Embraer fica de fora das taxas de Trump enquanto a Taurus avalia retirar sua operação do Brasil
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Embraer fica de fora das taxas de Trump enquanto a Taurus avalia retirar sua operação do Brasil

Dois fabricantes, pesos diferentes: Embraer negociou diretamente enquanto Taurus se diz prejudicada
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A possibilidade da Taurus sair do Brasil é real: Salesio Nuhs, CEO. Firma: Roberto Caiafa
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Durante o atual e conturbado retrocesso diplomático entre os Governos dos Estados Unidos e Brasil, chegou-se ao momento crítico de tensão, a imposição de 50% de tarifas e taxas pelos Estados Unidos, que entraram em vigor a partir de 1º de agosto corrente. 

A Embraer, terceiro maior fabricante de aeronaves comerciais no mundo, uma posição mantida principalmente pelas vendas ao mercado norte-americano, é também a fornecedora do melhor avião de transporte militar do mercado global até 26 toneladas, o KC-390 Millennium.

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A produção do KC-390 Millennium não será afetada pelo tarifaço. Firma: EDS

A empresa brasileira negociou sua situação discretamente, realizando uma eficiente interlocução direta com o Governo norte americano e autoridades brasileiras ao mesmo tempo, e logrou manter toda a sua cadeia produtiva fora das sanções. 

Nas bolsas de valores, os títulos negociáveis da empresa brasileira dispararam e valorizaram mais de 10%, fechando a quarta feira (30) com ganhos de 10,93%.

Essa negociação também preservou seus produtos voltados para o segmento de defesa, o EMB-314 Super Tucano e o KC-390 Millennium.

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A linha de fuzis e carabinas da Taurus tem os Estados Unidos como principal mercado. Firma: Roberto Caiafa

Enquanto na Embraer a sensação é de alívio, para outro gigante brasileiro, a fabricante de armas Taurus, a sensação é o oposto. 

A empresa estratégica de defesa está a considerar retirar as suas operações do país, devido à imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos. 

O presidente da empresa, Salesio Nuhs, afirmou em mídias sociais da companhia que a taxa torna a operação brasileira inviável, o que pode levar à perda de até 15 mil empregos, incluindo cerca de 3 mil diretos na fábrica de São Leopoldo (Estado do Rio Grande do Sul).

Segundo Salésio, a decisão não é uma ameaça, mas uma medida de sobrevivência diante da inviabilidade econômica causada pela taxação. “Se realmente perdurar essa questão da taxação de 50%, várias empresas e vários segmentos no Brasil ficarão inviabilizados. Ela não significa simplesmente diminuir margem. Significa inviabilidade total. Não existe margem que possa cobrir uma taxação de 50%.”, afirmou.

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Cerca de cerca de 3 mil empregos diretos na fábrica de São Leopoldo podem ser extintos com a saída da Taurus do Brasil. Firma: Roberto Caiafa

Os Estados Unidos são o principal destino dos produtos da Taurus, representando 83% da receita da companhia em 2024, com exportações de armas, munição e acessórios totalizando US$ 528 milhões (R$ 2,9 bilhões) no ano passado. 

Mesmo a fábrica da Taurus nos Estados Unidos, localizada em Bainbridge, na Geórgia, é dependente de peças produzidas no Brasil, o que significa que a tarifa também afetaria a produção em solo americano.

A possível saída da Taurus seria um golpe para a base indústrial de defesa nacional, especialmente no Rio Grande do Sul, onde a companhia é um símbolo da excelência no setor. 

No caminho inverso da valorização dos papéis da Embraer, a Taurus despencou nas bolsas de valores no último dia 30, refletindo o risco para investidores e a incerteza sobre o futuro da empresa no Brasil.

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O ministro da Defesa, José Múcio, e Salésio Nuhs, CEO da Taurus. Firma: Roberto Caiafa



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