pode ser usada tanto contra viaturas blindadas, todos os transportes de tropas, como em operações típicas MOUT.

Vários blindados em operação no mundo atualmente são equipados com o canhão Bushmaster II MK-44, como várias versões do CV90 (Suécia, Finlândia e Suíça), Pandur II (Portugal) e Rosomak/Patria (Polônia).

Esta baseado no canhão M242 (25 mm), que equipa o M2/M3 Bradley. 

Cerca de 70 % das peças são comuns. Tem sido o canhão mais adotado na faixa dos 30 / 40 mm devido a sua confiabilidade. 

A média tem sido de uma falha a cada 22.000 disparos.

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Cursos preparam os operadores para lidar com as características da UT30BR. Foto: Ares Aeroespacial e Defesa.



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