A equipe de engenharia da Aero Concepts, fabricante de turbinas a gás para propulsão, em conjunto com a empresa parceira Stella Tecnologia, recebeu a visita de uma comitiva de militares do Centro de Avaliações do Exército Brasileiro (CAEx) nas instalações da Stella no Rio de Janeiro.
Na ocasião, as empresas demonstraram aos militares os resultados obtidos no desenvolvimento do projeto conjunto para a produção do drone (UAV) Albatroz a jato, um novo modelo intermediário capaz de imprimir altas velocidades quando equipado com a turbina a gás nacional do modelo ATJR-15-5.
Os oficiais do CAEx puderam acompanhar, em operação, a turbina ATJR-15-5, um exemplo concreto de sinergia entre setor produtivo e instituições de defesa. O que começou com o pioneirismo da Força Aérea Brasileira, primeira a investir na empresa e em sua tecnologia, a partir de agora também ganha a atenção do Exército Brasileiro e, em breve, essa parceria deverá ser extendida à Marinha do Brasil.
A padronização no uso de sistemas propulsivos dessa categoria nas três forças armadas brasileiras representaria não apenas ganho de eficiência logística e operacional, mas também o fortalecimento da soberania tecnológica nacional e o posicionamento do Brasil como produtor de soluções avançadas de propulsão e drones para uso no setor aeroespacial e de defesa.
Equipado com a turbina da Aero Concepts, o Albatroz da Stella Tecnologia terá capacidade para realizar missões discretas a 40.000 pés de altitude (cerca de 12.000 metros).
O objetivo das duas empresas é claro: desenvolver, no Brasil, turbinas para equipar drones e mísseis que atendam com excelência às necessidades estratégicas da Aeronáutica, do Exército e da Marinha.
Dentre os militares que visitaram a Stella para conhecer a turbina da Aero Concepts montada no Albatroz, destaque para o general de brigada José Júlio Dias Barreto, que até recentemente foi o gerente do Programa Astros 2020 no Escritório de Projetos do Exército (EPEx), e do general de Brigada Moisés da Paixão Junior, ex-comandante da Artilharia do Exército Brasileiro e atualmente lotado na 1ª Subchefia do Estado-Maior do Exército (Políticas e Diretrizes Estratégicas do Exército).
Pelo CAEx, compareceu o seu atual chefe, o general de brigada João Paulo Zago, acompanhado de uma comitivade de técnicos do CAEx.
Em sua função, o general Zago tem sido responsável pela condução de diversas atividades e visitas técnicas, incluindo a apresentação da infraestrutura de Teste e Avaliação de Sistemas e Materiais de Emprego Militar (SMEM) e de Produtos Controlados do Exército (PCE) para outras instituições militares. Ele também esteve envolvido até recentemente, no desenvolvimento de sistemas de armas como o míssil anticarro MSS 1.2 que será fabricado pela SIATT.
Atobá Armado
Os oficiais generais e comitiva também conheceram em detalhes a proposta da Stella e da Thales para uma versão do SARP MALE Atobá armada com foguetes guiados a laser e equipada com sensores sofisticados fornecidos pela multinacional francesa, como um radar de abertura sintética e uma torreta ventral estabilizada recheada de optrônicos/telêmetro laser/sensores infravermelhos.
O protótipo do SARP Atobá desenvolvido para missões de vigilância, apoio aéreo aproximado, escolta de tropas terrestres e inteligência, também é indicado para atuar na função de busca e identificação de alvos para o Sistema de Artilharia de Foguetes e Mísseis ASTROS.
Espera-se para o ano de 2026 o anúncio de um RFI/RFP visando a compra de sistemas SARP dessa categoria, uma capacidade ainda inédita no Exército Brasileiro.
Na atualidade, apenas a Aviação do Exército opera sistemas táticos de curto alcance do tipo Nauru 1000C, acapazes de pouso e decolagem vertical e dotados de sensores diuturnos, todo o conjunto sendo produzido localmente pela empresa brasileira X-Mobots.