A Stella Tecnologia, empresa brasileira referência em Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), e o Grupo Thales, um dos maiores conglomerados de Defesa do mundo, assinaram um memorando de entendimento (MoU) visando o desenvolvimento conjunto, no Brasil, de sistemas avançados de vigilância e defesa embarcados em UAVs (Veículos Aéreos Não Tripulados), durante a LAAD 2025, realizada em abril último no Rio de Janeiro.
Dois meses depois, no Drone Show Robotics 2025, em São Paulo (Expocenter Norte), Stella e Thales apresentam no estande da empresa brasileira o resultado desse desenvolvimento: o UAV Atobá, a maior aeronave não tripulada da América do Sul.
O gigante Atobá está equipado com um radar sofisticado e leve, o I-Master, um MOSP (Multi-purpose Optical Stabilized Payload) do tipo MILVUS 25S Gyro Stabilised Gimbal, e como armamento instalado nas asas, um par de lançadores leves para dois foguetes Thales 2,75" FZ275 LGR Semi-Active Laser (SAL) Guided Rocket.
Essa configuração confere ao Atobá a distinção de ser o primeiro UAV MALE sul americano dotado com armamento inteligente, na forma dos foguetes guiados a laser de 70mm.
Esse armamento é apoiado por um sensor radar de última geração, o Thales I-Master, e por um MOSP que emprega sensor laser usado para designação dos alvos, mais uma câmera colorida HD CMOS e uma câmera infravermelha de alta resolução, o Thales MILVUS 25S.
O Atobá é o maior drone presente ao evento, e tem chamado muita atenção do público devido a sua inédita configuração armada, que torna esse MALE UAV um poderoso vetor de vigilância, reconhecimento e ataque, com capacidade de operar por mais de 24 horas.
O drone da Stella Tecnologia tem um MTOW de 700kg, autonomia de 24 horas e está qualificado para operar com sinal Datalink com alcance de até 300 km.
Também pode ser equipado (opcionalmente) com um Datalink satelital concomitante.
Licitação da Aviação do Exército
Em meados de março deste ano, o Estado-Maior do Exército (EME) tornou pública a consulta 01/2025, que tem por objetivo sondar o mercado nacional e internacional acerca do fornecimento de três sistemas de aeronaves remotamente pilotadas, categoria 3 (SARP Catg 3), e realizar uma consulta de preços (“request for information” / “request for question” – RFI/RFQ).
De acordo com as especificações técnicas do sistema, as aeronaves deverão ter peso máximo de decolagem de 700 kg, altitude máxima de vôo de 18.000 ft e alcance mínimo de 300 km, com uma capacidade de carga que poderá incluir câmeras, sistemas de apontamento laser, quatro foguetes de 70 mm guiados ou dois mísseis (não especificados).
Além disso o edital aponta que o sistema já deverá estar pronto para comercialização (ou seja, não estar em desenvolvimento) e não possuir restrições International Traffic in Arms Regulations (ITAR), uma preocupação da Força Terrestre considerando as constantes mudanças de posicionamento da geopolítica global nos últimosd meses.
O projeto de aquisição pertence ao Programa Estratégico do Exército Aviação do Exército (Prg EE Av Ex), e os aparelhos selecionados deverão operar a partir do Comando de Aviação do Exército, baseado na cidade de Taubaté, no Estado de São Paulo, ou, se necessário, serem transportados desmontados até a zona de operações por aeronaves de transporte da Força Aérea Brasileira como o Airbus C-105 Amazonas ou o Embraer KC-390 Millennium.